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CORREÇÕES
Se suportais a correção, Deus vos trata como a filhos;
pois que filho há a quem o pai não corrija?”
Paulo (HEBREUS, 12:7).
Bem-aventurado o espírito que
compreende a correção do Senhor e aceita-a sem relutar.
Raras, todavia, são as criaturas que
conseguem entendê-la e suportá-la.
Por vezes, a repreensão generosa do
Alto – símbolo de desvelado amor – atinge o campo do homem, traduzindo
advertência sagrada e silenciosa, mas, na maioria das ocasiões, a mente
encarnada repele o aguilhão salvador, mergulha dentro da noite da rebeldia, elimina
possibilidades preciosas e qualifica de infortúnio insuportável a influência
renovadora, destinada a clarear-lhe o escuro e triste caminho.
Muita gente, em face do fenômeno
regenerativo, apela para a fuga espetacular da situação difícil e entrega-se,
inerme, ao suicídio lento, abandonando-se à indiferença integral pelo próprio
destino.
Quem assim procede não
pode ser tratado por filho, porquanto isolou a si mesmo, afastou-se da
Providência divina e ergueu compactas paredes de sombra entre o próprio coração
e as bênçãos paternas.
Aqueles que compreendem as correções
do Todo-Misericordioso reajustam-se em círculo de vida nova e promissora.
Vencida a tempestade íntima,
revalorizam as oportunidades de aprender, servir e construir e, fundamentados
nas amargas experiências de ontem, aplicam as graças da vida superior, com
vistas ao amanhã.
Não te esqueças de que o mal não
pode oferecer retificações a ninguém. Quando a correção do Senhor alcançar-te o
caminho, aceita-a, humildemente, convicto de que constitui verdadeira mensagem
do Céu.
NOSSA REFLEXÃO
Fomos criados simples e ignorantes
para vencermos as provas sucessivas da vida até alcançar o topo da evolução
espiritual, que é o status de Espírito Puro.[1]
Então, nesse longo percurso de vida,
o Espírito vai experimentando a relação com a matéria, com a natureza e com os
semelhantes.
Ocorre, que muitos vão se retardando
em vista de escolhas contrárias a Lei de Deus. Naturalmente, têm que reparar o
que produziram de ruim para com os integrantes da natureza.
Não passando nas provas, têm que
fazê-las, novamente, e se de modo que tenham feito algum mal, devem então reparar,
constituindo, assim para si, provas e expiações. Então, vão se reunir em mundos
de expiações e provas, até se redimirem.[2]
Jesus nos consolou quanto aos
processos que nós haveríamos de passar para evoluir, passando por provas e expiação,
mas que seria de modo suave e leve (MATEUS, 11:28 a 30). A. Kardec
interpreta essa passagem evangélica mencionando uma condição pra que cada um e
cada uma seja consolado(a): “Entretanto, faz depender de uma condição a sua (de
Jesus) assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição
está na lei por Ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas esse jugo
é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.”[3]
Sobre isso, Emmanuel nos diz nesta
mensagem, ora refletida: Vencida a tempestade íntima, revalorizam as
oportunidades de aprender, servir e construir e, fundamentados nas amargas experiências
de ontem, aplicam as graças da vida superior, com vistas ao amanhã.
A comprensão disso é que pode nos
fazer sofrer menos, tanto emocionalmente quanto fisicamente (a fé deve
propiciar oportunidades de reparo na roupagem físca adoentada).
Que nós sejamos felizes, mesmo quando
a tristeza bater nossa porta e lembremos se não há pessoas com pesares bem
maiores que o nosso.
Que Deus nos ajude.
Domício.
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