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OUÇAM-NOS
Disse-lhe
Abraão: Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos.
Lucas (16:29).
A resposta de Abraão ao rico da parábola ainda
é ensinamento de todos os dias, no caminho comum.
Inúmeras pessoas se aproximam das fontes de
revelação espiritual, entretanto, não conseguem a libertação dos laços
egoísticos de modo que vejam e ouçam, qual lhes convém aos interesses
essenciais.
Há precisamente um século, estabeleceu-se
intercâmbio mais intenso entre os dois planos, na grande movimentação do
Cristianismo redivivo; contudo, há aprendizes que contemplam o céu, angustiados
tão-só porque nunca receberam a mensagem direta de um pai ou de um filho na
experiência humana. Alguns chegam ao disparate de se desviarem da senda
alegando tais motivos. Para esses, o fenômeno e a revelação no Espiritismo
evangélico são simples conjunto de inverdades, porque nada obtiveram de parentes
mortos, em consecutivos anos de observação.
Isso, porém, não passa de contrassenso.
Quem poderá garantir a perpetuidade dos elos
frágeis das ligações terrestres?
O impulso animal tem limites.
Ninguém justifique a própria cegueira com a
insatisfação do capricho pessoal.
O mundo está repleto de mensagens e emissários,
há milênios. O grande problema, no entanto, não está em requisitar-se a verdade
para atender ao círculo exclusivista de cada criatura, mas na deliberação de
cada homem, quanto a caminhar com o próprio valor, na direção das realidades
eternas.
NOSSA
REFLEXÃO
Emmanuel se inspira num versículo de João que
está num capítulo que narra a Parábola do Rico e de Lázaro (JOÃO[1],
16: 19 – 31). Nesta Parábola, o rico, após a morte do corpo, foi pra o Hades[2],
enquanto o pobre elevou-se ao seio de Abraão (o Céu, entre outras palavras).
Ocorre que o rico pediu que Abraão enviasseà Terra, Espíritos que pudessem
falar aos seus irmãos o sofrimento que passava. Abraão, foi, então, firme em
dizer que eles não ouviriam os mortos. Mas, que, se ouvissem os profetas (o
Abraão como um deles) tudo seria melhorado.
Isto nos lembra, também que tivemos o Cristo e
isto seria (e é o suficiente), em bom termos, pra evoluirmos consideravelmente.
Contudo, hoje, apesar de termos o Espiritismo, a grande população cristã não dá
ouvidos à Doutrina.
A exemplos de alguns simpatizantes da Doutrina,
Emmanuel cita aqueles que se afastaram por não terem tido um contato com parentes
desencarnados. São aqueles que se apegam aos fenômenos.
A. Kardec reflete sobre isso, pois a Doutrina é
simples de entender, independentemente da intervenção dos Espíritos em sessões
mediúnicas:
Muitos,
entretanto, dos que acreditam nos fatos das manifestações não lhes apreendem as
consequências, nem o alcance moral, ou, se os apreendem, não os aplicam a si
mesmos. A que atribuir isso? [...] Nalguns ainda muito tenazes são os laços da
matéria para permitirem que o Espírito se desprenda das coisas da Terra; a
névoa que os envolve tira-lhes a visão do infinito, donde resulta não romperem
facilmente com os seus pendores, nem com seus hábitos, não percebendo haja
qualquer coisa melhor do que aquilo de que são dotados. Têm a crença nos
Espíritos como um simples fato, mas que nada ou bem pouco lhes modifica as
tendências instintivas. Numa palavra: não divisam mais do que um raio de luz,
insuficiente a guiá-los e a lhes facultar uma vigorosa aspiração, capaz de lhes
sobrepujar as inclinações.[3]
Esses, segundo A. Kardec, são os “espíritas
imperfeitos” que desistem do caminho por não se aterem a ideia, se prendendo
aos fenômenos.
Então, que sejamos, mais que fenomenológicos, ideológicos.
Desse modo, saberemos distinguir os falsos profetas da erraticidade[4]
dos verdadeiros seareiros do Cristo, do plano espiritual[5]. Em
síntese, A. Kardec, nos dá uma dica pra fazermos uma boa diferenciação: “O
Espiritismo nos faculta os meios de experimentá-los, apontando os caracteres
pelos quais se reconhecem os bons Espíritos, caracteres sempre morais, nunca
materiais”[6].
Que Deus nos ajude.
Domicio.
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