domingo, 8 de dezembro de 2024
CRÊ E SEGUE
180
CRÊ E SEGUE
Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os
enviei ao mundo.
Jesus (JOÃO, 17:18).
Se abraçaste, meu amigo, a tarefa espiritista cristã,
em nome da fé sublimada, sedento de vida superior, recorda que o Mestre te
enviou o coração renovado ao vasto campo do mundo para servi-lo.
Não só ensinarás o bom caminho. Agirás de
acordo com os princípios elevados que apregoas.
Ditarás diretrizes nobres para os outros,
contudo, marcharás dentro delas, por tua vez.
Proclamarás a necessidade de bom ânimo, mas
seguindo, estrada afora, semeando alegrias e bênçãos, ainda mesmo quando
incompreendido de todos.
Não te contentarás em distribuir moedas e
benefícios imediato. Darás sempre algo de ti mesmo ao que necessita.
Não somente perdoarás. Compreenderás o ofensor,
auxiliando-o a reerguer-se.
Não criticarás. Encontrarás recursos
inesperados de ser útil.
Não deblaterarás. Valer-te-ás do tempo para
materializar os bons pensamentos que te dirigem.
Não disputarás inutilmente. Encontrarás o
caminho do serviço aos semelhantes em qualquer parte.
Não viverás simplesmente no combate palavroso
contra o mal. Reterás o bem, semeando-o com todos.
Não condenarás. Descobrirás a luz do amor para
fazê-la brilhar em teu coração, até o sacrifício.
Ora e vigia.
Ama e espera.
Serve e renuncia.
Se não te dispões a
aproveitar a lição do Mestre divino, afeiçoando a própria vida aos seus
ensinamentos, a tua fé terá sido vã.
NOSSA
REFLEXÃO
O caput dessa mensagem de Emmanuel, é um
recorte da oração que o Cristo fez, antes de ser entregue aos soldados romanos.
Ele já esperava que isso ia acontecer e faz uma despedida. Considera que formou
seus discípulos para a tarefa que deveriam cumprir dali em diante. O que
recebeu do Pai, transferiu aos discípulos, de modo que pudessem compreender, o
mínimo, e confiou.
Emmanuel faz um check-list do que um
proponente precisa cumprir para ser um servidor do Cristo em nossa querida
Terra. Então, faz um convite a todos e todas nós que sigamos o Cristo, tendo fé
nEle, como Ele teve em Deus.
É importante ressaltar o
que Emmanuel nos coloca para bem compreendermos o nosso papel na seara cristã:
“Não
só ensinarás o bom caminho. Agirás de acordo com os princípios elevados que
apregoas. Ditarás diretrizes nobres para os outros, contudo, marcharás dentro
delas, por tua vez”.
Nosso irmão maior,
retornou, como prometeu, 1857[1]
anos depois, trazendo para nós o Espiritismo e em mensagem, assinando como O
Espírito de Verdade, nos estimulou:
Obreiros,
traçai o vosso sulco; recomeçai no dia seguinte o afanoso labor da véspera; o
trabalho das vossas mãos vos fornece aos corpos o pão terrestre; vossas almas,
porém, não estão esquecidas; e Eu, o Jardineiro divino, as cultivo no silêncio
dos vossos pensamentos. [...] Em verdade vos digo: os que carregam seus fardos
e assistem os seus irmãos são bem-amados meus. Instruí-vos na preciosa doutrina
que dissipa o erro das revoltas e vos mostra o sublime objetivo da provação humana.
[...] Estou convosco e meu apóstolo vos instrui. Bebei na fonte viva do
amor e preparai-vos, cativos da vida, a lançar-vos um dia, livres e alegres, no
seio daquele que vos criou fracos para vos tornar perfectíveis e que quer
modeleis vós mesmos a vossa maleável argila, a fim de serdes os artífices da
vossa imortalidade.[2]
Ele dá aos cristãos o
estímulo de que sempre estará conosco, como afirmou em sua oração, da qual foi
extraída o caput dessa mensagem:
Eu [estou] neles e tu [estás] em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como amaste a mim. Pai, quero que onde eu estou, lá estejam comigo os que me deste, para que contemplem a minha glória, a que me deste antes da fundação do mundo (17: 23-24).[3]
Então, que saibamos que podemos ser aproveitado pelo Cristo, quando assim ele achar que podemos, num contato com um irmão mais necessitado que nós.
