domingo, 1 de maio de 2022

SIGAMOS ATÉ LÁ

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SIGAMOS ATÉ LÁ

Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.

Jesus (JOÃO, 15:7).

Na oração dominical, Jesus ensina aos cooperadores a necessidade de observância plena dos desígnios do Pai.

Sabia o Mestre que a vontade humana é ainda muito frágil e que inúmeras lutas rodeiam a criatura até que aprenda a estabelecer a união com o Divino.

Apesar disso, a lição da prece foi sempre interpretada pela maioria dos crentes como recurso de fácil obtenção do amparo celestial.

Muitos pedem determinados favores e recitam maquinalmente as fórmulas verbais. Certamente, não podem receber imediata satisfação aos caprichos próprios, porque, no estado de queda ou de ignorância, o espírito necessita, antes de tudo, aprender a submeter-se aos Desígnios divinos, a seu respeito.

Alcançaremos, porém, a época das orações integralmente atendidas. Atingiremos semelhante realização quando estivermos espiritualmente em Cristo. Então, quanto quisermos, ser-nos-á feito, porquanto teremos penetrado o justo sentido de cada coisa e a finalidade de cada circunstância. Estaremos habilitados a querer e a pedir, em Jesus, e a vida se nos apresentará em suas verdadeiras características de infinito, eternidade, renovação e beleza.

Na condição de encarnados ou desencarnados, ainda estamos caminhando para o Mestre, a fim de que possamos experimentar a união gloriosa com o seu amor. Até lá, trabalhemos e vigiemos para compreender a vontade divina.

NOSSA REFLEXÃO

O versículo inspirador, para essa escrita de Emmanuel, se encontra numa conversa de Jesus com os discípulos em que Ele fala de sua relação íntima, de verdadeira sintonia, que tem com o Pai. Orienta, então que os discípulos estabeleçam com Ele a mesma sintonia. Ele é o agricultor e nós a videira, assim como Ele é a videira e o Senhor, o agricultor (João, 15, 1).

Esta sintonia deve acontecer no momento da oração. Assim como devemos ter paciência com a obtenção do atendimento que ocorre, sempre, no tempo devido. Devemos saber, também, pedir, pois como Emmanuel nos orienta:

Muitos pedem determinados favores e recitam maquinalmente as fórmulas verbais. Certamente, não podem receber imediata satisfação aos caprichos próprios, porque, no estado de queda ou de ignorância, o espírito necessita, antes de tudo, aprender a submeter-se aos Desígnios divinos, a seu respeito.

 

Esta mensagem nos reporta a profundas reflexões sobre a eficácia da prece e, também, sobre a maneira de orar.

A. Kardec nos esclarece sobre como Deus nos atende, como todo Pai deve atender a um filho:

Desta máxima: “Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece”, fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem. É como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses. Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.[1]

 

Contudo, Ele nos dá força, coragem e instrumentos para a superação de nossos problemas, além da inspiração de boas ideias nesse sentido.

O Espírito V. Monod corrobora com A. Kardec, nos ensinando sobre a maneira de orar:

A vossa prece deve conter o pedido das graças de que necessitais, mas de que necessitais em realidade. Inútil, portanto, pedir ao Senhor que vos abrevie as provas, que vos dê alegrias e riquezas. Rogai-lhe que vos conceda os bens mais preciosos da paciência, da resignação e da fé.[2]

 

Então, como Emmanuel nos motiva, nesta mensagem, devemos seguir até o estágio de completa sintonia com Jesus, com Deus. Assim, tudo que pedirmos ao Pai, ao Irmão mais evoluído, será atendido (Marcos, 11:12 a 14 e 20 a 23).[3]

Que Deus nos ajude a ter completo entendimento destes conhecimentos.

Domício.


[1] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.XXVII, Item 7.
[2] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.XXVII, Item 22.
[3]
Vide a Parábola da Figueira e sua interpretação kardequiana em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.XIX, Itens 8 e 9.

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