domingo, 16 de abril de 2023

OBSERVAÇÃO PRIMORDIAL

 

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OBSERVAÇÃO PRIMORDIAL

E Jesus respondeu-lhe: o primeiro de todos os mandamentos é: ouve, ó Israel, o Senhor é nosso Deus, o Senhor é um só.

(MARCOS, 12:29).

Replicando ao escriba que o interpelou, com  relação ao primeiro de todos os mandamentos, Jesus precede o artigo inicial do Decálogo de observação original que merece destacada.

Antes de todos os programas de Moisés, das revelações dos Profetas e de suas próprias bênçãos redentoras no Evangelho, o Mestre coloca uma declaração enérgica de princípios, conclamando todos os espíritos ao plano da unidade substancial. Alicerçando o serviço salvador que Ele mesmo trazia das esferas mais altas, proclama o Cristo à Humanidade que só existe um Senhor Todo-Poderoso – o Pai de infinita Misericórdia.

Sabia, de antemão, que muitos homens não aceitariam a verdade, que almas numerosas buscariam escapar às obrigações justas, que surgiriam retardamento, má vontade, indiferença e preguiça, em torno da Boa-Nova; no entanto, sustentou a unidade divina, a fim de que todos os aprendizes se convencessem de que lhes seria possível envenenar a liberdade própria, criar deuses fictícios, erguer discórdias, trair provisoriamente a Lei, estacionar nos caminhos, ensaiar a guerra e a destruição, contudo, jamais poderiam enganar o plano das verdades eternas, ao qual todos se ajustarão, um dia, na perfeita compreensão de que “o Senhor é nosso Deus, o Senhor é um só”.

REFLEXÃO

Emmanuel cuida, nesta mensagem, de nos chamar a atenção da unicidade de um criador de todos nós, que é Deus. Sim, não fomos criados por mais de um. E aos nos criar, Ele também estabeleceu Suas Leis, grafando-as em nossa consciência[1]. Desse modo, devemos guardar, cada vez mais, semelhança com Ele, a partir do conhecimento e cumprimento de Suas Leis. A ideia é que em estado de pureza espiritual (estado em que poderemos ver a Deus, como o Cristo o via/vê e guardava/guarda verdadeira sintonia)[2], teremos, conforme Emmanuel, nesta mensagem, a “[...] perfeita compreensão de que “o Senhor é nosso Deus, o Senhor é um só”.

O Cristo teve o zeloso cuidado que tivéssemos essa sintonia com o Pai. Em vário momentos ele se reportou a Deus como o nosso Pai e que Ele cumpria todas as suas vontades.

Ao resumir o Décalogo de Moiséis, Ele colocou o Pai na condição de Supremo, como A. Kardec nos esclarece:

Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo”, e acrescentando: aí estão a lei toda e os profetas. Por estas palavras: “O céu e a Terra não passarão sem que tudo esteja cumprido até o último iota”, quis dizer Jesus ser necessário que a Lei de Deus tivesse cumprimento integral, isto é, fosse praticada na Terra inteira, em toda a sua pureza, com todas as suas ampliações e consequências.[3]

Isto mostrou-se ser compreendido pelos Espíritos Superiores quando responderam à primeira pergunta de O Livro dos Espíritos: 1) Que é Deus? “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”

Ao nos orientar a orar a Deus, o Cristo iniciou a prece dominical com a exaltação: “Pai Nosso[4], que estás no céu, santificado seja o teu nome!”[5]

Então, devemos ter a compreensão que temos uma Lei a cumprir, e que, a cumprindo, estaremos fadados à felicidade dos justos, merecedores de habitar o Reino dos Céus.

Que o Pai nos ajude.

Domício.


[1] Vide O Livro dos Espíritos, Parte Terceira, Cap. I (Das Leis Morais), Questão 621 - Onde está escrita a Lei de Deus? “Na consciência.”
[2] Vide Vide O Livro dos Espíritos, Parte Segunda, Cap. VI (Da vida espírita), Questão 244 – Os Espíritos veem a Deus? “Só os Espíritos superiores o veem e compreendem. Os inferiores o sentem e adivinham.”
[3] Vide na íntegra em O Evangelho Segundo o Espíritismo, Cap. I, Item 3.
[4] Vide mensagem de Emmanuel, intitulada Pai Nosso, do livro Fonte Vida, refletida por nós.
[5]
Vide desdobramento, por Allan Kardec, desse início da oração, em O Evangelho Segundo o Espíritismo, Cap. XXVIII, Item 3.

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