Que saibamos agir como pensamos sobre o Espiritismo, a doutrina do Cristo rediviva e ampliada como o Cristo prometeu, pois em sua época não podia nos dizer tudo (JOÃO, 14:15 a 17 e 26)[4].
Que Deus nos ajude.
Domício.
[1] 18/04/1857 – data do lançamento de O
Livro dos Espíritos, obra que apresentou a Doutrina Espírita, codificada por
Allan Kardec.
[2] Vide mensagem na íntegra em O Evangelho Segundo Espiritismo, Cap. VI (O Cristo Consolador), Item 6
(Instruções dos Espíritos-Advento do Espírito de Verdade)
[3] Dias, Haroldo Dutra (Trad.) O Novo Testamento. 1. ed. 2. imp. Brasília: FEB, 2013.
[4] Vide interpretação kardequiana e
instruções dos Espíritos em O Evangelho Segundo Espiritismo, Cap. VI.
[1] 18/04/1857 – data do lançamento de O
Livro dos Espíritos, obra que apresentou a Doutrina Espírita, codificada por
Allan Kardec.
[2] Vide mensagem na íntegra em O Evangelho Segundo Espiritismo, Cap. VI (O Cristo Consolador), Item 6
(Instruções dos Espíritos-Advento do Espírito de Verdade)
[3] Dias, Haroldo Dutra (Trad.) O Novo Testamento. 1. ed. 2. imp. Brasília: FEB, 2013.
[4] Vide interpretação kardequiana e
instruções dos Espíritos em O Evangelho Segundo Espiritismo, Cap. VI.
domingo, 1 de dezembro de 2024
ENTENDAMOS SERVINDO
179
ENTENDAMOS SERVINDO
Porque também nós éramos, noutro tempo, insensatos.
Paulo (TITO, 3:3).
O martelo, realmente, colabora nos primores da estatuária, mas não pode golpear a pedra, indiscriminadamente.
O remédio amargo estabelece a cura do corpo enfermo, no entanto, reclama ciência na dosagem.
Nem mais, nem menos.
Na sementeira da verdade, igualmente, é indispensável não nos desfaçamos em movimento impensado.
Na Terra, não respiramos num domicílio de anjos. Somos milhões de criaturas, no labirinto de débitos clamorosos do passado, suspirando pela desejada equação.
Quem ensina com sinceridade, naturalmente aprendeu as lições, atravessando obstáculos duros.
Claro que a tolerância excessiva resulta em ausência de defesa justa, entretanto, é inegável que para educarmos a outrem, necessitamos de imenso cabedal de paciência e entendimento.
Paulo, incisivo e enérgico, não desconhecia semelhante realidade.
Escrevendo a Tito, lembra as próprias incompreensões de outra época para justificar a serenidade que nos deve caracterizar a ação, a serviço do Evangelho redentor.
Jamais atingiremos nossos objetivos, torturando chagas, indicando cicatrizes, comentando defeitos ou atirando espinhos à face alheia.
Compreensão e respeito devem preceder-nos a tarefa em qualquer parte.
Recordemos nós mesmos, na passagem pelos círculos mais baixos, e estendamos braços fraternos aos irmãos que se debatem nas sombras.
Se te encontras interessado no serviço do Cristo, lembra-te de que Ele não funcionou em promotoria de acusação e, sim, na tribuna do sacrifício até à cruz, na condição de advogado do mundo inteiro.
NOSSA REFLEXÃO
Vemos nessa mensagem de Emmanuel um paralelo entre a sina de um Apóstolo[1] e o do Educador. De imediato, os dois devem ser tolerantes com o erros dos outros.
