domingo, 19 de fevereiro de 2023

CONSERVA O MODELO

 97
CONSERVA O MODELO

Conserva o modelo das sãs palavras.

Paulo (II TIMÓTEO, 1:13).

Distribui os recursos que a Providência te encaminhou às mãos operosas, todavia, não te esqueças de que a palavra confortadora ao aflito representa serviço direto de teu coração na sementeira do bem.

O pão do corpo é uma esmola pela qual sempre receberás a justa recompensa, mas o sorriso amigo é uma bênção para a eternidade.

Envia mensageiros ao socorro fraternal, contudo, não deixes, pelo menos uma vez por outra, de visitar o irmão doente e ouvi­lo em pessoa.

A expedição de auxílio é uma gentileza que te angariará simpatia, no entanto, a intervenção direta no amparo ao necessitado conferir­te­á preparação espiritual à frente das próprias lutas.

Sobe à tribuna e ensina o caminho redentor aos semelhantes; todavia, interrompe as preleções, de vez em quando, a fim de assinalar o lamento de um companheiro na experiência humana, ainda mesmo quando se trata de um filho do desespero ou da ignorância, para que não percas o senso das proporções em tua marcha.

Cultiva as flores do jardim particular de tuas afeições mais queridas, porque, sem o canteiro de experimentação, é muito difícil atender à lavoura nobre e intensiva, mas não fujas sistematicamente à floresta humana, com receio dos vermes e monstros que a povoam, porquanto é imprescindível te prepares a avançar, mais tarde, dentro dela.

Nos círculos da vida, não olvides a necessidade do ensinamento gravado em ti mesmo.

Assim como não podes tomar alimento individual, através de um substituto, e nem podes aprender a lição, guardando­lhe os caracteres na memória alheia, não conseguirás comparecer, ante as Forças Supremas da Sabedoria e do Amor, com realizações e vitórias que não tenham sido vividas e conquistadas por ti mesmo.

“Conserva”, pois, contigo, “o modelo das sãs palavras”.

NOSSA REFLEXÃO

Emmanuel nos assinala que devemos, mais que dar algo alimentício, ou mesmo dinheiro pra isso, falar em público sobre as palavras sãs deixadas por Cristo e ampliado o entendimento sobre, através do Espiritismo, devemos fazer mais.

Devemos ser gentis, sempre que encontramos quem passa por extrema necessidade, pois um boa fala e um sorriso esperanciza qualquer pessoa, pois sentimos isso quando alguém assim se comporta conosco nos momentos em que somos nós a contar com a gentileza e solicitude de uma pessoa que pode ter a solução pra algum problema pessoal.

O Espírito Cáritas nos fala sobre esse ponto:

Várias maneiras há de fazer-se a caridade, que muitos dentre vós confundem com a esmola. Diferença grande vai, no entanto, de uma para outra. A esmola, meus amigos, é algumas vezes útil, porque dá alívio aos pobres; mas é quase sempre humilhante, tanto para o que a dá, como para o que a recebe. A caridade, ao contrário, liga o benfeitor ao beneficiado e se disfarça de tantos modos! Pode-se ser caridoso, mesmo com os parentes e com os amigos, sendo uns indulgentes para com os outros, perdoando-se mutuamente as fraquezas, cuidando não ferir o amor-próprio de ninguém.[1]

 

Então, mesmo no momento de dar, podemos promover um momento de amizade, de fraternidade. Deus nos faz de instrumento de amparo aos mais necessitados, pois como disse o Mestre, quando fizéssemos aos mais pequeninos ou aos pobre estropriados, estaríamos fazendo a Ele (MATEUS, 25:40, LUCAS, 14: 12 a 15).[2]

Que estejamos certos que ao auxiliar qualquer pessoa, estamos nos auxiliando, pensando que muito já recebemos de Deus e que é muito bom sermos bons multiplicadores de talentos recebidos do Pai (MATEUS, 25:14 a 30)[3].

Que Deus nos ajude.

Domício.



[1] Vide a mensagem, na íntegra, em O Evangelho Segundo o Espíritismo, Cap. XIII, Item 14. Neste capítulo Allan Kardec discute a diferença entre a caridade material e a caridade moral (Vide Item 9).
[2] Vide dissertações de de Allan Kardec a respeito dessas passagens evangélicas em O Evangelho Segundo o Espíritismo, Cap. XV, Item 3 e Cap. XIII, Item 8, respectivamente.
[3]
Vide mensagem do Espírito Fénelon em O Evangelho Segundo o Espíritismo, Cap. XVI, Item 13.

Nenhum comentário:

Postar um comentário