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AMOR FRATERNAL
Permaneça o amor fraternal.
Paulo
(HEBREUS, 13:1).
As afeições
familiares, os laços consanguíneos, as simpatias naturais podem ser
manifestações muito santas da alma, quando a criatura as eleva no altar do
sentimento superior; contudo, é razoável que o espírito não venha a cair sob o
peso das inclinações próprias.
O equilíbrio
é a posição ideal.
Por demasia
de cuidado, inúmeros pais prejudicam os filhos.
Por excesso
de preocupações, muitos cônjuges descem às cavernas do desespero, defrontados
pelos insaciáveis monstros do ciúme que lhes aniquilam a felicidade.
Em razão da
invigilância, belas amizades terminam em abismo de sombra.
O apelo
evangélico, por isto mesmo, reveste-se de imensa importância.
A
fraternidade pura é o mais sublime dos sistemas de relações entre as almas.
O homem que
se sente filho de Deus e sincero irmão das criaturas não é vitima dos fantasmas
do despeito, da inveja, da ambição, da desconfiança. Os que se amam
fraternalmente alegram-se com o júbilo dos companheiros; sentem-se felizes com
a ventura que lhes visita os semelhantes.
As afeições
violentas, comumente conhecidas na Terra, passam vulcânicas e inúteis.
Na teia das
reencarnações, os títulos afetivos modificam-se constantemente. É que o amor
fraternal, sublime e puro, representando o objetivo supremo do esforço de
compreensão, é a luz imperecível que sobreviverá no caminho eterno.
NOSSA REFLEXÃO
O Espírito Emmanuel fala das relações interpessoais muito
comuns na sociedade humana.
Muitas vezes, pecamos pelo excesso de cuidados com um ser
que queremos bem, que pode ser um filho ou uma filha, a esposa ou o esposo, o
amigo ou a amiga, etc. Esta é a via da desarmonia em família, no trabalho ou no
dia a dia de relações na sociedade.
O Espiritismo nos ensina a nos desapegarmos de nossas
pretenciosas posição de superioridade e nos motiva a respeitar o livre arbítrio[1]
daquele ou daquela que dizemos amar. Cada um com sua compreensão da vida e responsabilidades
pelos seus atos. Se quisermos ajudar, antes de tudo, quem queremos ajudar, deve
estar na posição de recepção.
A impaciência com quem não nos escuta é puro
egocentrismo. Devemos lembrar que somos também observados e inspirados a fazer
diferente do que habitualmente fazemos e não escutamos e nem nos sensibilizamos
com os pensamentos superiores. Mas quem nos inspira respeita o nosso livre
arbítrio.
Somos sabedores do Maior Mandamento deixado pelo Mestre
Jesus que é duas vezes citado no Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. XI e XV):
Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu
coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito. — Esse o maior e o
primeiro mandamento. E aqui está o segundo, que é semelhante ao primeiro:
Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. Toda a lei e os profetas se acham
contidos nesses dois mandamentos (Mateus, 22:34 a 40).
Fazei aos homens tudo o que queirais que eles
vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas (Mateus, 7:12).
Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem (Lucas, 6:31).
Esses versículos nos orientam como devemos proceder,
em qualquer situação, particularmente em família.
Como diz
Emmanuel, nesta mensagem: “por demasia de cuidado, inúmeros pais prejudicam os
filhos”.
A impaciência com o proceder de quem queremos bem, entendendo
que o nosso é um exemplo (às vezes, uma ilusão) muitas vezes, em vez de ajudar,
afasta o móvel de nossas preocupações.
Sobre isso, devemos ter em conta o que nos instrui Um Espírito
Amigo:
Sede pacientes. A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e, conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova a paciência.[2]
Então, devemos ter paciência com os outros, como
necessitamos que outras pessoas sejam pacientes conosco. Devemos ser fratermos,
sempre, pois, Emmanuel nos ilumina,
também, nessa mensagem: [...] A fraternidade pura é o mais sublime dos sistemas
de relações entre as almas”.
Que sejamos sempre queridos por quem queremos bem, querendo-os
bem, de fato, como Jesus nos ensinou, fazendo aos outros o que gostaríamos que fizessem
a nós.
Que Deus nos ajude a amar fraternalmente.
Domício.