domingo, 5 de junho de 2022

O SENHOR DÁ SEMPRE

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O SENHOR DÁ SEMPRE

Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?

Jesus (LUCAS, 11:13).

Um pai terrestre, não obstante o carinho cego com que muitas vezes  envolve o coração, sempre sabe cercar o filho de dádivas proveitosas.

Por que motivo o Pai Celestial, cheio de sabedoria e amor, permaneceria surdo e imóvel perante as nossas súplicas?

O devotamento paternal do Supremo Senhor nos rodeia em toda parte. Importa, contudo, não viciarmos o entendimento.

Lembremo-nos de que a Providência divina opera invariavelmente para o bem infinito.

Liberta a atmosfera asfixiante com os recursos da tempestade. Defende a flor com espinhos.

Protege a plantação útil com adubos desagradáveis.

Sustenta a verdura dos vales com a dureza das rochas.

Assim também, nos círculos de lutas planetárias, acontecimentos que nos parecem desastrosos, à atividade particular, representam escoras ao nosso equilíbrio e ao nosso êxito, enquanto que fenômenos interpretados como calamidades  na ordem coletiva constituem enormes benefícios públicos.

Roga, pois, ao Senhor a bênção da Luz divina para o teu coração e para a tua inteligência, a fim de que te não percas no labirinto dos problemas; contudo, não te esqueças de que, na maioria das ocasiões, o socorro inicial do Céu nos vem ao caminho comum, através de angústias e desenganos. Aguarda, porém, confiante, a passagem dos dias. O tempo é o nosso explicador silencioso e te revelará ao coração a bondade infinita do Pai que nos restaura a saúde da alma, por intermédio do espinho da desilusão ou do amargoso elixir do sofrimento.

NOSSA REFLEXÃO

Esse versículo de Lucas, inspirador para a mensagem de Emmanuel, é contextualizado em um momento em que os discípulos pede a Jesus que os ensinasse a orar (LUCAS, 11:1-13)[1]. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, esse momento é inserido no Cap. XXV (Buscai e achareis), citando Mateus (7:7-11).

Essa mensagem de Emmanuel nos direciona a pensar que mesmo em situações muito adversas, Deus planeja nossa libertação dos resultados de passos mal dados em nossa caminhada espiritual.

Toda adversidade pode ser um elemento que pode nos fazer melhor, pois, sendo um problema, nos leva elaborar estratégias de resolvê-la, individualmente ou coletivamente. Devemos orar pedindo a Deus uma assistência, sem esperar que a solução venha de imediato. Às vezes, a situação parece não ter solução ou, mesmo, os problemas se diversificam, levando-nos a pensar, como se diz no popular: quanto mais eu rezo, mais assombração aparece. Contrapondo a isto, Emmanuel esclarece:

Roga, pois, ao Senhor a bênção da Luz divina para o teu coração e para a tua inteligência, a fim de que te não percas no labirinto dos problemas; contudo, não te esqueças de que, na maioria das ocasiões, o socorro inicial do Céu nos vem ao caminho comum, através de angústias e desenganos.

        Deste modo, devemos orar, pedindo, além do alívio da dor, inspiração para que possamos fazer a nossa parte para resolver o problema, significando que estaremos a atender a Lei do Trabalho[2]. A. Kardec nos esclarece a respeito:

Se Deus houvesse isentado do trabalho do corpo o homem, seus membros se teriam atrofiado; se o houvesse isentado do trabalho da inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de instinto animal. Por isso é que lhe fez do trabalho uma necessidade e lhe disse: Procura e acharás; trabalha e produzirás. Dessa maneira serás filho das tuas obras, terás delas o mérito e serás recompensado de acordo com o que hajas feito.[3]

Que tenhamos fé em nós mesmos e, sobretudo, na Providência divina para com os seres da criação.

Que nos ajude.

Domício.


[1] DIAS, HAROLDO DUTRA. O Novo Testamento. 1. ed. 2. imp. Brasília: FEB, 2013.
[2] Vide O Livro dos Espíritos, Parte Terceira-Leis Morais, Cap. III
[3] O Evangelho Segundo o Espiritismo
, Cap. XXV, Item 3.

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