domingo, 11 de dezembro de 2022

CORREÇÕES

 

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CORREÇÕES

Se suportais a correção, Deus vos trata como a filhos; pois que filho há a quem o pai não corrija?”

Paulo (HEBREUS, 12:7).

Bem-aventurado o espírito que compreende a correção do Senhor e aceita-a sem relutar.

Raras, todavia, são as criaturas que conseguem entendê-la e suportá-la.

Por vezes, a repreensão generosa do Alto – símbolo de desvelado amor – atinge o campo do homem, traduzindo advertência sagrada e silenciosa, mas, na maioria das ocasiões, a mente encarnada repele o aguilhão salvador, mergulha dentro da noite da rebeldia, elimina possibilidades preciosas e qualifica de infortúnio insuportável a influência renovadora, destinada a clarear-lhe o escuro e triste caminho.

Muita gente, em face do fenômeno regenerativo, apela para a fuga espetacular da situação difícil e entrega-se, inerme, ao suicídio lento, abandonando-se à indiferença integral pelo próprio destino.

Quem assim procede não pode ser tratado por filho, porquanto isolou a si mesmo, afastou-se da Providência divina e ergueu compactas paredes de sombra entre o próprio coração e as bênçãos paternas.

Aqueles que compreendem as correções do Todo-Misericordioso reajustam-se em círculo de vida nova e promissora.

Vencida a tempestade íntima, revalorizam as oportunidades de aprender, servir e construir e, fundamentados nas amargas experiências de ontem, aplicam as graças da vida superior, com vistas ao amanhã.

Não te esqueças de que o mal não pode oferecer retificações a ninguém. Quando a correção do Senhor alcançar-te o caminho, aceita-a, humildemente, convicto de que constitui verdadeira mensagem do Céu.

NOSSA REFLEXÃO

Fomos criados simples e ignorantes para vencermos as provas sucessivas da vida até alcançar o topo da evolução espiritual, que é o status de Espírito Puro.[1]

Então, nesse longo percurso de vida, o Espírito vai experimentando a relação com a matéria, com a natureza e com os semelhantes.

Ocorre, que muitos vão se retardando em vista de escolhas contrárias a Lei de Deus. Naturalmente, têm que reparar o que produziram de ruim para com os integrantes da natureza.

Não passando nas provas, têm que fazê-las, novamente, e se de modo que tenham feito algum mal, devem então reparar, constituindo, assim para si, provas e expiações. Então, vão se reunir em mundos de expiações e provas, até se redimirem.[2]

Jesus nos consolou quanto aos processos que nós haveríamos de passar para evoluir, passando por provas e expiação, mas que seria de modo suave e leve (MATEUS, 11:28 a 30). A. Kardec interpreta essa passagem evangélica mencionando uma condição pra que cada um e cada uma seja consolado(a): “Entretanto, faz depender de uma condição a sua (de Jesus) assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei por Ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.[3]

Sobre isso, Emmanuel nos diz nesta mensagem, ora refletida: Vencida a tempestade íntima, revalorizam as oportunidades de aprender, servir e construir e, fundamentados nas amargas experiências de ontem, aplicam as graças da vida superior, com vistas ao amanhã.

A comprensão disso é que pode nos fazer sofrer menos, tanto emocionalmente quanto fisicamente (a fé deve propiciar oportunidades de reparo na roupagem físca adoentada).

Que nós sejamos felizes, mesmo quando a tristeza bater nossa porta e lembremos se não há pessoas com pesares bem maiores que o nosso.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Vide a Escala Espírita em O Livro dos Espíritos, Parte Segunda, Capítulo I – Dos Espíritos. Questões 96-113.
[2] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. III, As categorias dos diversos mundos habitados.
[3]
Saiba mais em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI, O Cristo Consolador.

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