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JUSTAMENTE POR ISSO
Não vos escrevi porque
ignorásseis a verdade, mas porque a conheceis.
I João (2:21).
O
intercâmbio cada vez mais intensivo entre os chamados “vivos” e “mortos”
constitui grande acontecimento para as organizações evangélicas de modo geral.
Não
é tão somente realização para a escola espiritista; pertence às comunidades do
Cristianismo inteiro.
Por
enquanto, anotamos aqui e ali protestos do dogmatismo organizado, entretanto, a
revivescência da verdade assim o exige.
Toda
aquisição tem seu preço e qualquer renovação encontra obstáculos espontâneos.
Dia
virá em que as várias subdivisões do evangelismo compreenderão a divina
finalidade do novo concerto.
O
movimento de troca espiritual entre as duas esferas é cada vez mais dilatado. O
devotamento dos desencarnados provoca a atenção dos encarnados.
O
Senhor permitiu mundial Pentecostes para o reajustamento da realidade eterna.
Convém
notar, contudo, que as vozes comovedoras e revigorantes do Além repetem,
comumente, velhas fórmulas da Revelação e relembram o passado da sabedoria
terrestre, a fim de extrair conceituação mais respeitável referentemente à
vida.
É
neste ponto que recordamos as palavras de João, interrogando sinceramente:
comunicar-se-ão os “mortos” com os “vivos”, porque os homens ignoram a verdade?
Isto
não.
Se
os que partem falam novamente aos que ficam é que estes conhecem o caminho da
redenção com Jesus, mas não se animam, nem se decidem a trilhá-lo.
NOSSA REFLEXÃO
Emmanuel reflete sobre
a condição pra o plano espiritual enviar mensagens reveladoras, esclarecedoras
a nós do plano material. Sabe-se que o Espiritismo não inventou o a comunicação
dos encarnados com os desencarnados. Esta acontece desde sempre. Em os Prolegômenos,
de O Livro dos Espíritos, a equipe de Espíritos Superiores que revelaram a Doutrina
dos Espíritos nos informam:
As comunicações entre o mundo espírita e o mundo corpóreo estão na ordem natural das coisas e não constituem fato sobrenatural, tanto que de tais comunicações se acham vestígios entre todos os povos e em todas as épocas. Hoje se generalizaram e tornaram patentes a todos.[1]
Assim, o que é novo,
com o Espiritismo, não é o fato da comunicação espiritual, mas a revelação aprofundada,
através dos Espíritos, do que o Cristo nos deixou como conhecimento. Compreendamos
que o conhecimento sobre a vida foi dado ao ser humano de modo homeopático, ou
seja, aos poucos, gota a gota pra que não lhe cegasse a vista, dado a
intensidade da luz ofertada.
O Cristo, mesmo, não informou
tudo que sabia ao povo que lhe escutou, mas lhe falou por parábolas. Ao ser
perguntado pelos discípulos porque Ele falava ao povo desse modo, Ele
respondeu, similarmente ao modo como João afirmou em sua carta àqueles com quem
tinha tido contatos:
É porque
a vós outros foi dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus; mas, a eles,
isso não lhes foi dado. (MATEUS, 13: 11).
A.
Kardec parafraseia essa citação do Cristo: “Falo-lhes por parábolas, porque não
estão em condições de compreender certas coisas. Eles veem, olham, ouvem, mas
não entendem. Fora, pois, inútil tudo dizer-lhes, por enquanto. Digo-o, porém,
a vós, porque dado vos foi compreender estes mistérios.”[2]
Esta
é uma lógica pedagógica. Só podemos compreender, de imediato, algo que nos
dizem, se temos no nosso repertório algo que tenha relação com o que nos é
informado.
A
revelação do Espiritismo também se deu da mesma forma. Foi-nos revelado 1857
anos depois da estada do Cristo entre nós.
Então,
é importante que as comunicações continuem pra nos lembrar de nossos
compromissos com a vida, com quem convivem conosco, com o Cristo. Pois já o
recebemos de modo inicial (Moisés) e intermediário (Cristo). Agora, num estágio
avançado, já temos condições de compreender melhor o que já recebemos nas fases
preparatórias.
Sobre
isso, Um Espírito Israelita nos esclarece: “Moisés abriu o caminho; Jesus
continuou a obra; o Espiritismo a concluirá.”[3].
Então,
que possamos, com determinação, colocar em prática tanto conhecimento já
adquiridos em mais de dois milênios. Antes de sermos lembrados do que já
sabemos, que façamos como quem internalizou o que foi recebido.
Que
Deus nos ajude.
Domício.
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