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ENTENDIMENTO
Transformai-vos pela renovação do vosso entendimento.
Paulo (ROMANOS, 12:2).
Quando
nos reportamos ao problema da transformação espiritual, a comunidade dos
discípulos do Evangelho concorda conosco, quanto a semelhante necessidade, mas
nem todos demonstram perfeita compreensão do assunto.
No
fundo, todos anelam a modificação, no entanto, a maioria não aspira senão à
mudança de classificação convencional.
Os
menos favorecidos pelo dinheiro buscam escalar o domínio das possibilidades
materiais, os detentores de tarefas humildes pleiteiam as grandes posições e,
num crescendo desconcertante, quase todos pretendem a transformação indébita
das oportunidades a que se ajustam, mergulhando na desordem inquietante. A
renovação indispensável não é a de plano exterior flutuante. Transformar-se-á o
cristão devotado, não pelos sinais externos, e sim pelo entendimento, dotando a
própria mente de nova luz, em novas concepções.
Assim
como qualquer trabalho terrestre pede a sincera aplicação dos aprendizes que a
ele se dedicam, o serviço de aprimoramento mental exige constância de esforço
no bem e no conhecimento.
Ainda
aqui, é forçoso reconhecer que a disciplina entrará com fatores decisivos.
Não
te cristalizes, pois, em falsas noções que já te prejudicaram o dia de ontem.
Repara
a estrutura dos teus raciocínios de agora, ante as circunstâncias que te
rodeiam. Pergunta a ti próprio quanto ganhaste no Evangelho para analisar
retamente esse ou aquele acontecimento de teu caminho. Faze isto e a Bondade do
Senhor te auxiliará na esclarecedora resposta a ti mesmo.
NOSSA REFLEXÃO
Emmanuel
nos chama a atenção para a necessidade de mudança em nós. Faz-nos pensar na
mudança de atitude de deixar de expressar o jargão “só Jesus é perfeito” para o
“eu quero ser perfeito que nem Jesus”.
Faz-nos
pensar o quanto progredimos nesta existência, a partir de nossa religiosidade
espírita.
Esforço
em mudar a cada dia deve ser o nosso ideal espírita. Allan Kardec nos deixou a
seguinte máxima: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua
transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações
más.”[1]
Nesse
sentido, há uma direção de ações para que possamos aproveitar o máximo possível
o nosso tempo em uma encarnação, com vista ao nosso aperfeiçoamento?
O
Espírito Santo Agostinho que integrou a equipe espiritual que codificou o
Espiritismo, ao ser interrogado sobre qual seria “[...] o meio
prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à
atração do mal?”, ele respondeu como segue:
“Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois, a vós mesmos perguntas, interrogai-vos sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou tal circunstância, sobre se fizestes alguma coisa que, feita por outrem, censuraríeis, sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis confessar. Perguntai ainda mais: ‘Se aprouvesse a Deus chamar-me neste momento, teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos, onde nada pode ser ocultado?[2]
Emmanuel,
corroborando com Allan Kardec e o Santo Agostinho, nos deixa a seguinte dica:
Repara a estrutura dos teus raciocínios de agora, ante as circunstâncias que te rodeiam. Pergunta a ti próprio quanto ganhaste no Evangelho para analisar retamente esse ou aquele acontecimento de teu caminho. Faze isto e a Bondade do Senhor te auxiliará na esclarecedora resposta a ti mesmo.
Que
consigamos ser persistentes quanto a sermos melhor a cada dia, sabendo que
podemos contar com Deus e todos aqueles que já o vêem, além dos mais próximos
de nós mas que já evoluíram um pouco mais na direção da perfeição.
Que
Deus nos ajude.
Domício.
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