domingo, 18 de dezembro de 2022

BEM-AVENTURANÇAS

 

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BEM-AVENTURANÇAS

Bem-aventurados sereis quando os homens vos aborrecerem, e quando vos separarem, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem.

Jesus (LUCAS, 6:22).

O problema das bem-aventuranças exige sérias reflexões, antes de interpretado por questão líquida, nos bastidores do conhecimento.

Confere Jesus a credencial de bem-aventurados aos seguidores que lhe partilham as aflições e trabalhos; todavia, cabe-nos salientar que o Mestre categoriza sacrifícios e sofrimentos à conta de bênçãos educativas e redentoras.

Surge, então, o imperativo de saber aceitá-los.

Esse ou aquele homem serão bem-aventurados por haverem edificado o bem, na pobreza material, por encontrarem alegria na simplicidade e na paz, por saberem guardar no coração longa e divina esperança.

Mas... e a adesão sincera às sagradas obrigações do título?

O Mestre, na supervisão que lhe assinala os ensinamentos, reporta-se às bem-aventuranças eternas; entretanto, são raros os que se aproximam delas, com a perfeita compreensão de quem se avizinha de tesouro imenso. A maioria dos menos favorecidos no plano terrestre, se visitados pela dor, preferem a lamentação e o desespero; se convidados ao testemunho de renúncia, resvalam para a exigência descabida e, quase sempre, ao invés de trabalharem pacificamente, lançam-se às aventuras indignas de quantos se perdem na desmesurada ambição.

Ofereceu Jesus muitas be-aventuranças. Raros, porém, desejam-nas. É  por isto que existem muitos pobres e muitos aflitos que podem ser grandes necessitados no mundo, mas que ainda não são benditos no Céu.

NOSSA REFLEXÃO

Esta mensagem de Emmanuel nos traz uma reflexão sobre os compromissos que os adeptos do Cristianismo devem aceitar, inicialmente, quando se simpatizam com ele.

Jesus Cristo não nos prometeu medalhas por defender a sua Boa Nova. Pelo contrário, previu sofrimento e dor. Paulo de Tarso e muitos outros discípulos foram perseguidos, presos ou apedrejados por divulgar a mensagem do Cristo.

No entanto, a mensagem cristã tinha que ser divulgada exigindo de quanto fossem divulgadores a coragem da fé (MATEUS, 10:32 e 33 e LUCAS, 9:26). Sobre isso, A. Kardec apresenta um entendimento sobre a posição de Jesus sobre quem tinha a coragem de divulgar sua Doutrina: “aqueles que se houverem arreceado de se confessarem discípulos da verdade não são dignos de se ver admitidos no Reino da Verdade”.[1]

Por outro lado, quanto ao caput dessa mensagem de Emmanuel, A. Kardec nos esclarece sobre a bem-aventurança de não se intimidar quando falar dos ensinamentos do Cristo, pois o Cristo previu perseguição a todos e a todas que falassem em Seu nome

Considerai-vos ditosos, quando haja homens que, pela sua má vontade para convosco, vos deem ocasião de provar a sinceridade da vossa fé, porquanto o mal que vos façam redundará em proveito vosso. Lamentai-lhes a cegueira, porém, não os maldigais.[2]

Então, a Cruz que Jesus carregou, Ele transferiu a todos e a todas que se identificasse com Ele. Atualmente, ainda há intolerâncias religiosas, mesmo que por Lei, no Brasil, tenhamos a liberdade de professar a fé que nos convier, se esta tem o fim de tornar o ser humano melhor. Mas isto não é comum em todos os países do planeta.

Que tenhamos fé, uma fé raciocinada, como o Espiritismo preconiza e a divulguemos pra quem se dispor a nos ouvir. Ou seja, sem proselitismo. Que nosso divulgar da Doutrina Espírita, seja, antes de tudo, pela nossa transformação moral.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Vide dissertação, na íntegra, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXIV, item 15.
[2]
Vide dissertação, na íntegra, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXIV, item 19.

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