domingo, 13 de novembro de 2022

LEVANTANDO MÃOS SANTAS

 

84

                                              LEVANTANDO MÃOS SANTAS                            

Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda.

Paulo (I TIMÓTEO, 2:8).

Neste trecho da primeira epístola de Paulo a Timóteo, recebemos preciosa recomendação de serviço.

Alguns aprendizes desejarão lobrigar no texto apenas uma exortação às atitudes de louvor; no entanto, o convertido de Damasco esclarece que devemos levantar mãos santas em todo lugar, sem ira nem contenda.

Não se referia Paulo ao ato de mãos­postas que a criatura prefere sempre levar a efeito, em determinados círculos religiosos, onde, pelo artificialismo respeitável da situação, não se justificam irritações ou disputas visíveis. O apóstolo menciona a ação honesta e edificante do homem que colabora com a Providência divina e reporta­se ao trabalho de cada dia, que se verifica nas mais recônditas regiões do globo.

Lendo­lhe o conselho, é razoável recordar que o homem, no esforço individualista, invariavelmente ergue as mãos, na tarefa diuturna. Se administra, permanece indicando caminhos; se participa de labores intelectuais, empunha a pena; se opera no campo, guiará o instrumento agrícola. Paulo acrescenta, porém, que essas mãos devem ser santificadas, depreendendo­se daí que muita gente move os braços na obra terrestre, salientando­se, todavia, a conveniência de se ajuizar da finalidade e do conteúdo da ação despendida.

Se desejas aplicar o raciocínio a ti próprio, repara, antes de tudo, se a tua realização vai prosseguindo sem cólera destrutiva e sem demandas inúteis.

NOSSA REFLEXÃO

Emmanuel esclarece sobre o conteúdo implícito (que vivifica) da mensagem de Paulo e não sobre a letra que mata, contida nela (Paulo 2, Coríntios, 3: 6).

É muito comum fazermos do que lemos, de modo simplificado, uma justificativa para as nossas ações, não se atendo ao significado que deve ser reelaborado, contextualizando o texto.

Há quem defenda que Jesus é a favor do armamento, por que ele disse que não veio “[...[ trazer a paz, mas a espada; [...]” (MATEUS, 10:34).[1]

Devemos ter o cuidado de não materializar, mecanizar as mensagens evangélicas ou apostólicas ao nosso bel prazer.

No caso dessa mensagem, ora refletida, Emmanuel destaca que “alguns aprendizes desejarão lobrigar no texto apenas uma exortação às atitudes de louvor;”. No entanto, a direção das palavras de Paulo é para os nossos atos do dia-a-dia, valorizando mais a prática que constrói para o bem coletivo e não o contrário.

Ao viver no mundo, devemos nos atentar como são nossas ações. Um Espírito Protetor nos ajuda a pensar sobre isso: “Em tudo o que fizerdes, remontai à Fonte de todas as coisas, para que nenhuma de vossas ações deixe de ser purificada e santificada pela lembrança de Deus”.[2]

Que consigamos agir sempre com o espírito de caridade, como um homem de bem, na acepção de A. Kardec, que apresenta suas características, para, então, em seguida, desenhar o perfil dos bons espíritas.[3]

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Vide interpretação de A. Kardec em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXIII, Item 11.
[2] Vide a íntegra da mensagem intitulada “O homem no mundo” em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, Item 10.
[3]
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, Itens 3 e 4.

Nenhum comentário:

Postar um comentário