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MÃOS
À OBRA[i]
“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais,
cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem
interpretação. Faça-se tudo para edificação.”
Paulo (I Coríntios, 14:26).
A igreja de Corinto lutava com certas dificuldades mais fortes,
quando Paulo lhe escreveu a
observação aqui transcrita.
O conteúdo da carta apreciava diversos
problemas espirituais dos companheiros do Peloponeso, mas podemos insular o
versículo e aplicálo a certas situações dos novos agrupamentos cristãos,
formados no ambiente do Espiritismo, na revivescência do Evangelho.
Quase sempre notamos intensa preocupação
nos trabalhadores, por novidades em fenomenologia e revelação.
Alguns núcleos costumam paralisar
atividades quando não dispõem de médiuns adestrados.
Por quê?
Médium algum solucionará, em definitivo, o
problema fundamental da iluminação dos companheiros.
Nossa tarefa espiritual seria absurda se
estivesse circunscrita à freqüência mecânica de muitos, a um centro qualquer,
simplesmente para assinalarem o esforço de alguns poucos.
Convençamse os discípulos de que o
trabalho e a realização pertencem a todos e que é imprescindível se movimente
cada qual no serviço edificante que lhe compete. Ninguém alegue ausência de
novidades, quando vultosas concessões da esfera superior aguardam a firme
decisão do aprendiz de boa vontade, no sentido de conhecer a vida e elevarse.
Quando
vos reunirdes, lembrai a doutrina e a revelação, o poder de falar e de
interpretar de que já sois detentores e colocai mãos à obra do bem e da luz, no aperfeiçoamento indispensável.
NOSSA REFLEXÃO
Esta mensagem de Emmanuel nos lembra uma
outra, mas do Espírito André Luiz, por Chico Xavier, do livro Conduta Espírita
(FEB), intitulada Perante o fenômeno, da qual destacamos o seguinte
pensamento de André Luiz:
No desenvolvimento das tarefas doutrinárias,
colocar o fenômeno mediúnico em sua verdadeira posição de coadjuvante natural
da convicção, considerando-o, porém, dispensável, na construção moral a que nos
propomos. A Doutrina Espírita é luz inalterável.
De fato, devemos refletir que a fenomenologia
espírita foi muito necessária nos seus primórdios, pois foi como os Espíritos
chamaram a atenção das pessoas, para que os fenômenos, realçados, viessem a chamar
a atenção do Prof. Hippolyte Léon Denizard Rivail que veio a ser Allan Kardec, o
codificador da Doutrina Espírita[ii].
O livro Pão Nosso, que será o foco de nossa
reflexão, a partir desta data (07/02/2021) foi publicado em 1950. De lá para
cá, 71 anos, muito se desenvolveu em relação às reuniões espíritas. Os estudos
sobre a mediunidade foram desenvolvidos para dar ao espírita condições para que
o trabalho mediúnico não tivesse importância maior que o estudo geral da
Doutrina e a sua reforma íntima.
Este ano comemora-se o aniversário de
publicação do livro O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec, que o lançou em 1861;
ou seja, faz 160 anos que ele foi publicado.
Allan Kardec se preocupou com o caráter sério
de uma reunião espírita quando nos advertiu, como abaixo:
Uma reunião só é verdadeiramente séria, quando
cogita de coisas úteis, com exclusão de todas as demais. Se os que a formam
aspiram a obter fenômenos extraordinários, por mera curiosidade, ou passatempo,
talvez compareçam Espíritos que os produzam, mas os outros daí se afastarão.
Numa palavra, qualquer que seja o caráter de uma reunião, haverá sempre
Espíritos dispostos a secundar as tendências dos que a componham. Assim, pois,
afasta-se do seu objetivo toda reunião séria em que o ensino é substituído pelo
divertimento. As manifestações físicas, como dissemos, têm sua utilidade; vão
às sessões experimentais os que queiram ver; vão às reuniões de estudos os que
queiram compreender; é desse modo que uns e outros lograrão completar sua
instrução espírita, tal qual fazem os que estudam Medicina, os quais vão, uns
aos cursos, outros às clínicas.[iii]
Seguindo ao verdadeiro caráter de uma
reunião espírita, como Allan Kardec ressaltou acima, estaremos aproveitando o
melhor e necessário para que qualifiquemos a nossa relação com os Espíritos de
qualquer nível espiritual, tanto nos trabalhos espíritas, na Casa Espírita,
como no dia a dia de um (a) cidadão (ã) comum.
Que Deus nos ajude nesta senda.
Domício.
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