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AO PARTIR DO PÃO
E eles lhes contaram o que lhes acontecera no caminho, e como deles foi
conhecido ao partir do pão.
Lucas (24:35).
Muito
importante o episódio em que o Mestre é reconhecido pelos discípulos que se
dirigiam para Emaús, em desesperação. Jesus seguira-os, qual amigo oculto,
fixando-lhes a verdade no coração com as fórmulas verbais, carinhosas e doces.
Grande
parte do caminho foi atravessada em companhia daquele homem, amoroso e sábio,
que ambos interpretaram por generoso e simpático desconhecido e, somente ao
partir do pão, reconhecem o Mestre muito amado.
Os
dois aprendizes não conseguiram a identificação nem pelas palavras, nem pelo
gesto afetuoso; contudo, tão logo surgiu o pão materializado, dissiparam todas
as dúvidas e creram.
Não
será o mesmo que vem ocorrendo no mundo há milênios?
Compactas
multidões de candidatos à fé se afastam do serviço divino, por não atingirem,
depois de certa expectação, as vantagens que aguardavam no imediatismo da luta
humana. Sem garantia financeira, sem caprichos satisfeitos, não comungam na
crença renovadora, respeitável e fiel.
É
necessário combater semelhante miopia da alma.
Louvado
seja o Senhor por todas as lições e testemunhos que nos confere, mas
continuarás muito longe da verdade se o procuras apenas na divisão dos bens
fragmentários e perecíveis.
NOSSA REFLEXÃO
Esta passagem
evangélica, base para a reflexão de Emmanuel, se deu com dois discípulos do Cristo,
após a ressurreição do Mestre. Viajavam para Emaús, aflitos por não terem mais
o Cristo entre eles. A esperança que os alimentaram enquanto Jesus estava com
eles, havia diminuído.
O
Cristo os acompanhara sem ser percebido, inclusive conversando com eles. Só
foram reconhecê-lo quando o viram repartir o pão pelo modo de fazê-lo,
reacendendo as esperanças e a credibilidade da companhia que continuariam tendo
após a despedida.
A
lição que devemos tirar desse epsódio é que devemos crer, sem ver. Não devemos
nos prender ao fenômenos materiais, temporários, para entender o espiritual por
trás deles, que é permanente.
Emmanuel,
nesta mensagem, sobre isso, nos faz refletir:
Compactas multidões de candidatos à fé se afastam do serviço divino, por não atingirem, depois de certa expectação, as vantagens que aguardavam no imediatismo da luta humana. Sem garantia financeira, sem caprichos satisfeitos, não comungam na crença renovadora, respeitável e fiel.
Isto
nos leva refletir sobre o afastamento de espíritas das reuniões espíritas,
quando não se vêem satisfeitos pela falta de uma prova contudente da vida após
a morte, por não receber uma mensagem de um ente querido que partiu para a
pátria espiritual, por exemplo.
Allan
Kardec explica essa situação:
Muitos, entretanto, dos que acreditam nos fatos das manifestações não lhes apreendem as consequências, nem o alcance moral, ou, se os apreendem, não os aplicam a si mesmos. [...] Nalguns ainda muito tenazes são os laços da matéria para permitirem que o Espírito se desprenda das coisas da Terra.[1]
Então,
é necessário, para aproveitarmos o máximo possível do que nos apresenta a
Doutrina, que nos desprendamos dos fenômenos, como prova do que está escrito
nos textos.
Sejamos
fervorosos, mas de modo racional, pois como está nos prolegômenos de O
Evangelho Segundo o Espíritismo, “fé inabalável só o é a que
pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade”.
Que
Deu nos ajude.
Domício.
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