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SAIBAMOS LEMBRAR
Lembrai-vos das minhas prisões.
Paulo (COLOSSENSES,
4:18).
Nas
infantilidades e irreflexões costumeiras, os crentes recordam apenas a luminosa
auréola dos espíritos santificados na Terra.
Supõem
muitos encontrá-los, facilmente, além do túmulo, a fim de receber-lhes
preciosas lembranças.
Não aguardam
senão o céu, através de repouso brilhante na imensidade cósmica...
Quantos se
lembrarão de Paulo tão somente na glorificação? Entretanto, nesta observação
aos colossenses, o grande apóstolo exorta os amigos a lhe rememorarem as
prisões, como a dizer que os discípulos não devem cristalizar o pensamento na
antevisão de facilidades celestes e, sim, refletir, seriamente, no trabalho justo
pela posse do reino divino.
A conquista
da espiritualidade sublimada tem igualmente os seus caminhos. É indispensável
percorrê-los.
Antes de
fixarmos a coroa resplandecente dos Apóstolos fiéis, meditemos nos espinhos que
lhes feriram a fronte.
Paulo conseguiu
atingir as culminâncias; entretanto, quantos golpes de açoite, pedradas e
ironias suportou, adaptando-se aos ensinamentos do Cristo, em escalando a
montanha!...
Não mires,
apenas, a superioridade manifesta daqueles a quem consagras admiração e respeito.
Não te esqueças de imitá-los afeiçoando-te aos serviços sacrificiais a que se
devotaram para alcançar os divinos fins.
NOSSA REFLEXÃO
Paulo, como os discípulos, foi perseguido, apedrejado,
preso e condenado à morte, não necessariamente num mesmo episódio.[1]
Jesus anteviu os martírios. Sabemos que historicamente
os cristão e demais crentes de outras denominações religiosas sempre foram discriminados
e até mesmo mortos por defenderem sua religião, a ponto de hoje no Brasil haver
a lei LEI N. 10.825, DE
22 DE DEZEMBRO DE 2003 que ampara a liberdade religiosa.
Erasto, Espírito da Codificação Espírita, em sua
instrução Missão dos espíritas, nos traz estímulos para o trabalho espírita, da
qual destacamos o trecho abaixo que corrobora a previsão do Cristo e o que
passou Paulo e demais discípulos como citado acima:
Ide, pois, e levai a palavra divina: aos grandes que a desprezarão, aos eruditos que exigirão provas, aos pequenos e simples que a aceitarão; porque, principalmente entre os mártires do trabalho, desta provação terrena, encontrareis fervor e fé. Ide; estes receberão, com hinos de gratidão e louvores a Deus, a santa consolação que lhes levareis, e baixarão a fronte, rendendo-lhe graças pelas aflições que a Terra lhes destina.[2]
Sabemos que não foi fácil o reconhecimento do Espiritismo
no Brasil. Inclusive foi criminalizado pelo Código Penal, em 1890.[3]
Então, a mensagem do Emmanuel no deixa entender que o
ideal cristão deve ser estimulado pela superioridade das palavras dos
iluminados espíritos que historicamente conhecemos e, principalmente, pelo martírio
que tiveram que passar para poderem proferirem suas palavras esclarecedora e inspiradora.
Que Deus nos ajude.
Domício.
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