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LEI DE RETORNO
E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram
o mal, para a ressurreição da condenação.
Jesus
(JOÃO, 5:29).
Em
raras passagens do Evangelho, a lei reencarnacionista permanece tão clara
quanto aqui, em que o ensino do Mestre se reporta à ressurreição da condenação.
Como
entenderiam estas palavras os teólogos interessados na existência de um inferno
ardente e imperecível?
As
criaturas dedicadas ao bem encontrarão a fonte da vida em se banhando nas águas
da morte corporal. Suas realizações do porvir seguem na ascensão justa, em
correspondência direta com o esforço perseverante que desenvolveram no rumo da
espiritualidade santificadora, todavia, os que se comprazem no mal cancelam as
próprias possibilidades de ressurreição na luz.
Cumprelhes
a repetição do curso expiatório.
É a
volta à lição ou ao remédio.
Não
lhes surge diferente alternativa.
A lei
de retorno, pois, está contida amplamente nessa síntese de Jesus.
Ressurreição
é ressurgimento. E o sentido de renovação não se compadece com a teoria das
penas eternas.
Nas
sentenças sumárias e definitivas não há recurso salvador.
Por
intermédio da referência do Mestre, contudo, observamos que a Providência divina
é muito mais rica e magnânima que parece.
Haverá
ressurreição para todos, apenas com a diferença de que os bons tê laão em
vida nova e os maus em nova condenação, decorrente da criação reprovável deles mesmos.
NOSSA REFLEXÃO
Emmanuel nos traz a reflexão sobre as diferenças
entre dois modos de ressurgir. Devemos entender o sentido real do termo ressurreição.
Na época em que o Cristo passou por
nosso planeta, os judeus não tinham uma ideia bem clara sobre o significado da
palavra ressurreição. De qualquer modo o termo significa ressurgir. Entretanto,
em que sentido e onde? Eles entendiam que poderiam reviver, mas não era muito
claro como isso se dava.
Conforme A. Kardec, ambos os termos se
referem a voltar a viver em um corpo. Contudo, se faz necessário considerar o
que a Ciência diz a respeito.
Com efeito, a ressurreição dá ideia de voltar à
vida o corpo que já está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente
impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já se acham desde muito
tempo dispersos e absorvidos. A reencarnação é a volta da alma ou Espírito à
vida corpórea, mas em outro corpo especialmente formado para ele e que nada tem
de comum com o antigo. A palavra ressurreição podia assim aplicar-se a Lázaro,
mas não a Elias, nem aos outros profetas. Se, portanto, segundo a crença deles,
João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que João
fora visto criança e seus pais eram conhecidos. João, pois, podia ser Elias
reencarnado, porém, não ressuscitado[1].
Então, podemos renascer em um novo
corpo, que significa reiniciar uma vida que depende dos sucessos e insucessos
de vida anterior. Podendo ser uma vida, dependendo da História de vida do
Espírito, feliz ou infeliz, o mesmo, medianamente uma coisa ou outra.
Desta mensagem de Emmanuel, entende-se
que a ressurreição para vida, significa um ressurgimento para uma vida espiritual
plena. Do contrário, significa uma vida de expiação. O que não significa uma
pena irremediável, eterna.
Isto é bem esclarecido pelo Espírito
São Luís, quando discorre sobre a Necessidade da Encarnação. Pare ele, a
encarnação
É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando
iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre-arbítrio.
Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos
penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus
labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede
retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar
indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo.[2]
Desse modo, Emmanuel é corroborado por
São Luís, nesta sua mensagem, pois conforme ele, “haverá ressurreição para todos,
apenas com a diferença de que os bons tê laão em vida nova e os maus em nova
condenação, decorrente da criação reprovável deles mesmos”.
Que
tenhamos certeza da vida eterna e que saibamos aproveitá-la da forma menos sofrível
possível.
Domício.