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SEPARAÇÃO
Todavia, digo-vos a
verdade: a vós convém que eu vá.
Jesus (JOÃO, 16:7).
Semelhante declaração do Mestre ressoa em nossas fibras
mais íntimas.
Ninguém sabia amar tanto quanto Ele, contudo, era o primeiro
a reconhecer a conveniência da partida, em favor dos companheiros.
Que teria acontecido se Jesus teimasse em permanecer?
Provavelmente, as multidões terrestres teriam acentuado
as tendências egoísticas, consolidando-as.
Porque o divino Amigo havia buscado Lázaro no sepulcro,
ninguém mais se resignaria à separação pela morte. Por se haverem limpado
alguns leprosos ninguém aceitaria, de futuro, a cooperação proveitosa das
moléstias físicas. O resultado lógico seria a perturbação geral no mecanismo evolutivo.
O Mestre precisava ausentar-se para que o esforço de cada
um se fizesse visível no plano divino da obra mundial. De outro modo, seria
perpetuar a indolência de uns e o egoísmo de outros.
Sob diferentes aspectos, repete-se, diariamente, a grande
hora da família evangélica em nossos agrupamentos afins.
Quantas vezes surgirá a viuvez, a orfandade, o sofrimento
da distância, a perplexidade e a dor por elevada conveniência ao bem comum?
Recordai a presente passagem do
Evangelho, quando a separação vos faça chorar, porque se a morte do corpo é
renovação para quem parte é também vida
nova para os que ficam.
NOSSA
REFLEXÃO
Emmanuel,
nesta página, nos faz relembrar do desapego que devemos desenvolver em nós, no
sentido de nos libertar de sentimento de indispensabilidade na vida das
pessoas.
Nossa
vida espiritual sempre foi um ir e vir para aprendermos a contribuir quando de
fato somos chamados a fazê-lo.
O
Cristo deveria voltar. Já tinha dado, pessoalmente, o recado que programou vir
deixar pra nós. Para Jesus, era necessário Ele ir para, no futuro, o Espírito
de Verdade (JOÃO, 16:12 a 13)[1] vir
para esclarecer tudo que Ele não pode dizer de modo aprofundado. Por isso se
utilizou das parábolas.[2]
Então,
como Jesus, num sentido de menor importância geral, todos e todas nós
partiremos para encontrarmos sentido em tudo que fizemos, como também, para
quem é ou serão participantes de uma convivência comum, em especial os e as
familiares.
Espírito
de renovação é o que Emmanuel nos aconselha nessa mensagem, para quem parte e
para quem fica. Como ele, mesmo diz: “Recordai
a presente passagem do Evangelho, quando a separação vos faça chorar, porque se
a morte do corpo é renovação para quem parte é também vida nova para os que ficam”.
O Cristo fez entender aos seus discípulos que precisavam,
a partir de sua partida, a fazer um movimento de crescimento com base na
convivência com Ele. Contudo, não indicou que os deixaria órfãos. Prometeu a
vinda do Consolador para ampliar os conhecimentos.
Assim, é todo movimento educativo. Quem aprende alguma
coisa, deve experimentar o seu aprendizado sem a presença do Mestre.
Que saibamos fazer valer os esforços dos nossos mestres e
das nossas mestras em favor de nossa aprendizagem, experimentando momentos do
fazer sem suas presenças. Assim, aprendemos mais e ensinamos os e as que convivem
conosco ou, mesmo, são usufrutuários de nosssa convivência.
Que Deus nos ajude.
Domício.
Ps.:
Comparitilho uma poesia de L. Angel sobre A Despedida Inexorável.
A DESPEDIDA INEXORÁVEL
L. Angel
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