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RESPONDER
A vossa palavra seja sempre agradável,
temperada com sal, para que saibais como responder a cada um.
Paulo (COLOSSENSES, 4:6).
O ato de responder proveitosamente a
inteligências heterogêneas exige qualidades superiores que o homem deve
esforçar-se por adquirir.
Nem todos os argumentos podem ser
endereçados, indistintamente, à coletividade dos companheiros que lutam entre si,
nas tarefas evolutivas e redentoras. Necessário redaguir, com acerto, a cada
um. Ao que lida no campo, não devemos retrucar mencionando espetáculos da
cidade; ao que comenta dificuldades ásperas do caminho individualista, não se
replicará com informações científicas de alta envergadura.
Primeiramente, é imprescindível não
desagradar a quem ouve, temperando a atitude verbal com a legítima compreensão
dos problemas da vida, constituindo-nos um dever contribuir para que os desviados
da simplicidade e da utilidade se reajustem.
Toda resposta em assunto importante
é remédio. É indispensável saber dosálo, com vista aos efeitos. Cada criatura
tolerará, com benefício, determinada dinamização. As próprias soluções da
verdade e do amor não devem ser administradas sem esse critério. Aplicada em porções
inadequadas, a verdade poderá destruir, tanto quanto o amor costuma perder...
Ainda que sejas interpelado pelo maior malfeitor do
mundo, deves guardar uma atitude agradável e digna para informar ou esclarecer.
Saber responder é virtude do quadro da sabedoria celestial. Em favor de ti
mesmo, não olvides o melhor modo de atender a cada um.
NOSSA REFLEXÃO
O modo de responder a uma pessoa que nos interpela, se
traduz no nível evolutivo de cada um. Nem sempre estamos preparados para
questionamentos inusitados e, às vezes, deseducados. Temos que estar sempre
preparados para essas situações, pois a invigilância nos denuncia como somos na
relação interpessoal.
Algumas pessoas do nosso relacionamento já são conhecidas
pelo que pensa e faz. Então, essas são o nosso planejado exercício de caridade
com elas e conosco.
Nesse caso, devemos nos lembrar das bem-aventuranças escritas
em Mateus (5: 5 e 9), respectivamente.[1] Elas
nos aponta pra o equilíbrio e respeito a todos e todas que cruzam nosso
caminho, que são bem diferentes entre si.
Devemos ser sempre afáveis com quem nos interpela. O Espírito
Lázaro nos nos chama a atenção quanto a isto, ao nos trazer a reflexão que
devemos ser benevolentes no trato com as pessoas: “A
benevolência para com os seus semelhantes, fruto do amor ao próximo, produz a
afabilidade e a doçura, que lhe são as formas de manifestar-se.”[2]
Ele critica àqueles(as) que se comporta de modo agressivo com os de casa e são
pusilânimes fora dela.
O Espírito Havre, por sua vez, nos aponta a necessidade
de sermos pacientes em todos os momentos de nossas vidas. E é a paciência que
dá suporte para a benevolência e a brandura quando somos interpelados de modo
inesperado, causando-nos afetação momentânea. Segundo ele, ao nos exortar que
sejamos paciente,
“[...]
A paciência também é uma caridade e deveis praticar a lei de caridade ensinada
pelo Cristo, enviado de Deus. A caridade que consiste na esmola dada aos pobres
é a mais fácil de todas. Outra há, porém, muito mais penosa e,
conseguintemente, muito mais meritória: a de perdoarmos aos que Deus colocou em
nosso caminho para serem instrumentos do nosso sofrer e para nos porem à prova
a paciência.”[3]
Nesse contexto, Emmanuel, nesta mensagem, traduzindo a
palavra como um remédio, nos ajuda a ter cuidado quanto às nossas respostas às
pessoas que nos procuram ou se encontram conosco numa discussão não muito
fácil:
Toda resposta em assunto importante
é remédio. É indispensável saber dosá-lo, com vista aos efeitos. Cada criatura
tolerará, com benefício, determinada dinamização. As próprias soluções da
verdade e do amor não devem ser administradas sem esse critério. Aplicada em porções
inadequadas, a verdade poderá destruir, tanto quanto o amor costuma perder...
Então,
se não tivermos cuidado, numa discussão, aplicaremos remédios que não
gostaríamos de tomar. E é quando magoamos, às vezes, a quem jamais gostaríamos
de magoar. Devemos ter cuidado em não nos colocar sempre na defensiva, pois
antes sermos magoados que magoar alguém. Chico Xavier nos deixou o seguinte pensamento
a respeito: “Fico triste quando alguém me
ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor...
Magoar alguém é terrível!”[4].
Lembremos
de Chico Xavier, de Emmanuel, nos momentos difíceis em que devemos agir para o
bem e não reagir para o mal.
Que
Deus, Jesus Cristo e o nosso Anjo Guardião nos ajudem.
Domício.