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ESMAGAMENTO DO MAL
E o Deus de paz esmagará em breve a Satanás debaixo dos vossos pés.
Paulo (ROMANOS, 16:20).
Em toda
parte do planeta se poderá reconhecer a luta sem tréguas, entre o bem e o mal.
Manifesta-se
o grande conflito, sob as mais diversas formas, e, no turbilhão de seus
movimentos, muitas almas sensíveis, de modo invariável, conservam-se na atitude
de invocação aos gênios tutelares para que estes venham à arena combater os
inimigos que as atordoam, prostrando-os de vez.
Solicitar
auxílio ou recorrer à lei da cooperação representam atos louváveis do Espírito
que identifica a própria fraqueza, contudo, insistir para que outrem nos
substitua no esforço, que somente a nós outros cabe despender, demonstra falsa
posição, suscetível de acentuar-nos as necessidades.
Satanás,
representando o poder do mal, na vida humana, será esmagado por Deus; todavia,
Paulo de Tarso define, com bastante clareza, o local da vitória divina. O
triunfo supremo verificar-se-á sob os pés do homem.
Quando a
criatura, pela própria dedicação ao trabalho iluminativo, se entregar ao Pai,
sem reservas, efetuando-lhe a vontade sacrossanta, com esquecimento do velho
egoísmo animal, apreendendo a grandeza de sua posição de espírito eterno,
atingirá a vitória sublime.
O Senhor
Todo-Paternal já se entregou aos filhos terrestres, mas raros filhos se entregaram a Ele.
Indispensável, pois, não esquecer que o mal não será eliminado, a esmo, e sim debaixo
dos pés de cada um de nós.
NOSSA REFLEXÃO
Esta
exortação de Paulo aos romanos é uma estímulo a que cada um(a) faça a sua parte
no desenvolvimento de sua vida, combatendo o mal interno e o externo que motivam
uma transformação, também interna e externa.
A nossa
transformação é geradora de transformações externas a nós, seja ambiental ou
social. Ao nos modificarmos, segundo o Evangelho do Cristo, não podemos deixar
de contribuir com o que nos cerca. É dever de todas(os) nós exercer a caridade
para quem tem mais necessidade que nós, seja material ou moral. E é no contato
com os (as) caminhantes de nosso caminho que temos oportunidade de contribuir
com o Cristo no auxílio a eles(as). Conforme Um Espírito Protetor, falando
sobre a nossa perfeição, na relação com caridade:
Nenhuma caridade teria a praticar o homem que
vivesse insulado. Unicamente no contato com os seus semelhantes, nas lutas mais
árduas é que ele encontra ensejo de praticá-la. Aquele, pois, que se isola
priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de
pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta.[1]
Neste contato
com o semelhante, é importante pensar que ao auxiliar as pessoas que nos cercam,
estamos orando para que sejamos auxiliados, também. Segundo, Emmanuel: “Auxiliando
a outrem, sugerimos o auxílio em nosso favor. Suportando com humildade as
vicissitudes da senda regenerativa, instilamos paciência e solidariedade,
para conosco, em todos aqueles que nos rodeiam”.[2]
Então, nesta
luta entre o bem e o mal, a nossa parte é fundamental pra que nós próprios(as) “esmaguemos”
o mal sobre nossos pés. Isto significa que somos responsáveis pelo que nos
cerca, por isso fomos colocados onde nós estamos. A nossa parte em eliminar o
sofrimento é fundamental para que sejamos auxiliados, pois senão não teríamos
méritos para ascender na escala espiritual e se aproximar cada vez mais de
Deus.
Ao dissertar
sobre a eficácia da prece, A. Kardec, nos esclarece sobre o atendimento de Deus
aos que oram:
O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir
com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os
meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante ideias que fará lhe
sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação. Ele
assiste os que ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: “Ajuda-te,
que o Céu te ajudará”; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro
estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das
vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo
esforço.[3]
Isto
significa que somos resultado de nós mesmos, de nosso esforço em querer eliminar
o mal que há em nós e em nosso entorno.
Que Deus nos
ajude.
Domício.