domingo, 26 de junho de 2022

TENHAMOS PAZ

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TENHAMOS PAZ

Tende paz entre vós.

Paulo (I TESSALONICENSES, 5:13).

Se não é possível respirar num clima de paz perfeita, entre as criaturas, em face da ignorância e da belicosidade que predominam na estrada humana, é razoável procure o aprendiz a serenidade interior, diante dos conflitos que buscam envolvê-lo a cada instante.

Cada mente encarnada constitui extenso núcleo de governo espiritual, subordinado agora a justas limitações, servido por várias potências, traduzidas nos sentidos e percepções.

Quando todos os centros individuais de poder estiverem dominados em si mesmos, com ampla movimentação no rumo do legítimo bem, então a guerra será banida do Planeta.

Para isso, porém, é necessário que os irmãos em humanidade, mais velhos na experiência e no conhecimento, aprendam a ter paz consigo.

Educar a visão, a audição, o gosto e os ímpetos representa base primordial do pacifismo edificante.

Geralmente, ouvimos, vemos e sentimos, conforme nossas inclinações  e não segundo a realidade essencial. Registramos certas informações longe da boa intenção em que foram inicialmente vazadas e, sim, de acordo com as nossas perturbações internas. Anotamos situações e paisagens com a luz ou com a treva que nos absorvem a inteligência. Sentimos com a reflexão ou com o caos que instalamos no próprio entendimento.

Eis por que, quanto nos seja possível, façamos serenidade em torno de nossos passos, ante os conflitos da esfera em que nos achamos.

Sem calma, é impossível observar e trabalhar para o bem.

Sem paz, dentro de nós, jamais alcançaremos os círculos da paz verdadeira.

NOSSA REFLEXÃO

Emmanuel, nos faz refletir como podemos e devemos agir numa situação de conflito, familiar ou na sociedade. Em debate caloroso, geralmente, apesar de todo nosso esforço para seguirmos o Modelo ensinado na prática por Jesus, nós nos deixamos dominar pelo homem velho que ainda se encontra em nós. Assim, acabamos magoando as pessoas, especialmente aquelas a quem a gente quer bem.

Nessa, mensagem, ora refletida, Emmanuel, nos mostra como pode se dá o nosso estado de alma em situação de conflito ou debate:

Geralmente, ouvimos, vemos e sentimos, conforme nossas inclinações  e não segundo a realidade essencial. Registramos certas informações longe da boa intenção em que foram inicialmente vazadas e, sim, de acordo com as nossas perturbações internas. Anotamos situações e paisagens com a luz ou com a treva que nos absorvem a inteligência. Sentimos com a reflexão ou com o caos que instalamos no próprio entendimento.

 

Em Taça de Luz (35-Fermento Verbal)[1], ele nos ensina a sermos caridosos nos conflitos: “Aprendamos a sentir com amor, afim de que venhamos a pensar com justiça e a falar para o bem (grifos nossos).”

Desse modo, seremos caridosos como ensinou Jesus.

Ademais, devemos lembrar a bem-aventurança Bem-aventurados aqueles que são mansos e pacíficos (Mateus, 5: 4 e 9). A. Kardec, disserta que

Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes.[2]

 

Que Deus nos ajude a ter calma, paz interior, em toda hora.

Domício.



[1] Chico Xavier (Emmanuel). Ceifas de Luz. São Paulo: Ed. Lake, sd.
[2]
Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. IX, item 4.

domingo, 19 de junho de 2022

MELHOR SOFRER NO BEM

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MELHOR SOFRER NO BEM

Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal.”

Pedro (I PEDRO, 3:17).

Para amealhar recursos financeiros que será compelido a abandonar precipitadamente, o homem muitas vezes adquire deploráveis enfermidades, que lhe corroem os centros de força, trazendo a morte indesejável.

Comprando sensações efêmeras para o corpo de carne, comumente recebe perigosos males que o acompanham até aos últimos dias do veículo em que se movimenta na Terra.

Encolerizando-se por insignificantes lições do caminho, envenena órgãos vitais, criando fatais desequilíbrios à vida física.

Recheando o estômago, em certas ocasiões, estabelece a viciação de aparelhos importantes da instrumentalidade fisiológica, renunciando à perfeição do vaso carnal pelo simples prazer da gula.

Por que temer os percalços da senda clara do amor e da sabedoria, se o trilho escuro do ódio e da ignorância permanece repleto de forças vingadoras e perturbantes?

Como recear o cansaço e o esgotamento, as complicações e incompreensões, os conflitos e os desgostos decorrentes da abençoada luta pela suprema vitória do bem, se o combate pelo triunfo provisório do mal conduz os batalhadores a tributos aflitivos de sofrimento?

Gastemos nossas melhores possibilidades a serviço do Cristo, empenhando­-lhe nossas vidas.

A arma criminosa que se quebra e a medida repugnante consumada provocam sempre maldição e sombra, mas para o servo dilacerado no dever e para a lâmpada que se apaga no serviço iluminativo reserva-se destino diferente.

NOSSA REFLEXÃO

Emmanuel, no faz lembrar que além de trazer uma programação de provas e expiações, a gente ainda complica nossa vida com os excessos que o corpo não aguenta e vícios que aos poucos o vai destruindo, quando não destrói numa tacada.

Sim, não nos satisfazemos com os compromissos que trazemos ao reencarnar, que por si, já, alguns, são dolorosos, físico ou mentalmente e acrescentamos mais alguns.

Sobre isso, A. Kardec nos traz a seguinte reflexão sobre as causas das aflições humanas:

De duas espécies são as vicissitudes da vida, ou, se o preferirem, promanam de duas fontes bem diferentes, que importa distinguir. Umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.

