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BEM-AVENTURANÇAS
Bem-aventurados sereis quando os
homens vos aborrecerem, e quando vos separarem, vos injuriarem e rejeitarem o
vosso nome como mau, por causa do Filho do homem.
Jesus
(LUCAS, 6:22).
O problema das bem-aventuranças
exige sérias reflexões, antes de interpretado por questão líquida, nos
bastidores do conhecimento.
Confere Jesus a credencial de bem-aventurados
aos seguidores que lhe partilham as aflições e trabalhos; todavia, cabe-nos
salientar que o Mestre categoriza sacrifícios e sofrimentos à conta de bênçãos
educativas e redentoras.
Surge, então, o imperativo de saber
aceitá-los.
Esse ou aquele homem serão bem-aventurados
por haverem edificado o bem, na pobreza material, por encontrarem alegria na
simplicidade e na paz, por saberem guardar no coração longa e divina esperança.
Mas... e a adesão sincera às
sagradas obrigações do título?
O Mestre, na supervisão que lhe
assinala os ensinamentos, reporta-se às bem-aventuranças eternas; entretanto,
são raros os que se aproximam delas, com a perfeita compreensão de quem se
avizinha de tesouro imenso. A maioria dos menos favorecidos no plano terrestre,
se visitados pela dor, preferem a lamentação e o desespero; se convidados ao
testemunho de renúncia, resvalam para a exigência descabida e, quase sempre, ao
invés de trabalharem pacificamente, lançam-se às aventuras indignas de quantos
se perdem na desmesurada ambição.
Ofereceu Jesus muitas be-aventuranças.
Raros, porém, desejam-nas. É por isto
que existem muitos pobres e muitos aflitos que podem ser grandes necessitados
no mundo, mas que ainda não são benditos no Céu.
NOSSA REFLEXÃO
Esta mensagem de Emmanuel nos traz
uma reflexão sobre os compromissos que os adeptos do Cristianismo devem aceitar,
inicialmente, quando se simpatizam com ele.
Jesus Cristo não nos prometeu
medalhas por defender a sua Boa Nova. Pelo contrário, previu sofrimento e dor.
Paulo de Tarso e muitos outros discípulos foram perseguidos, presos ou apedrejados
por divulgar a mensagem do Cristo.
No entanto, a mensagem cristã tinha
que ser divulgada exigindo de quanto fossem divulgadores a coragem da fé (MATEUS,
10:32 e 33 e LUCAS, 9:26). Sobre isso, A. Kardec apresenta um entendimento
sobre a posição de Jesus sobre quem tinha a coragem de divulgar sua Doutrina: “aqueles
que se houverem arreceado de se confessarem discípulos da verdade não são
dignos de se ver admitidos no Reino da Verdade”.[1]
Por outro lado, quanto
ao caput dessa mensagem de Emmanuel, A. Kardec nos esclarece sobre a bem-aventurança
de não se intimidar quando falar dos ensinamentos do Cristo, pois o Cristo
previu perseguição a todos e a todas que falassem em Seu nome
Considerai-vos ditosos, quando haja homens que, pela sua má vontade para convosco, vos deem ocasião de provar a sinceridade da vossa fé, porquanto o mal que vos façam redundará em proveito vosso. Lamentai-lhes a cegueira, porém, não os maldigais.[2]
Então, a Cruz que Jesus carregou, Ele
transferiu a todos e a todas que se identificasse com Ele. Atualmente, ainda há
intolerâncias religiosas, mesmo que por Lei, no Brasil, tenhamos a liberdade de
professar a fé que nos convier, se esta tem o fim de tornar o ser humano
melhor. Mas isto não é comum em todos os países do planeta.
Que tenhamos fé, uma fé raciocinada,
como o Espiritismo preconiza e a divulguemos pra quem se dispor a nos ouvir. Ou
seja, sem proselitismo. Que nosso divulgar da Doutrina Espírita, seja, antes de
tudo, pela nossa transformação moral.
Que Deus nos ajude.
Domício.
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