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OBSERVAÇÃO PRIMORDIAL
E Jesus respondeu-lhe: o primeiro de
todos os mandamentos é: ouve, ó Israel, o Senhor é nosso Deus, o Senhor é um
só.
(MARCOS, 12:29).
Replicando ao escriba que o
interpelou, com relação ao primeiro de
todos os mandamentos, Jesus precede o artigo inicial do Decálogo de observação
original que merece destacada.
Antes de todos os programas de
Moisés, das revelações dos Profetas e de suas próprias bênçãos redentoras no
Evangelho, o Mestre coloca uma declaração enérgica de princípios, conclamando
todos os espíritos ao plano da unidade substancial. Alicerçando o serviço
salvador que Ele mesmo trazia das esferas mais altas, proclama o Cristo à
Humanidade que só existe um Senhor Todo-Poderoso – o Pai de infinita
Misericórdia.
Sabia, de antemão, que muitos homens
não aceitariam a verdade, que almas numerosas buscariam escapar às obrigações
justas, que surgiriam retardamento, má vontade, indiferença e preguiça, em
torno da Boa-Nova; no entanto, sustentou a unidade divina, a fim de que todos
os aprendizes se convencessem de que lhes seria possível envenenar a liberdade
própria, criar deuses fictícios, erguer discórdias, trair provisoriamente a
Lei, estacionar nos caminhos, ensaiar a guerra e a destruição, contudo, jamais
poderiam enganar o plano das verdades eternas, ao qual todos se ajustarão, um
dia, na perfeita compreensão de que “o Senhor é nosso Deus, o Senhor é um só”.
REFLEXÃO
Emmanuel cuida, nesta mensagem, de
nos chamar a atenção da unicidade de um criador de todos nós, que é Deus. Sim,
não fomos criados por mais de um. E aos nos criar, Ele também estabeleceu Suas
Leis, grafando-as em nossa consciência[1].
Desse modo, devemos guardar, cada vez mais, semelhança com Ele, a partir do conhecimento
e cumprimento de Suas Leis. A ideia é que em estado de pureza espiritual (estado
em que poderemos ver a Deus, como o Cristo o via/vê e guardava/guarda
verdadeira sintonia)[2], teremos,
conforme Emmanuel, nesta mensagem, a “[...] perfeita compreensão de que “o
Senhor é nosso Deus, o Senhor é um só”.
O Cristo teve o zeloso cuidado que tivéssemos
essa sintonia com o Pai. Em vário momentos ele se reportou a Deus como o nosso
Pai e que Ele cumpria todas as suas vontades.
Ao resumir o Décalogo de Moiséis, Ele
colocou o Pai na condição de Supremo, como A. Kardec nos esclarece:
Amar a Deus acima de todas as coisas e o próximo como a si mesmo”, e acrescentando: aí estão a lei toda e os profetas. Por estas palavras: “O céu e a Terra não passarão sem que tudo esteja cumprido até o último iota”, quis dizer Jesus ser necessário que a Lei de Deus tivesse cumprimento integral, isto é, fosse praticada na Terra inteira, em toda a sua pureza, com todas as suas ampliações e consequências.[3]
Isto mostrou-se ser compreendido
pelos Espíritos Superiores quando responderam à primeira pergunta de O Livro dos Espíritos: 1) Que é Deus?
“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”
Ao nos orientar a orar a Deus, o
Cristo iniciou a prece dominical com a exaltação: “Pai Nosso[4],
que estás no céu, santificado seja o teu nome!”[5]
Então, devemos ter a compreensão que
temos uma Lei a cumprir, e que, a cumprindo, estaremos fadados à felicidade dos
justos, merecedores de habitar o Reino dos Céus.
Que o Pai nos ajude.
Domício.
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