Emmanuel nos lembra do maior Apóstolo da humanidade, qual seja o Deus: Jesus Cristo. Tolerância, indulgência e misericórdia, no infinito, reunidas em uma só pessoa. Seu ato de suprema misericórdia foi feito no alto da cruz, quando proclamou a Deus: “Perdoa-lhes, Pai, que eles não sabem o que fazem” (LUCAS 23:34).
Todo Educador sabe o que passou para aprender e os erros que cometeu por não ter desenvolvido, até então, o raciocínio ideal para compreender algum fato em seu exercício de aprender. Paulo de Tarso, na figura de Saulo de Tarso foi um perseguidor dos cristãos e não poderia esquecer, conforme Emmanuel nos lembra nessa mensagem, suas “[...] próprias incompreensões de outra época [...]”.
Para melhor ajudar, não podemos nos tornar verdugos das pessoas para as quais queremos ajudar. O Cristo não foi um coração duro para quem o insultou e o chicoteou, muitos menos para quem determinou sua condenação.
O Cristo nos ensinou: “Aquele dentre vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra” (JOÃO, 8: 7). Com isto, segundo A. Kardec, Ele fez da
indulgência um dever para nós outros, porque ninguém há que não necessite, para si próprio, de indulgência. Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos absolvemos. Antes de profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não nos pode ser feita.[2]
Desse modo, sejamos qual o Cristo, reexemplificado por Paulo, ao nos propor a servir toda e qualquer pessoa, sem julgamentos que humilham e condenam.
Que Deus nos ajude.
Domício.
[1] Vide mensagem de Emmanuel, impressa no
livro Fonte Viva, seguida de Nossa Reflexão.
[2] Vide dissertação, na
íntegra, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. X
(Bem-aventurados os que são misericordiosos), Item 13 (Não julgueis, para não
serdes julgados. Atire a primeira
pedra aquele que estiver sem pecado.
domingo, 24 de novembro de 2024
COMBATE INTERIOR
178
COMBATE INTERIOR
Tendo o mesmo combate que já
em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim.
Paulo
(FILIPENSES, 1:30).
Em
plena juventude, Paulo terçou armas contra as circunstâncias comuns, de modo a
consolidar posição para impor-se no futuro da raça. Pelejou por sobrepujar a
inteligência de muitos jovens que lhe foram contemporâneos, deixou colegas e
companheiros distanciados. Discutiu com doutores da Lei e venceu-os.
Entregou-se
à conquista de situação material invejável e conseguiu-a. Combateu por
evidenciar-se no tribunal mais alto de Jerusalém e sobrepôs-se a velhos
orientadores do povo escolhido. Resolveu perseguir aqueles que interpretava por
inimigos da ordem estabelecida e multiplicou adversários em toda parte. Feriu,
atormentou, complicou situações de amigos respeitáveis, sentenciou pessoas
inocentes a inquietações inomináveis, guerreou pecadores e santos, justos e
injustos...
Surgiu,
contudo, um momento em que o Senhor lhe convoca o espírito a outro gênero de
batalha – o combate consigo mesmo.
Chegada
essa hora, Paulo de Tarso cala-se e escuta...
Quebra-se-lhe
a espada nas mãos para sempre.
Não
tem braços para hostilizar e sim para ajudar e servir.
Caminha,
modificado, em sentido inverso. Ao invés de humilhar os outros, dobra a própria
cerviz.
Sofre
e aperfeiçoa-se no silêncio, com a mesma disposição de trabalho que o
caracterizava nos tempos de cegueira.
É
apedrejado, açoitado, preso, incompreendido muitas vezes, mas prossegue sempre,
ao encontro da divina Renovação.
Se
ainda não combates contigo mesmo, dia virá em que serás chamado a semelhante
serviço. Ora e vigia, prepara-te e afeiçoa o coração à humildade e à paciência.
Lembra-te, meu irmão, de que nem mesmo Paulo, agraciado pela visita pessoal de
Jesus, conseguiu escapar.
