domingo, 1 de outubro de 2023

É PORQUE IGNORAM

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É PORQUE IGNORAM

E isto vos farão, porque não conhecem ao Pai nem a mim.

Jesus. (JOÃO, 16:3).

Dolorosas perplexidades não raro assaltam os discípulos, inspirando-lhes interrogações.

Por que a desarmonia, em torno do esforço fraterno? A jornada do bem encontra barreiras sombrias.

Tenta-se o estabelecimento da luz, mas a treva penetra as estradas. Formulam-se projetos simples para a caridade que a má-fé procura perturbar ao primeiro impulso de realização.

Quase sempre, a demonstração destrutiva parte de homens assinalados pela posição de evidência, indicados pela força das circunstâncias para exercer a função de orientadores do pensamento geral. São esses que, na maioria das ocasiões, se arvoram em expositores de imposições e exigências descabidas.

O aprendiz sincero de Jesus, todavia, não deve perder tempo com interrogações e ansiedades que se não justificam.

O Mestre divino esclareceu esse grande problema por antecipação.

A ignorância é a fonte comum do desequilíbrio. E se esse ou aquele grupo de criaturas busca impedir as manifestações do bem, é que desconhece, por enquanto, as bênçãos do Céu.

Nada mais que isto.

É necessário, pois, esquecer as sombras que ainda dominam a maior parte dos setores terrestres, vivendo cada discípulo na luz que palpita no serviço do Senhor.

NOSSA REFLEXÃO

A orientação de Jesus, no caput desta mensagem de Emmanuel, se deu quando ele se despedia dos discípulos, preparando-os para o que haveria de vir pra eles, quando estivessem divulgando a Boa Nova.

Emmanuel, no livro Fonte Viva, posterior a esse que refletimos por agora, na mensagem intitulada Díscipulos, retornou a tratar da formação de discípulos, traduzindo a preocupação do Cristo em preparar os seus seguidores pra as provas que passariam ao seguí-lo.

Nesse caminhar de cada criatura do Pai que queira se tornar um cristão ou uma cristã, ela passará por seleção, pois ninguém deve usurpar, como Espírito, o lugar do verdadeiro espírita ou cristão de qualquer matiz religiosa.

Em Lucas (12: 48), Jesus nos chama a atenção para o seguinte: “Muito se pedirá àquele a quem muito se houver dado e maiores contas serão tomadas àquele a quem mais coisas se haja confiado.”

A. Kardec nos explica a respeito:

Principalmente ao ensino dos Espíritos é que estas máximas se aplicam. Quem quer que conheça os preceitos do Cristo e não os pratique, é certamente culpado; contudo, além de o Evangelho, que os contém, achar-se espalhado somente no seio das seitas cristãs, mesmo dentro destas quantos há que não o leem, e, entre os que o leem, quantos os que o não compreendem! Resulta daí que as próprias palavras de Jesus são perdidas para a maioria dos homens.[1] 

Então, o cristão ou cristã, de qualquer denominação religiosa, deve estar preparado (a) para o enfrentamento da má vontade em torno de suas ações voltadas ao bem e não deixar-se ser cooptado (a) pelo mal ou desistimulado por ele, principalmente se o mal é representado por pessoas que, formadas no e para o culto religioso, por ignorância ou má fé, aproveita-se da boa fé de quem os escuta.

No caso do desístimulo ao bem, no caso de perseguição religiosa, que os (as) cristãos (ãs) sofreram muito, no início do cristianismo, e sofrem até hoje, mas em menor grau, é importante ressalvar o que o Emmanuel nos traz nesta mensagem: “A ignorância é a fonte comum do desequilíbrio. E se esse ou aquele grupo de criaturas busca impedir as manifestações do bem, é que desconhece, por enquanto, as bênçãos do Céu”.

Que sejamos, sempre, dotados de fé e perseverança no bem, a despeito das perseguições religiosas, e nos defendamos de forma jurídica, quando formos vítimas de uma ação do tipo, pois há uma Lei brasileira que protege o culto religioso de qualquer matiz, que é a Lei nº 14.532, de 11 de janeiro de 2023.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Vide dissertação de Allan Kardec, a respeito, na íntegra, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVIII, Item 12.

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