domingo, 22 de agosto de 2021

TRABALHOS IMEDIATOS

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TRABALHOS IMEDIATOS

Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas espontaneamente, segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto.

I PEDRO (5:2).

Naturalmente, na pauta das possibilidades justas, ninguém deverá negar amparo ou assistência aos companheiros que acenam de longe com solicitações razoáveis; entretanto, constitui-nos obrigação atender ao ensinamento de Pedro, quanto aos nossos trabalhos imediatos.

Há criaturas que se entregam gostosamente à volúpia da inquietação por acontecimentos nefastos, planejados pela mente enfermiça dos outros e que, provavelmente, nunca sobrevirão. Perdem longo tempo receitando fórmulas de ação ou desferindo lamentos inúteis.

A lavoura alheia e as ocorrências futuras, para serem examinadas, exigem sempre grandes qualidades de ponderação.

Além do mais, é imprescindível reconhecer que o problema difícil, ao nosso lado ou a distância de nós, tem a finalidade de enriquecer-nos a experiência própria, habilitando-nos à solução dos mais intrincados enigmas do caminho.

Eis a razão pela qual a nota de Simão Pedro é profunda e oportuna, para todos os tempos e situações.

Atendamos aos imperativos do serviço divino que se localiza em nossa paisagem individual, não através de constrangimento, mas pela boa-vontade espontânea, fugindo cada vez mais aos nossos interesses particularistas e de ânimo firme e pronto para servir ao bem, tanto quanto nos seja possível.

Às vezes, é razoável preocupar-se o homem com a situação mundial, com a regeneração das coletividades, com as posições e responsabilidades dos outros, mas não é justo esquecermo-nos daquele “rebanho de Deus que está entre nós”.

NOSSA REFLEXÃO

Na atualidade, as informações sobre os problemas sociais que ocorrem pelo mundo afora nos chegam instantaneamente pelos noticiários ou pelas redes sociais.

A humanidade tem mostrado uma evolução humanitária considerável. Há grupos institucionais e sociais independentes, de caráter nacional ou internacional, que se sensibilizam com a dor daqueles que passam por uma vulnerabilidade. Desta forma, somos convidados a participar com contribuições que ajudam a amenizar o sofrimento daqueles e daquelas que vivem bem distante. Isto é muito importante do ponto de vista da caridade material. E devemos atender na medida do possível, materialmente ou moralmente, pois a piedade deve fazer parte de nossas virtudes.

Mas Emmanuel, a partir de Pedro (I PEDRO (5:2)), nos chama a atenção:

Naturalmente, na pauta das possibilidades justas, ninguém deverá negar amparo ou assistência aos companheiros que acenam de longe com solicitações razoáveis; entretanto, constitui-nos obrigação atender ao ensinamento de Pedro, quanto aos nossos trabalhos imediatos. [...] Às vezes, é razoável preocupar-se o homem com a situação mundial, com a regeneração das coletividades, com as posições e responsabilidades dos outros, mas não é justo esquecermo-nos daquele “rebanho de Deus que está entre nós.

 

Desse modo, devemos olhar para os lados, para aqueles que estão bem pertos de nós. Com certeza há muitos que passam pelas mesmas necessidades daqueles(as) que estão bem distantes de nós. E mais particularmente, temos nossos familiares e mais ainda particular, os que habitam uma mesma casa, um lar.

Então, devemos nos preocupar de dentro para fora, nos dedicando o máximo possível ao que estão mais próximos, os que estão no nosso caminho, os que nos chamam atenção imediata, sem esquecer os demais, mais distantes, na medida do possível (a oração, antes de tudo, também, é um ato de caridade)[1].

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIII, temos uma diversidade de práticas caritativas, material e moral, para além daquelas que devemos praticar, em primeiro lugar, para com aqueles que moram conosco sob o mesmo teto.

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