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O “NÃO” E A LUTA
Mas seja o vosso falar: sim, sim;
não, não.
Jesus (MATEUS, 5:37).
Ama, de acordo com as lições do
Evangelho, mas não permitas que o teu amor se converta em grilhão, impedindote
a marcha para a vida superior.
Ajuda a quantos necessitam de tua
cooperação, entretanto, não deixes que o teu amparo possa criar perturbações e
vícios para o caminho alheio.
Atende com alegria ao que te pede um
favor, contudo, não cedas à leviandade e à insensatez.
Abre portas de acesso ao bemestar
aos que te cercam, mas não olvides a educação dos companheiros para a
felicidade real.
Cultiva a delicadeza e a
cordialidade, no entanto, sê leal e sincero em tuas atitudes.
O “sim” pode ser muito agradável em
todas as situações, todavia, o “não”, em determinados setores da luta humana, é
mais construtivo.
Satisfazer a todas as requisições do
caminho é perder tempo e, por vezes, a própria vida.
Tanto quanto o “sim” deve ser pronunciado
sem incenso bajulatório, o “não” deve ser dito sem aspereza.
Muita vez, é preciso contrariar para
que o auxílio legítimo se não perca; urge reconhecer, porém, que a negativa
salutar jamais perturba. O que dilacera é o tom contundente no qual é vazada.
As maneiras, na maior parte das
ocasiões, dizem mais que as palavras.
“Seja o vosso falar: sim, sim; não,
não”, recomenda o Evangelho. Para concordar ou recusar, todavia, ninguém
precisa ser de mel ou de fel. Bastará lembrarmos que Jesus é o Mestre e o
Senhor não só pelo que faz, mas também pelo que deixa de fazer.
NOSSA REFLEXÃO
Eis
uma questão muito importante no contexto das relações interpessoais. Somos
convidados cotidianamente a responder a um pedido. Num momento como esse há várias
possibilidades de análises pra nos prontificarmos a atender ou não ao pedido.
Todo
problema que gera um pedido pode estar relacionado a um outro que muitas vezes
já nos envolveu. Ou seja, ele é recorrente. Numa situação como essa, devemos
ser paciente, indulgentes, misericordiosos e benovolentes. Isto é, devemos ser
caridosos[1]. Temos,
também, um passado que apresenta, também, momentos como esse em que nós fomos os
pedintes. Sabemos o que significa o momento.
Portanto,
devemos ser gentis, afáveis, benevolentes, podendo atender ou não
à solicitação. Quando alguém nos procura é porque ele foi lembrado por alguém,
do plano espiritual. Ou mesmo porque já o atendemos outras vezes. Então, se
podemos, atendamos prontamente, na medida do possível, atendamos. Se não,
acolhamos o solicitante, rementendo-o a não perder a fé na resolução do
problema.
Afabilidade,
nessas horas, é fundamental, pois se hoje somos solicitados, amanhã poderá ser
nós os solicitantes. Segundo o Espírito Lázaro, “a benevolência
para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a afabilidade
e a doçura, que lhe são as formas de manifestar-se.”(grifos nossos)[2].
Como Emmanuel nos faz
refletir nesta mensagem, “para concordar ou recusar, todavia, ninguém precisa ser de
mel ou de fel. Bastará lembrarmos que Jesus é o Mestre e o Senhor não só pelo
que faz, mas também pelo que deixa de fazer.”
Então,
estes momentos se configuram como exercícios de caridade, de evolução espiritual.
Devemos cuidar com que eles se tornem momentos de reflexão, o que não quer
dizer que nos postemos na condição de reprovadores e nem de pusilânimes. Devemos
sim, ser educadores, aprender com a situação e propiciar que ela seja educativa
e caritativa para todos e todas envolvidos(as). Principalmente, se for uma
recorrência. A oração, antes e depois de responder, é fundamental. Tanto se
pudermos atender, quanto o contrário.
Que
sejamos caridosos, lembrando que mudamos de posição muito comumente. Logo,
hoje, estamos numa posição de possível atendente, amanhã, o contrário.
Que
Deus nos ajude a não esquecer disto.
Domício.
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