domingo, 14 de maio de 2023

TRÊS IMPERATIVOS

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TRÊS IMPERATIVOS

E eu vos digo a vós: pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á.

Jesus (LUCAS, 11:9).

Pedi, buscai, batei...

Estes três imperativos da recomendação de Jesus não foram  enunciados sem um sentido especial.

No emaranhado de lutas e débitos da experiência terrestre, é imprescindível que o homem aprenda a pedir caminhos de libertação da antiga cadeia  de convenções sufocantes, preconceitos estéreis, dedicações vazias e hábitos cristalizados. É necessário desejar com força e decisão a saída do escuro cipoal em que a maioria das criaturas perdeu a visão dos interesses eternos.

Logo após, é imprescindível buscar.

A procura constitui-se de esforço seletivo. O campo jaz repleto de solicitações inferiores, algumas delas recamadas de sugestões brilhantes. É indispensável localizar a ação digna e santificadora. Muitos perseguem miragens perigosas, à maneira das mariposas que se apaixonam pela claridade de um incêndio. Chegam de longe, acercam-se das chamas e consomem a bênção do corpo.

É imperativo aprender a buscar o bem legítimo.

Estabelecido o roteiro edificante, é chegado o momento de bater à porta da edificação; sem o martelo do esforço metódico e sem o buril da boa-vontade, é muito difícil transformar os recursos da vida carnal em obras luminosas de arte divina, com vistas à felicidade espiritual e ao amor eterno.

Não bastará, portanto, rogar sem rumo, procurar sem exame e agir sem objetivo elevado.

Peçamos ao Senhor nossa libertação da animalidade primitivista, busquemos a espiritualidade sublime e trabalhemos por nossa localização dentro dela, a fim de converter-nos em fiéis instrumentos da divina Vontade.

Pedi, buscai, batei!... Esta trilogia de Jesus reveste-se de especial significação para os aprendizes do Evangelho, em todos os tempos.

NOSSA REFLEXÃO

Emmanuel nos dá um roteiro significativo pra cumprirmos a exortação do Cristo quanto às atitudes que nós devemos ter pra fazermos o mais produtivo possível o nosso caminhar, objetivando o nosso desenvolvimento espiritual.

Antes, como discutimos na mensagem anterior a esta, devemos aprender a pedir. Emmanuel, nesta, nos conclama que, antes de tudo, devemos aprender “[...] a pedir caminhos de libertação da antiga cadeia de convenções sufocantes, preconceitos estéreis, dedicações vazias e hábitos cristalizados”. O Cristo nos dá a certeza de que se pedirmos, obteremos (Marcos, 11:24.)[1]

Emmanuel, nesse caso, corrobora com A. Kardec, quando este nos ensina que não é qualquer pedido que Deus atenderá àquele que pede:

O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante ideias que fará lhe sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação. Ele assiste os que ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: “Ajuda-te, que o Céu te ajudará”; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço.[2] 

Assim, em todo desejo nobre de nossas vidas em que pedimos ajuda dos Céus, precisamos fazer a nossa parte: buscar aquilo que pode fazer a ponte entre nós e Deus, pra recebermos o máximo possível, conforme nosso merecimento. Emmanuel, sobre isso, nesta mensagem, nos diz: “É imperativo aprender a buscar o bem legítimo”.

Tendo pedido e buscado, eis que a porta condizente com os processos anteriores de pedir e buscar, a porta mais digna, surgirá à nossa frente. Devemos bater. Como é a porta certa, ela se abrirá, pelo nosso merecimento. Mas como Emmanuel nos diz, essa será a “[...] porta da edificação [...]”.

Que saibamos, então, manter o desejo firme de seguir o nosso próprio desejo de evoluir, aproveitando todo os processos anteriores já alcançado.

Que Deus nos ajude.

Domício.



[1] Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes. (Marcos, 11:24).
[2]
Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVII, Item 7.

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