domingo, 29 de agosto de 2021

ESMAGAMENTO DO MAL

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ESMAGAMENTO DO MAL

E o Deus de paz esmagará em breve a Satanás debaixo dos vossos pés.

Paulo (ROMANOS, 16:20).

Em toda parte do planeta se poderá reconhecer a luta sem tréguas, entre o bem e o mal.

Manifesta­-se o grande conflito, sob as mais diversas formas, e, no turbilhão de seus movimentos, muitas almas sensíveis, de modo invariável, conservam­-se na atitude de invocação aos gênios tutelares para que estes venham à arena combater os inimigos que as atordoam, prostrando-­os de vez.

Solicitar auxílio ou recorrer à lei da cooperação representam atos louváveis do Espírito que identifica a própria fraqueza, contudo, insistir para que outrem nos substitua no esforço, que somente a nós outros cabe despender, demonstra falsa posição, suscetível de acentuar-­nos as necessidades.

Satanás, representando o poder do mal, na vida humana, será esmagado por Deus; todavia, Paulo de Tarso define, com bastante clareza, o local da vitória divina. O triunfo supremo verificar­-se-­á sob os pés do homem.

Quando a criatura, pela própria dedicação ao trabalho iluminativo, se entregar ao Pai, sem reservas, efetuando-­lhe a vontade sacrossanta, com esquecimento do velho egoísmo animal, apreendendo a grandeza de sua posição de espírito eterno, atingirá a vitória sublime.

O Senhor Todo-­Paternal já se entregou aos filhos terrestres, mas  raros filhos se entregaram a Ele. Indispensável, pois, não esquecer que o mal não será eliminado, a esmo, e sim debaixo dos pés de cada um de nós.

NOSSA REFLEXÃO

Esta exortação de Paulo aos romanos é uma estímulo a que cada um(a) faça a sua parte no desenvolvimento de sua vida, combatendo o mal interno e o externo que motivam uma transformação, também interna e externa.

A nossa transformação é geradora de transformações externas a nós, seja ambiental ou social. Ao nos modificarmos, segundo o Evangelho do Cristo, não podemos deixar de contribuir com o que nos cerca. É dever de todas(os) nós exercer a caridade para quem tem mais necessidade que nós, seja material ou moral. E é no contato com os (as) caminhantes de nosso caminho que temos oportunidade de contribuir com o Cristo no auxílio a eles(as). Conforme Um Espírito Protetor, falando sobre a nossa perfeição, na relação com caridade:

Nenhuma caridade teria a praticar o homem que vivesse insulado. Unicamente no contato com os seus semelhantes, nas lutas mais árduas é que ele encontra ensejo de praticá-la. Aquele, pois, que se isola priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de aperfeiçoar-se; não tendo de pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta.[1]

 

Neste contato com o semelhante, é importante pensar que ao auxiliar as pessoas que nos cercam, estamos orando para que sejamos auxiliados, também. Segundo, Emmanuel: “Auxiliando a outrem, sugerimos o auxílio em nosso favor. Suportando com humildade as vicissitudes da senda regenerativa, instilamos paciência e solidariedade, para conosco, em todos aqueles que nos rodeiam”.[2]

Então, nesta luta entre o bem e o mal, a nossa parte é fundamental pra que nós próprios(as) “esmaguemos” o mal sobre nossos pés. Isto significa que somos responsáveis pelo que nos cerca, por isso fomos colocados onde nós estamos. A nossa parte em eliminar o sofrimento é fundamental para que sejamos auxiliados, pois senão não teríamos méritos para ascender na escala espiritual e se aproximar cada vez mais de Deus.

Ao dissertar sobre a eficácia da prece, A. Kardec, nos esclarece sobre o atendimento de Deus aos que oram:

O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante ideias que fará lhe sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação. Ele assiste os que ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: “Ajuda-te, que o Céu te ajudará”; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço.[3]

 

Isto significa que somos resultado de nós mesmos, de nosso esforço em querer eliminar o mal que há em nós e em nosso entorno.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Vida a mensagem “O Homem no Mundo”, na íntegra, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, item 10.
[2] In: Pensamento e Vida (FEB)
[3]
Vide in O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII (Pedi e obtereis), Item 6.

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