NOSSA REFLEXÃO
A vida nos oferece as
situações mais sofridas para nos por em estado de alerta sobre como estamos
preparado para cada situação, de acordo com nossos compromissos cármicos, provacionais
e/ou expiatórios.
Emmanuel nos traz o
exemplo de Paulo para compreendermos que não devemos nos acomodar tendo em vista
o nosso estágio evolutivo. Como se disséssemos: “mas ele era Paulo” ou “só
Jesus para suportar tamanha dor”.
Em verdade, nem o Cristo
e nem o Paulo esteve entre nós, senão para servirem de exemplo do que significa
viver em profundas situações de constrangimento e dor por defender os princípios
cristãos.
Jesus nos motivou a
seguirmos firmes, diante das dificuldades, quando nos exortou:
Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (MATEUS, 11:28 a 30).
Allan Kardec, nos
explica o sentido dessa exortação:
Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação na fé no futuro, na confiança na Justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor. Foi isso que levou Jesus a dizer: “Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que Eu vos aliviarei.” Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei por Ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.[1]
Então, diante da dor,
nossa ou alheia, devemos manter a esperança em dias melhores. Isto é, devemos
vestir o capacete da esperança[2],
tendo como motivação a Boa Nova nos deixada pelo Cristo, que foi amplamente
explicada pelo Espiritismo, sobre a Sua Coordenação, na figura do Espírito de Verdade.
Que tenhamos fé, esperança
e caridade diantes das nossas provas e expiações, bem como diante da dos(as)
nossos(as) semelhantes e sigamos combatendo interiormente a nós mesmos, como
Paulo o fez.
Que Deus nos ajude.
Domício.
Ps.: Compartilho um diálogo de Paulo com
Abigail, contido no livro Paulo e Estêvão (FEB) de Emmanuel.
O que fazer para adquirir a compreensão perfeita dos desígnios do Cristo?
AMA.
Como proceder de modo a se enriquecer na virtude divina?
TRABALHA.
Que providências adotar contra o desânimo destruidor?
ESPERA.
Como conciliar as lições do evangelho com a indiferença dos homens?
PERDOA.
[1] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI, Item 2.
[2] Vide mensagem de Emmanuel grafada no livro Fonte Viva, intitulada Capacete da Esperança, refletida por nós no blog Fonte Viva.
domingo, 17 de novembro de 2024
GUARDEMOS SAÚDE MENTAL
177
GUARDEMOS SAÚDE MENTAL
Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da
Terra.
Paulo (COLOSSENSES, 3:2).
O Cristianismo
primitivo não desconhecia a necessidade da mente sã e iluminada de aspirações
superiores, na vida daqueles que abraçam no Evangelho a renovação substancial.
O
trabalho de notáveis pensadores de hoje encontra raízes mais longe.
Sabem
agora, os que lidam com os fenômenos mediúnicos, que a morte da carne não impõe
as delícias celestiais.
O
homem encontra-se, além do túmulo, com as virtudes e defeitos, ideais e vícios
a que se consagrava no corpo.
O
criminoso imanta-se ao círculo dos próprios delitos, quando se não algema aos
parceiros na falta cometida.
O
avarento está preso aos bens supérfluos que abusivamente amontoou.
O
vaidoso permanece ligado aos títulos transitórios.
O
alcoólatra ronda as possibilidades de satisfazer a sede que lhe domina os centros
de força.
Quem
se apaixona pelas organizações caprichosas do “eu”, gasta longos dias para
desfazer as teias de ilusão em que se lhe segrega a personalidade.
O
programa antecede o serviço. O projeto traça a realização.
O
pensamento é energia irradiante. Espraiemo-lo na Terra e prender-nos- emos,
naturalmente, ao chão. Elevemo-lo para o Alto e conquistaremos a
espiritualidade sublime.
Nosso
espírito residirá onde projetarmos nossos pensamentos, alicerces vivos do bem e
do mal. Por isto mesmo, dizia Paulo, sabiamente: – “Pensai nas coisas que são
de cima.”
