74
MÁS PALESTRAS
Não vos enganeis; as más conversações
corrompem os bons costumes.
Paulo (I CORÍNTIOS, 15:33).
A conversação menos digna deixa
sempre o traço da inferioridade por onde passou. A atmosfera de desconfiança
substitui, imediatamente, o clima da serenidade, O veneno de investigações
doentias espalha-se com rapidez. Depois da conversação indigna, há sempre menos
sinceridade e menor expressão de força fraterna. Em seu berço ignominioso,
nascem os fantasmas da calúnia que escorregam por entre criaturas santamente
intencionadas, tentando a destruição de lares honestos; surgem as preocupações
inferiores que espiam de longe, enegrecendo atitudes respeitáveis; emerge a
curiosidade criminosa, que comparece onde não é chamada, emitindo opiniões
desabridas, induzindo os que a ouvem à mentira e à demência.
A má conversação corrompe os pensamentos
mais dignos. As palestras proveitosas sofrem-lhe, em todos os lugares, a
perseguição implacável, e imprescindível se torna manterse o homem em guarda
contra o seu assédio insistente e destruidor.
Quando o coração se entregou a
Jesus, é muito fácil controlar os assuntos e eliminar as palavras aviltantes.
Examina sempre as sugestões verbais que te cercam no
caminho diário. Trouxeram-te denúncias, más notícias, futilidades, relatórios
malsãos da vida alheia? Observa como ages. Em todas as ocasiões, há recurso
para retificares amorosamente, porquanto podes renovar todo esse material, em
Jesus Cristo.
NOSSA REFLEXÃO
Somos,
diariamente, bombardeados por notícias, mesmo sem estar com uma pessoa física.
As notícias que nos chegam, de modo instantâneo, online, via Web ou redes
sociais, essas em particular, nos levam a entrar numa má palestra em que participam
milhões pessoas. Até o final do século passado, as conversas era tão somente de
modo pessoal, como ainda hoje acontece. A diferença é que hoje, temos se assim
quisermos, ou formos assaltados em nosso celular, via WhatsApp, as
notícias, as fofocas, as calúnias da hora, ou verdades. Chegam-nos assim, as fakes
news, ou fofocas maldosas, presenciais, de outras épocas. A diferença, hoje,
é que para passar adiante uma fofoca, não precisamos ir à casa de ninguém ou
telefonar para uma pessoa para passar adiante o mal falado que nos chegou. As redes
sociais, indiscriminadamente, levam a nossa maldade, se assim quisermos, para
toda a humanidade.
Devemos,
assim, termos cuidados em filtrar o que chega a nós. E passar adiante apenas o que
é bom, útil a uma pessoa ou grupo de pessoas.
Ao
chegar uma notícia, um pensamento desprovido de boas intenções, uma malícia
sobre alguma pessoa, devemos expulsar. Isto vai nos distinguir daquele que se
compraz nas más notícias ou maus pensamentos.
Sobre
isso, cabe destacar o que Emmanuel, nesta mensagem, nos diz:
Examina sempre as sugestões verbais
que te cercam no caminho diário. Trouxeram-te denúncias, más notícias,
futilidades, relatórios malsãos da vida alheia? Observa como ages. Em todas as
ocasiões, há recurso para retificares amorosamente, porquanto podes renovar
todo esse material, em Jesus Cristo (grifos nossos).
Então,
devemos ter cuidado com o que nos chegam alimentando nosso pensamento, para que
não demos vazão adiante. Temos a opção de nos comprazer ou não no pensamento
malsão ou cometer ou não um pecado por pensamento, como é trazido em Mateus
(5:27 e 28).[1]
O
pecado por pensamento foi repreendido por Cristo, quando de sua estada entre
nós.
A.
Kardec nos esclarece a respeito: “a verdadeira pureza não está
somente nos atos; está também no pensamento, porquanto aquele que tem puro o
coração, nem sequer pensa no mal. Foi o que Jesus quis dizer: Ele condena o
pecado, mesmo em pensamento, porque é sinal de impureza.”[2]
Nessa
discussão, A. Kardec faz a distinção entre os diversos momentos de nossa
evolução espiritual em relação ao filtro dos pensamentos ou notícias que nos
chegam à mente:
Em
resumo, naquele que nem sequer concebe a ideia do mal, já há progresso
realizado; naquele a quem essa ideia acode, mas que a repele, há progresso em
vias de realizar-se; naquele, finalmente, que pensa no mal e nesse pensamento
se compraz, o mal ainda existe na plenitude da sua força. Num, o trabalho está
feito; no outro, está por fazer-se. Deus, que é justo, leva em conta todas
essas gradações na responsabilidade dos atos e dos pensamentos do homem.
Desse
modo, temos que ser vigilante quanto ao que nos chega ao pensamento, seja de
modo mental, oral ou escrito, independentemente por qual via chega.
Que
tenhamos equilíbrio quanto a isso, particularmente num momento tão difícil por
qual passa nosso país. Se em vez de passarmos uma notícia errônea, distorcida,
que vefiquemos a veracidade dela e, se for falsa, a denunciemos.
Que
sejamos sempre veículo da boa notícia, sempre, pois faz bem tanto a nós, como a
quem recebe.
Que
Deus nos ajude.
Domício.
Nenhum comentário:
Postar um comentário