Remontando-se à origem dos males terrestres, reconhecer-se-á que muitos são consequência natural do caráter e do proceder dos que os suportam. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição![1]

E segue relacionando as causas atuais das aflições humanas. Ou seja, chegando a madureza, devemos refletir sobre o que fizemos para merecer essa ou aquela atribulação.

Então, pensando que não complicamos nossa vida, com os nossos equívocos, lembrando que já trazemos de vidas passadas algumas aflições a viver, como sofrer no bem? A. Kardec nos esclarece, dizendo que

Jamais deve o homem olvidar que se acha num mundo inferior, ao qual somente as suas imperfeições o conservam preso. A cada vicissitude, cumpre-lhe lembrar-se de que, se pertencesse a um mundo mais adiantado, isso não se daria e que só de si depende não voltar a este, trabalhando por se melhorar.[2]

Sobre o bem e mal sofrer, o Espírito Lacordaire amplia a nossa visão:

Quando o Cristo disse: “Bem-aventurados os aflitos, o Reino dos Céus lhes pertence”, não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao Reino de Deus.[3]

Então, temos uma meta, enquanto Espíritos que somos, ao viver num mundo de provas e expiações: trabalhar pela nossa melhoria espiritual, como pela de nossos semelhantes.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, Item 4 (Causas atuais das aflições).
[2] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, Item 6 (Causas anteriores das aflições).
[3] Vide mensagem na íntegra em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, Item 18 (Bem e mal sofrer). 

domingo, 12 de junho de 2022

TRABALHO SUSPENSO, POR HOJE

 Olá, caríssimos (as) leitores(as)!!

Hoje, por motivo de trabalho acadêmico, não pude fazer a nossa reflexão domingueira, respeitando o horário de sempre.

Então, adiamos para o próximo domingo.

Muita paz, saúde e alegrias!!

Domício.

domingo, 5 de junho de 2022

O SENHOR DÁ SEMPRE

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O SENHOR DÁ SEMPRE

Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?

Jesus (LUCAS, 11:13).

Um pai terrestre, não obstante o carinho cego com que muitas vezes  envolve o coração, sempre sabe cercar o filho de dádivas proveitosas.

Por que motivo o Pai Celestial, cheio de sabedoria e amor, permaneceria surdo e imóvel perante as nossas súplicas?

O devotamento paternal do Supremo Senhor nos rodeia em toda parte. Importa, contudo, não viciarmos o entendimento.

Lembremo-nos de que a Providência divina opera invariavelmente para o bem infinito.

Liberta a atmosfera asfixiante com os recursos da tempestade. Defende a flor com espinhos.

Protege a plantação útil com adubos desagradáveis.

Sustenta a verdura dos vales com a dureza das rochas.

Assim também, nos círculos de lutas planetárias, acontecimentos que nos parecem desastrosos, à atividade particular, representam escoras ao nosso equilíbrio e ao nosso êxito, enquanto que fenômenos interpretados como calamidades  na ordem coletiva constituem enormes benefícios públicos.

Roga, pois, ao Senhor a bênção da Luz divina para o teu coração e para a tua inteligência, a fim de que te não percas no labirinto dos problemas; contudo, não te esqueças de que, na maioria das ocasiões, o socorro inicial do Céu nos vem ao caminho comum, através de angústias e desenganos. Aguarda, porém, confiante, a passagem dos dias. O tempo é o nosso explicador silencioso e te revelará ao coração a bondade infinita do Pai que nos restaura a saúde da alma, por intermédio do espinho da desilusão ou do amargoso elixir do sofrimento.

NOSSA REFLEXÃO

Esse versículo de Lucas, inspirador para a mensagem de Emmanuel, é contextualizado em um momento em que os discípulos pede a Jesus que os ensinasse a orar (LUCAS, 11:1-13)[1]. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, esse momento é inserido no Cap. XXV (Buscai e achareis), citando Mateus (7:7-11).

Essa mensagem de Emmanuel nos direciona a pensar que mesmo em situações muito adversas, Deus planeja nossa libertação dos resultados de passos mal dados em nossa caminhada espiritual.

Toda adversidade pode ser um elemento que pode nos fazer melhor, pois, sendo um problema, nos leva elaborar estratégias de resolvê-la, individualmente ou coletivamente. Devemos orar pedindo a Deus uma assistência, sem esperar que a solução venha de imediato. Às vezes, a situação parece não ter solução ou, mesmo, os problemas se diversificam, levando-nos a pensar, como se diz no popular: quanto mais eu rezo, mais assombração aparece. Contrapondo a isto, Emmanuel esclarece:

Roga, pois, ao Senhor a bênção da Luz divina para o teu coração e para a tua inteligência, a fim de que te não percas no labirinto dos problemas; contudo, não te esqueças de que, na maioria das ocasiões, o socorro inicial do Céu nos vem ao caminho comum, através de angústias e desenganos.

        Deste modo, devemos orar, pedindo, além do alívio da dor, inspiração para que possamos fazer a nossa parte para resolver o problema, significando que estaremos a atender a Lei do Trabalho[2]. A. Kardec nos esclarece a respeito:

Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros se teriam atrofiado; se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. Por isso é que lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas feito.[3]

Que tenhamos fé em nós mesmos e, sobretudo, na Providência divina para com os seres da criação.

Que nos ajude.

Domício.


[1] DIAS, HAROLDO DUTRA. O Novo Testamento. 1. ed. 2. imp. Brasília: FEB, 2013.
[2] Vide O Livro dos Espíritos, Parte Terceira-Leis Morais, Cap. III
[3] O Evangelho Segundo o Espiritismo
, Cap. XXV, Item 3.