NOSSA REFLEXÃO
Somos, nesse mundo de
provas e expiações, bombardeados pelos os mais diversos tipos de pensamentos
que nos vêm quando interagimos com as pessoas e acessamos às notícias que
circulam diariamente nas mídias sociais.
Desse modo, de acordo
com o nosso preparo espiritual, daremos importância ao que mais nos convém,
seja de natureza material ou espiritual. Os pensamentos seguem a nossa
inclinação espiritual de acordo com o que consumimos de valores morais mediante
o acesso aos escritos da religião ou moral que cada um professa. Então, é
natural que, ao desencarnarmos, irmos para um plano em que tem Espíritos com os
quais guardamos sintonia.
Jesus nos disse em
interrogatório ao Pilatos que Ele não era desse mundo (JOÃO, 18:33, 36 e 37).[1]
Então, faz sentido a fala de Paulo para pensarmos “[...] nas coisas que são de cima, e não nas que são da Terra”.
Neste
contexto, respondendo à questão de nº 89 (alínea a) O pensamento não é a
própria alma que se transporta?), de O Livro dos Espíritos, os Espíritos da Codificação Espírita responderam,
corroborados por Emmanuel, nesta mensagem: “Quando o pensamento está em alguma
parte, a alma também aí está, pois que é a alma que pensa. O pensamento é um
atributo.”
Então, somos o que
pensamos e pelo que pensamos atraímos para o nosso derredor aqueles que se
sintonizam conosco. No plano espiritual, nosso pensamento nos identifica como o
que somos.
Na Terra, somos também
identificados da mesma forma e conforme o nosso pensamento, se associam a nós
Espíritos que guardam sintonia conosco para nos influenciar para o mal ou para
o bem.
Sobre
isso, respondendo à pergunta de nº 466 de O Livro dos Espíritos (Por que permite Deus que Espíritos nos excitem ao mal?),
os Espíritos Superiores responderam:
Os Espíritos imperfeitos são instrumentos próprios a pôr em prova a fé e a constância dos homens na prática do bem. Como Espírito que és, tens que progredir na ciência do infinito. Daí o passares pelas provas do mal, para chegares ao bem. A nossa missão consiste em te colocarmos no bom caminho. Desde que sobre ti atuam influências más, é que as atrais, desejando o mal; porquanto os Espíritos inferiores correm a te auxiliar no mal, logo que desejes praticá-lo. Só quando queiras o mal, podem eles ajudar-te para a prática do mal. Se fores propenso ao assassínio, terás em torno de ti uma nuvem de Espíritos a te alimentarem no íntimo esse pendor. Outros também te cercarão, esforçando-se por te influenciarem para o bem, o que restabelece o equilíbrio da balança e te deixa senhor dos teus atos.
Desse
modo, seremos muitos sábeis se tivermos cuidado com as nuvens que nos acompanham
diariamente, para não nos associarmos com o que de pior temos nos planos espiritual
e físico, dando relevância àquelas que nos impulsionam ao bem.
Que
Deus nos ajude.
Domício.
domingo, 10 de novembro de 2024
NA REVELAÇÃO DA VIDA
176
NA REVELAÇÃO DA VIDA
E os apóstolos davam, com grande
poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante
graça.
Atos (4:33).
Os
companheiros diretos do Mestre divino não estabeleceram os serviços da
comunidade cristã sobre princípios cristalizados, inamovíveis. Cultuaram a ordem,
a hierarquia e a disciplina, mas amparavam também o espírito do povo,
distribuindo os bens da revelação espiritual, segundo a capacidade receptiva de
cada um dos candidatos à nova fé.
Negar,
presentemente, a legitimidade do esforço espiritista, em nome da fé cristã, é
testemunho de ignorância ou leviandade.
Os
discípulos do Senhor conheciam a importância da certeza na sobrevivência para o
triunfo na vida moral. Eles mesmos se viram radicalmente transformados, após a
ressurreição do Amigo celeste, ao reconhecerem que o amor e a justiça regem o ser
além do túmulo. Por isso mesmo, atraíam companheiros novos, transmitindolhes a
convicção de que o Mestre prosseguia vivo e operoso, para lá do sepulcro.
