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É PORQUE IGNORAM
E isto vos farão, porque não conhecem ao Pai nem a mim.
Jesus.
(JOÃO, 16:3).
Dolorosas
perplexidades não raro assaltam os discípulos, inspirando-lhes interrogações.
Por
que a desarmonia, em torno do esforço fraterno? A jornada do bem encontra
barreiras sombrias.
Tenta-se
o estabelecimento da luz, mas a treva penetra as estradas. Formulam-se projetos
simples para a caridade que a má-fé procura perturbar ao primeiro impulso de realização.
Quase
sempre, a demonstração destrutiva parte de homens assinalados pela posição de
evidência, indicados pela força das circunstâncias para exercer a função de
orientadores do pensamento geral. São esses que, na maioria das ocasiões, se
arvoram em expositores de imposições e exigências descabidas.
O
aprendiz sincero de Jesus, todavia, não deve perder tempo com interrogações e
ansiedades que se não justificam.
O
Mestre divino esclareceu esse grande problema por antecipação.
A
ignorância é a fonte comum do desequilíbrio. E se esse ou aquele grupo de
criaturas busca impedir as manifestações do bem, é que desconhece, por
enquanto, as bênçãos do Céu.
Nada
mais que isto.
É
necessário, pois, esquecer as sombras que ainda dominam a maior parte dos
setores terrestres, vivendo cada discípulo na luz que palpita no serviço do
Senhor.
NOSSA REFLEXÃO
A
orientação de Jesus, no caput desta mensagem de Emmanuel, se deu quando
ele se despedia dos discípulos, preparando-os para o que haveria de vir pra
eles, quando estivessem divulgando a Boa Nova.
Emmanuel,
no livro Fonte Viva, posterior a esse que refletimos por agora, na mensagem
intitulada Díscipulos,
retornou a tratar da formação de discípulos, traduzindo a preocupação do Cristo
em preparar os seus seguidores pra as provas que passariam ao seguí-lo.
Nesse
caminhar de cada criatura do Pai que queira se tornar um cristão ou uma cristã,
ela passará por seleção, pois ninguém deve usurpar, como Espírito, o lugar do
verdadeiro espírita ou cristão de qualquer matiz religiosa.
Em Lucas
(12: 48), Jesus nos chama a atenção para o seguinte: “Muito
se pedirá àquele a quem muito se houver dado e maiores contas serão tomadas
àquele a quem mais coisas se haja confiado.”
A. Kardec nos explica a respeito:
Principalmente ao ensino dos Espíritos é que estas máximas se aplicam. Quem quer que conheça os preceitos do Cristo e não os pratique, é certamente culpado; contudo, além de o Evangelho, que os contém, achar-se espalhado somente no seio das seitas cristãs, mesmo dentro destas quantos há que não o leem, e, entre os que o leem, quantos os que o não compreendem! Resulta daí que as próprias palavras de Jesus são perdidas para a maioria dos homens.[1]
Então,
o cristão ou cristã, de qualquer denominação religiosa, deve estar preparado (a)
para o enfrentamento da má vontade em torno de suas ações voltadas ao bem e não
deixar-se ser cooptado (a) pelo mal ou desistimulado por ele, principalmente se
o mal é representado por pessoas que, formadas no e para o culto religioso, por
ignorância ou má fé, aproveita-se da boa fé de quem os escuta.
No
caso do desístimulo ao bem, no caso de perseguição religiosa, que os (as) cristãos
(ãs) sofreram muito, no início do cristianismo, e sofrem até hoje, mas em menor
grau, é importante ressalvar o que o Emmanuel nos traz nesta mensagem: “A
ignorância é a fonte comum do desequilíbrio. E se esse ou aquele grupo de
criaturas busca impedir as manifestações do bem, é que desconhece, por
enquanto, as bênçãos do Céu”.
Que sejamos,
sempre, dotados de fé e perseverança no bem, a despeito das perseguições religiosas,
e nos defendamos de forma jurídica, quando formos vítimas de uma ação do tipo, pois
há uma Lei brasileira que protege o culto religioso de qualquer matiz, que é a Lei nº 14.532, de 11 de janeiro de 2023.
Que Deus
nos ajude.
Domício.
[1] Vide dissertação de Allan Kardec, a
respeito, na íntegra, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVIII, Item 12.
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