domingo, 11 de setembro de 2022

MURMURAÇÕES

 

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MURMURAÇÕES

Fazei todas as coisas sem murmurações nem contendas.

Paulo (FILIPENSES, 2:14).

Nunca se viu contenda que não fosse precedida de murmurações inferiores. É hábito antigo da leviandade procurar a ingratidão, a miséria moral, o orgulho, a vaidade e todos os flagelos que arruínam almas neste mundo para organizar as palestras da sombra, onde o bem, o amor e a verdade são focalizados com malícia.

Quando alguém comece a encontrar motivos fáceis para muitas queixas, é justo proceder a rigoroso auto­-exame, de modo a verificar se não está padecendo da terrível enfermidade das murmurações.

Os que cumprem seus deveres, na pauta das atividades justas, certamente não poderão cultivar ensejo a reclamações.

É indispensável conservar­-se o discípulo em guarda contra esses acumuladores de energias destrutivas, porque, de maneira geral, sua influência perniciosa invade quase todos os lugares de luta do planeta.

É fácil identificá-­los. Para eles, tudo está errado, nada serve, não se deve esperar algo de melhor em coisa alguma. Seu verbo é irritação permanente, suas observações são injustas e desanimam.

Lutemos, quanto estiver em nossas forças, contra essas humilhantes atitudes mentais. Confiados em Deus, dilatemos todas as nossas esperanças, certos de que,  conforme asseveram os velhos provérbios, o coração otimista é medicamento de paz e de alegria.

NOSSA REFLEXÃO

Somos vítimas de nós mesmos. Ao lermos esta mensagem, devemos pensar como somos nós, quando surge a oportunidade de sermos equilibrados. E isto só pode acontecer quando nos chega uma situação adversa. Em situações boas, não é possível mostrarmos o quanto somos equilibrados ou amigos. Conforme Emmanuel, “ninguém exercitará otimismo, quando todas as situações se conjugam para o bem-estar. É difícil demonstrar-se amizade nos momentos felizes.” (Emmanuel, em: Tempo de Confiança[1]).

Não podemos esquecer que estamos num mundo de Expiações e Provas[2]. Logo, devemos ser superiores às adversidades. Não devemos nos abastecer com as frustrações ou decepções com as pessoas. Não devemos nos espelhar e se juntar àquelas que reclamam de tudo, dizendo: “Eu não pedi para nascer!” (Sim, e como pedimos!!). Isto só nos vai fazer sermos elementos de discórdias, alimentadores da desesperança nas outras pessoas.

Sim, por estarmos em um mundo de Expiações e Provas, não podemos esperar só flores. É mais comum encontrarmos mais espinhos. Contudo, como Emmanuel nos faz lembrar, todo tempo deve ser tempo de confiança. E nos faz refletir um pouco mais.

Na atualidade dolorosa, inúmeros companheiros invocam a cooperação direta do Cristo. E o socorro vem sempre, porque é infinita a misericórdia celestial, mas, vencida a dificuldade, esperem a indagação: — Onde está a vossa fé? E outros obstáculos sobrevirão, até que o discípulo aprenda a dominar-se, a educar-se e a vencer, serenamente, com as lições recebidas.[3]

 

Ao focarmos na Vida Futura[4], seremos otimistas e não faremos murmurações, quando acontecer um transtorno qualquer em nossas vidas. É um exercício constante a que somos submetidos todos os dias para um dia chegarmos a nos tornar um Espírito Puro[5].

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Vide nossa reflexão, em Tempo de Confiança.
[2] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. III, itens 13, 14 e 15.
[3] Em Tempo de Confiança.
[4] A. Kardec disserta sobre a vida futura em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. II, itens 1 a 3.
[5]
Vide sobre a Escala Espírita em O Livro dos Espíritos, Parte Segunda – Capítulo I, dos Espíritos, Itens 100 a 113.

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