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CADÁVERES
Pois onde estiver o cadáver, ai se ajuntarão as
águias.
Mateus (24:28).
Apresentando
a imagem do cadáver e das águias, referia-se o Mestre à necessidade dos homens
penitentes, que precisam recursos de combate à extinção das sombras em que se
mergulham.
Não se
elimina o pântano, atirando-lhe flores.
Os corpos
apodrecidos no campo atraem corvos que os devoram.
Essa figura,
de alta significação simbológica, é dos mais fortes apelos do Senhor,
conclamando os servidores do Evangelho aos movimentos do trabalho santificante.
Em vários
círculos do Cristianismo renascente surgem os que se queixam, desalentados, da
ação de perseguidores, obsessores e verdugos visíveis e invisíveis. Alguns
aprendizes se declaram atados à influência deles e confessam-se incapazes de
atender aos desígnios de Jesus.
Conviria,
porém, muita ponderação, antes de afirmativas desse jaez, que apenas acusam os
próprios autores.
É
imprescindível lembrar sempre que as aves impiedosas se ajuntarão em torno de
cadáveres ao abandono.
Os corvos se
aninham noutras regiões, quando se alimpa o campo em que permaneciam.
Um homem que
se afirma invariavelmente infeliz fornece a impressão de que respira num
sepulcro; todavia, quando procura renovar o próprio caminho, as aves escuras da
tristeza negativa se afastam para mais longe.
Luta contra
os cadáveres de qualquer natureza que se abriguem em teu mundo interior. Deixa
que o divino sol da espiritualidade te penetre, pois, enquanto fores ataúde de
coisas mortas, serás seguido, de perto, pelas águias da destruição.
NOSSA REFLEXÃO
Emmanuel,
inspirado na exortação do Mestre, traduz como o seu ensinamento se configura em
nossa vida. Usando uma figura de linguagem, lembra o processo de aproximação
das águias a um animal morto, e que isto acontece quando o cadáver não é velado
ou está abandonado.
Nós temos um
mundo íntimo. Conforme Emmanuel, temos que cuidar para que ele esteja sempre
limpo ou com nada morto, se expressando assim: “Deixa que o divino sol da
espiritualidade te penetre, pois, enquanto fores ataúde de coisas mortas, serás
seguido, de perto, pelas águias da destruição”.
Devemos,
então, manter nosso campo íntimo, mental, sempre limpo e resguardado de aproximação
de pensamentos infelizes, pois, do contrário, atrairemos o pior para as nossas
vidas. Este pensamento de Emmanuel é corroborados pelos Espíritos Superiores da
Codificação espírita, pois, conforme eles, respondendo à questão de nº 469,
formulada por Allan Kardec[1],
sobre como nos proteger das influências dos maus Espíritos,
Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa
confiança, repelireis a influência dos Espíritos inferiores e aniquilareis o
império que desejem ter sobre vós. Guardai-vos de atender às sugestões dos
Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a discórdia entre vós
outros e que vos insuflam as paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos
exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão
por que Jesus, na oração dominical, vos ensinou a dizer: ‘Senhor! não nos deixes
cair em tentação, mas livra-nos do mal’.”
Então, devemos
evitar de sermos sepulcros ou campos abandonados, evitando, assim, a aproximação
de pensamentos tristes ou maldosos que nos afetam a saúde mental e física, e que
podem nos levar a atos infelizes ou à prostração física.
Que Deus nos
ajude.
Domício.
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