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TRABALHOS IMEDIATOS
Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele,
não por força, mas espontaneamente, segundo a vontade de Deus; nem por torpe
ganância, mas de ânimo pronto.
I PEDRO (5:2).
Naturalmente,
na pauta das possibilidades justas, ninguém deverá negar amparo ou assistência
aos companheiros que acenam de longe com solicitações razoáveis; entretanto,
constitui-nos obrigação atender ao ensinamento de Pedro, quanto aos nossos
trabalhos imediatos.
Há criaturas
que se entregam gostosamente à volúpia da inquietação por acontecimentos
nefastos, planejados pela mente enfermiça dos outros e que, provavelmente,
nunca sobrevirão. Perdem longo tempo receitando fórmulas de ação ou desferindo
lamentos inúteis.
A lavoura
alheia e as ocorrências futuras, para serem examinadas, exigem sempre grandes
qualidades de ponderação.
Além do
mais, é imprescindível reconhecer que o problema difícil, ao nosso lado ou a
distância de nós, tem a finalidade de enriquecer-nos a experiência própria,
habilitando-nos à solução dos mais intrincados enigmas do caminho.
Eis a razão
pela qual a nota de Simão Pedro é profunda e oportuna, para todos os tempos e
situações.
Atendamos
aos imperativos do serviço divino que se localiza em nossa paisagem individual,
não através de constrangimento, mas pela boa-vontade espontânea, fugindo cada
vez mais aos nossos interesses particularistas e de ânimo firme e pronto para
servir ao bem, tanto quanto nos seja possível.
Às vezes, é
razoável preocupar-se o homem com a situação mundial, com a regeneração das
coletividades, com as posições e responsabilidades dos outros, mas não é justo
esquecermo-nos daquele “rebanho de Deus que está entre nós”.
NOSSA REFLEXÃO
Na atualidade,
as informações sobre os problemas sociais que ocorrem pelo mundo afora nos
chegam instantaneamente pelos noticiários ou pelas redes sociais.
A humanidade
tem mostrado uma evolução humanitária considerável. Há grupos institucionais e
sociais independentes, de caráter nacional ou internacional, que se sensibilizam
com a dor daqueles que passam por uma vulnerabilidade. Desta forma, somos
convidados a participar com contribuições que ajudam a amenizar o sofrimento
daqueles e daquelas que vivem bem distante. Isto é muito importante do ponto de
vista da caridade material. E devemos atender na medida do possível, materialmente
ou moralmente, pois a piedade deve fazer parte de nossas virtudes.
Mas Emmanuel, a partir de Pedro (I PEDRO (5:2)), nos chama a atenção:
Naturalmente,
na pauta das possibilidades justas, ninguém deverá negar amparo ou assistência
aos companheiros que acenam de longe com solicitações razoáveis; entretanto,
constitui-nos obrigação atender ao ensinamento de Pedro, quanto aos nossos
trabalhos imediatos. [...] Às vezes, é razoável preocupar-se o homem com a
situação mundial, com a regeneração das coletividades, com as posições e
responsabilidades dos outros, mas não é justo esquecermo-nos daquele “rebanho
de Deus que está entre nós.
Desse modo,
devemos olhar para os lados, para aqueles que estão bem pertos de nós. Com
certeza há muitos que passam pelas mesmas necessidades daqueles(as) que estão bem
distantes de nós. E mais particularmente, temos nossos familiares e mais ainda
particular, os que habitam uma mesma casa, um lar.
Então,
devemos nos preocupar de dentro para fora, nos dedicando o máximo possível ao
que estão mais próximos, os que estão no nosso caminho, os que nos chamam
atenção imediata, sem esquecer os demais, mais distantes, na medida do possível
(a oração, antes de tudo, também, é um ato de caridade)[1].
Que Deus nos
ajude.
Domício.
[1] Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIII, temos uma diversidade de práticas caritativas,
material e moral, para além daquelas que devemos praticar, em primeiro lugar,
para com aqueles que moram conosco sob o mesmo teto.
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