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FILHOS PRÓDIGOS
E caindo em si, disse: quantos jornaleiros de meu pai têm abundância de
pão, e eu aqui pereço de fome!
Lucas (15:17).
Examinando-se
a figura do filho pródigo, toda gente idealiza um homem rico, dissipando
possibilidades materiais nos festins do mundo.
O quadro,
todavia, deve ser ampliado, abrangendo as modalidades diferentes.
Os filhos
pródigos não respiram somente onde se encontra o dinheiro em abundância.
Acomodam-se
em todos os campos da atividade humana, resvalando de posições diversas.
Grandes
cientistas da Terra são perdulários da inteligência, destilando venenos
intelectuais, indignos das concessões de que foram aquinhoados. Artistas
preciosos gastam, por vezes, inutilmente, a imaginação e a sensibilidade,
através de aventuras mesquinhas, caindo, afinal, nos desvãos do relaxamento e
do crime.
Em toda
parte vemos os dissipadores de bens, de saber, de tempo, de saúde, de
oportunidades...
São eles
que, contemplando os corações simples e humildes, em marcha para Deus,
possuídos de verdadeira confiança, experimentam a enorme angústia da inutilidade
e, distantes da paz íntima, exclamam desalentados: “Quantos trabalhadores
pequeninos guardam o pão da tranquilidade, enquanto a fome de paz me tortura o
espírito!”
O mundo
permanece repleto de filhos pródigos e, de hora a hora, milhares de vozes
proferem aflitivas exclamações iguais a esta.
NOSSA REFLEXÃO
Por tudo que
já passamos e vivemos, podemos analisar o quanto somos, hoje, um filho pródigo
da Parábola do Filho Pródigo (LUCAS, 15:11-32). Nós ao sermos criados, já temos
de antemão uma herança gravada em nossas consciências, que é a Lei de Deus[1].
Todavia, a partir de nossas experiências, como aprendizes, a desleixamos. Então,
Deus sempre contou com os seus Filhos que venceram todas as escalas espirituais
para lembrar suas leis àqueles que a esqueceram num cantinho da consciência.
Neste momento, o Espírito, começa a relacionar o estado espiritual em que se
encontra e analisa sua vida em comparação com aquela que estaria vivendo segundo
à Lei do Pai, ou, aproveitando a parábola, aqui em pauta, se tivesse vivendo na
Casa do Pai.
Esta
parábola guarda semelhança com a Parábola dos Talentos (MATEUS,
25: 14 a 30)[2].
Emmanuel, cita, nesta mensagem, ora refletida, os mais diversos talentos que o
ser humano pode usar para evoluir, mas que, no entanto, desperdiça seu tempo
utilizando sem proveito para o bem próprio e comum, como aqueles que são “[...]
dissipadores de bens, de saber,
de tempo, de saúde, de oportunidades...”. No caso da Parábola do Filho Pródigo,
a hora da prestação de contas se dá, quando o filho constata que desperdiçou a
herança do Pai e ficou na miséria, pois não multiplicou o que recebeu como empréstimo.
Devemos ter
em mente que nada de ordem material é nosso, apenas detemos por um tempo,
enquanto estamos encarnados. Segundo Emmanuel, “é justo, porém,
salientar que a fortuna ou a autoridade são bens que detemos provisoriamente na
marcha comum e que, nos fundamentos substanciais da vida, não nos pertencem” [3].
Então, que
saibamos “gastar” os talentos que adquirimos ao longo de nossas vidas, pela
nossa afinidade e oportunidades dadas por Deus, para, cada vez mais, nos assemelharmos
a Ele.
Que Ele nos
ajude.
Domício.
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