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TUA
FÉ
E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou;
vai em paz.
(LUCAS,
8:48).
É importante observar que
o divino Mestre, após o benefício dispensado, sempre se reporta ao prodígio da
fé, patrimônio sublime daqueles que o procuram.
Diversas vezes, ouvimo-lo
na expressiva afirmação: – “A tua fé te salvou.” Doentes do corpo e da alma,
depois do alívio ou da cura, escutam a frase generosa. É que a vontade e a confiança do homem são
poderosos fatores no desenvolvimento e iluminação da vida.
O navegante sem rumo e que
em nada confia, somente poderá atingir algum porto em virtude do jogo das
forças sobre as quais se equilibra, desconhecendo, porém, de maneira absoluta,
o que lhe possa ocorrer.
O enfermo, descrente da
ação de todos os remédios, é o primeiro a trabalhar contra a própria segurança.
O homem que se mostra desalentado em todas as coisas, não deverá aguardar a
cooperação útil de coisa alguma.
As almas vazias embalde
reclamam o quinhão de felicidade que o mundo lhes deve. As negações em que
perambulam transformam-nas, perante a vida, em zonas de amortecimento, quais
isoladores em eletricidade. Passa corrente vitalizante, mas permanecem
insensíveis.
Nos empreendimentos e
necessidades de teu caminho, não te isoles nas posições negativas. Jesus pode
tudo, teus amigos verdadeiros farão o possível por ti; contudo, nem o Mestre e
nem os companheiros realizarão em sentido integral a felicidade que ambicionas,
sem o concurso de tua fé, porque também tu és filho do mesmo Deus, com as
mesmas possibilidades de elevação.
NOSSA REFLEXÃO
Uma mensagem de estímulo ao desenvolvimento de
nossa fé. Virtude, esta, que nos impulsiona pra frente, nos deixa em paz diante
dos reveses e perturbações que se apresentam no cotidiano de nossas vidas.
Como Emmanuel nos lembra, em vários momentos, o
Cristo assinalou a fé, como motivo de uma cura de uma doença permanente ou
mesmo num momento quase morte de uma criança. Sendo a fé uma virtude
fundamental pra o desenvolvimento do ser humano, Allan Kardec reservou um
capítulo de sua obra, O Evangelho Segundo o Espiritismo (Cap. XIX – A fé transporta montanha), pra
tratar desse importante tema.
A sintonia com as esferas mais altas que pode
ser estabelecida pela fé nos dá segurança de seguirmos nos sentindo amparados por
duas forças: uma força que inicialmente já se encontra em nós – a fé humana
– e outra – a fé divina - que trata de uma consciência que somos criados
simples e ignorantes[1]
pra nos tornarmos Espíritos Puros[2]. E
para isso, temos o amparo de Deus, nosso Criador, substanciado, naturalmente,
pelo amparo de Espíritos amigos.
Allan Kardec nos esclarece sobre o significado da
fé:
[...] entende-se como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim. Ela dá uma espécie de lucidez que permite se veja, em pensamento, a meta que se quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele que a possui caminha, por assim dizer, com absoluta segurança.[3]
Sobre a distinção entre a fé humana e a fé
divina, Um Espírito Protetor nos ajuda a compreender:
A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das suas aspirações celestiais e futuras. O homem de gênio, que se lança à realização de algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque sente em si que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência, haure na sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de abnegação. Enfim, com a fé, não há maus pendores que se não chegue a vencer.[4]
Desse modo, sem pensar que somos amparados por
simplesmente crer, devemos seguir em frente, como aquele ou aquela que deposita
crença em si mesmo(a), pelo esforço em progredir como Espíritos, atendendo a
máxima buscai e achareis,[5] não
se descuidando que podemos contar com a ajuda de muitos do caminho, como, também,
dos que torcem por nós e nos inspiram do plano espiritual.
Que sejamos fervorosos de modo racional em
todos os atos de nossas vidas[6].
Que Deus nos ajude.
Domício.
Ps:
Oferecemos uma poesia de L. Angel sobre a fé raciocinada.
FÉ RACIOCINADA OU RAZÃO
FERVOROSA?
L. Angel 18/04/2010 16/04/2017
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