Em
razão disso, o ministério apostólico não se dividia tãosomente na discussão
dos problemas intelectuais da crença e nos louvores adorativos. Os
continuadores do Cristo forneciam, “com grande poder, testemunho da
ressurreição do Senhor Jesus” e, em face do amor com que se devotavam à obra salvacionista,
neles havia “abundante graça”.
O
Espiritismo evangélico vem movimentar o serviço divino que envolve em si, não somente a crença consoladora, mas
também o conhecimento indiscutível da imortalidade.
As
escolas dogmáticas prosseguirão alinhando artigos de fé inoperante, congelando
as idéias em absurdos afirmativos, mas o Espiritismo cristão vem restaurar, em
suas atividades redentoras, o ensinamento da ressurreição individual,
consagrado pelo Mestre divino, que voltou, Ele mesmo, das sombras da morte,
para exaltar a continuidade da vida.
NOSSA REFLEXÃO
Somos imortais. Eis o
que devemos exaltar, quando possível, em nossas reuniões voltada para o estudo
do Espiritismo ou reuniões familiares ou entre amigos e amigas, se for de
interesse de todos e de todas.
O Cristo voltou da
morte! Somente Tomé ficou relutante em acreditar. E para isso, Ele reapareceu
entres os discípulos e pediu que tocassem em suas chagas.
Então, eles tiveram a
motivação maior pra crer e divulgar a imortalidade da alma. O Cristo voltou pra
mostrar isso.
É importante ressaltar
a orientação espírita que nossa vida não termina com a morte do corpo físico e muito
menos iniciou com a fecundação dele.
A partir dessa vida,
devemos pensar na vida futura, como sendo o que mais importa na vida física
atual.
Este assunto é tomado
no 2º capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo (Meu reino não é deste
mundo (JOÃO, 18:33, 36 e 37), pela importância dele.
Sobre isso, A. Kardec
expõe, interpretando os versículo citados acima:
Por essas palavras, Jesus claramente se refere à vida futura, que Ele apresenta, em todas as circunstâncias, como a meta que a Humanidade irá ter e como devendo constituir objeto das maiores preocupações do homem na Terra. Todas as suas máximas se reportam a esse grande princípio. Com efeito, sem a vida futura, nenhuma razão de ser teria a maior parte dos seus preceitos morais, donde vem que os que não creem na vida futura, imaginando que Ele apenas falava na vida presente, não os compreendem, ou os consideram pueris.[1]
Assim, é fundamental a
Doutrina Espírita para termos em mente que o que fazemos hoje, repercutirá na vida
futura. Este conhecimento nos dá a certeza, também, de que a nossa família e círculo
de amizades não acabam com morte do corpo físico.
Pois, como diz Emmanuel,
nesta mensagem, “o Espiritismo evangélico vem
movimentar o serviço divino que envolve
em si, não somente a crença consoladora, mas também o conhecimento
indiscutível da imortalidade”.
Que Deus nos ajude a
fazer desse ensinamento uma ponte para a nossa evolução espiritual.
Domício.
[1] Vide dissertação, na íntegra, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. II (Meu reino não é deste mundo),
Itens 2 e 3 (A vida futura).
domingo, 3 de novembro de 2024
TRATAMENTO DE OBSESSÕES
175
TRATAMENTO DE OBSESSÕES
E até das cidades circunvizinhas concorria muita gente a Jerusalém,
conduzindo enfermos e atormentados de espíritos imundos, os quais todos eram curados.
(ATOS, 5:16).
A
igreja cristã dos primeiros séculos não estagnava as ideias redentoras do
Cristo em prataria e resplendores do culto externo.
Era
viva, cheia de apelos e respostas.
Semelhante
a ela, o Espiritismo evangélico abre hoje as suas portas benfeitoras a quem sofre
e procura caminho salvador.
É
curioso notar que o trabalho enorme dos espiritistas de agora, no socorro às
obsessões complexas e dolorosas, era da intimidade dos apóstolos. Eles
doutrinavam os espíritos perturbados, renovando pelo exemplo e pelo ensino, não
só os desencarnados sofredores, mas também os médiuns enfermos que lhes
padeciam as influências.
Desde
as primeiras horas de tarefa doutrinária sabe a alma do Cristianismo que seres
invisíveis, menos equilibrados, vagueiam no mundo, produzindo chagas psíquicas
naqueles que lhes recebem a atuação, e não desconhece as exigências do trabalho
de conversão e elevação que lhe cabe realizar; os dogmas religiosos, porém,
impediram-lhe o serviço eficiente, há muitos séculos.
Em
plena atualidade, todavia, ressurgem os quadros primitivos da Boa-Nova.
Entidades
espirituais ignorantes e infortunadas adquirem nova luz e roteiro novo, nas
casas de amor que o Espiritismo cristão institui, vencendo preconceitos e
percalços de vulto.
O
tratamento de obsessões, portanto, não é trabalho excêntrico, em nossos
círculos de fé renovadora. Constitui simplesmente a continuidade do esforço de
salvação aos transviados de todos os matizes, começado nas luminosas mãos de
Jesus.
NOSSA REFLEXÃO
Espíritos de todos os
matizes morais sempre teve em nosso planeta de provas e expiações. Contudo, o
trabalho de conversão deles, em favor deles e dos que eles perseguiam, começou
com o Cristo.
Sabemos que muito se
construiu de inimizades na Terra e que o ódio de quem partiu pra o plano
espiritual, continua vivo no desencarnado. E, então, de onde ele não pode ser
visto, passa a perseguir o que ficou encarnado. Temos, neste caso, os inimigos
desencarnados.
Sobre isso, A. Kardec
explanou sobre os motivos pelos quais o Espírita deve ser indulgente para com um
inimigo:
[...] a morte apenas o livra da presença material do seu inimigo, pois que este o pode perseguir com o seu ódio, mesmo depois de haver deixado a Terra; que, assim, a vingança, que tome, falha ao seu objetivo, visto que, ao contrário, tem por efeito produzir maior irritação, capaz de passar de uma existência a outra. Cabia ao Espiritismo demonstrar, por meio da experiência e da lei que rege as relações entre o mundo visível e o mundo invisível, que a expressão: extinguir o ódio com o sangue é radicalmente falsa, que a verdade é que o sangue alimenta o ódio, mesmo no além-túmulo.[1]
Desse modo a máxima cristã
Amai vossos inimigos (MATEUS, 5: 43 a 47). Esta atitude pode converter em
amigos até o inimigo mais severo, pois,
Mediante o bom procedimento, tira-se, pelo menos, todo pretexto às represálias, podendo-se até fazer de um inimigo um amigo, antes e depois de sua morte. Com um mau proceder, o homem irrita o seu inimigo, que então se constitui instrumento de que a Justiça de Deus se serve para punir aquele que não perdoou.[2]
O processo de relação malévola
de um Espírito desencarnado sobre um encarnado dá-se o nome de obsessão.
O Espiritismo vem a ser um meio, pela comunicabilidade dos Espíritos desencarnados,
de curar as obsessões. Ou seja, estabelecer um elo amigável entre inimigos do
passado, seja dessa ou de encarnações pretéritas.
Segundo A. Kardec,
A obsessão apresenta caracteres diversos, que é preciso distinguir e que resultam do grau do constrangimento e da natureza dos efeitos que produz. A palavra obsessão é, de certo modo, um termo genérico, pelo qual se designa esta espécie de fenômeno, cujas principais variedades são: a obsessão simples, a fascinação e a subjugação (grifos nossos).[3]
Desse modo, conforme Emmanuel,
nesta mensagem, o tratamento das obsessões, iniciados com o Cristo e exemplificado,
também, pelos apóstolos, reaparece nas casas espíritas.
Que Deus ajude os
tarefeiros (médiuns e dialogadores com os irmãos obsessores) das sessões de desobsessão
nos centros espíritas.
Domício.