domingo, 29 de maio de 2022

JESUS PARA O HOMEM

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JESUS PARA O HOMEM

E achado em forma como homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.

Paulo (FILIPENSES, 2:8).

O Mestre desceu para servir,

Do esplendor à escuridão...

Da alvorada eterna à noite plena...

Das estrelas à manjedoura...

Do infinito à limitação...

Da glória à carpintaria...

Da grandeza à abnegação...

Da divindade dos anjos à miséria dos homens...

Da companhia de gênios sublimes à convivência dos pecadores...

De governador do mundo a servo de todos...

De credor magnânimo a escravo...

De benfeitor a perseguido...

De salvador a desamparado...

De emissário do amor a vítima do ódio...

De redentor dos séculos a prisioneiro das sombras...

De celeste pastor a ovelha oprimida...

De poderoso trono à cruz do martírio...

Do verbo santificante ao angustiado silêncio...

De advogado das criaturas a réu sem defesa...

Dos braços dos amigos ao contato de ladrões...

De doador da vida eterna a sentenciado no vale da morte...

Humilhou-se e apagou-se para que o homem se eleve e brilhe para sempre!

Oh! Senhor, que não fizeste por nós, a fim de aprendermos o caminho da gloriosa Ressurreição no reino?

NOSSA REFLEXÃO

Um Rei entre nós[1], disfarçado de um servo, para não nos humilhar e nem exigir reverência. Assim, esteve entre nós, nosso Salvador, Jesus Cristo. Um Salvador que não nos eximiu de nossas faltas, mas que nos garantiu um caminho para a libertação de nós mesmos, ou, em outras palavras, de nossas imperfeições. De outro modo, Ele veio nos dá uma bússola, um caminho certo e garantido de voltarmos à Casa do Pai, lembrando da Parábola do Filho Pródigo.

Jesus Cristo, poderia ter enviado mais missionários, como já havia enviado, a título de Profetas, inclusive para a anunciar sua vinda, mas veio Ele próprio, descendo de suas alturas, como essa mensagem de Emmanuel nos traduz de inúmeras maneiras.

Corroborando consigo mesmo, Emmanuel, em sua mensagem intitulada “Semeadores”, do livro Fonte Viva (Chico Xavier), nos traz um ensinamento de como devemos ser um bom semeador da Boa Nova:

Segundo observamos, o semeador do Céu ausentou-se da grandeza a que se acolhe e veio até nós, espalhando as claridades da Revelação e aumentando-nos a visão e o discernimento. Humilhou-se para que nos exaltássemos e confundiu-se com a sombra a fim de que a nossa luz pudesse brilhar, embora lhe fosse fácil fazer-se substituído por milhões de mensageiros, se desejasse.

Desse modo, Jesus nos ministrou um Curso teórico-prático de como devemos ser um Filho de Deus. Temos uma manual, intitulado O Novo Testamento[2], que é a reunião de vários livros, escritos por alguns seguidores de perto, que conviveram com ele, como Pedro, Tiago, Mateus e João, e de outros que se deixaram iluminar pelos seus ensinamentos, como Marcos, Lucas e Paulo. Livros, esses, que têm as suas denominações, específicas, como Evangelhos, Epístolas, etc.

Que possamos seguir esse manual, no nosso dia a dia.

Que Deus nos ajude.

Domício.



[1] Vide dissertação de A. Kardec, intitulada A realeza de Jesus”, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. 2, Item 4.
[2] Indicamos, além de outras, a tradução de Haroldo Dutra Dias, publicada pela FEB Editora.

domingo, 22 de maio de 2022

TRABALHO SUSPENSO, POR HOJE

 Olá, caríssimos (as) leitores(as)!!

Hoje, por motivo de trabalho acadêmico, não poderei fazer a nossa reflexão domingueira, respeitando o horário de sempre.

Então, adiamos para o próximo domingo.

Muita paz, saúde e alegrias!!

Domício.

domingo, 15 de maio de 2022

O HOMEM COM JESUS

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O HOMEM COM JESUS

Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.

Paulo (FILIPENSES, 4:4).

Com Jesus, ergue-se o Homem

Da treva à luz...

Da inércia ao serviço...

Da ignorância à sabedoria...

Do instinto à razão...

Da força ao direito...

Do egoísmo à fraternidade...

Da tirania à compaixão...

Da violência ao entendimento...

Do ódio ao amor...

Da posse mentirosa à procura dos bens imperecíveis...

Da conquista sanguinolenta à renúncia edificante...

Da extorsão à justiça...

Da dureza à piedade...

Da palavra vazia ao verbo criador...

Da monstruosidade à beleza...

Do vício à virtude...

Do desequilíbrio à harmonia...

Da aflição ao contentamento...

Do pântano ao monte...

Do lodo à glória...

Homem, meu irmão, regozijemo-nos em plena luta redentora!

Que píncaros de angelitude poderemos alcançar se nos consagrarmos realmente ao divino Amigo que desceu e se humilhou por nós?

NOSSA REFLEXÃO

Os estados de alma listados por Emmanuel, nessa mensagem, traduz o começo ao fim de uma estrada que deve nos levar ao Reino de Deus. Vivemos num mundo de provas e expiações[1] em que esses extremos são visíveis, com relevância para a proximidade do começo ou um pouco adiantado em relação ao início. Se compararmos a era cristã, muito ainda mostramos o que éramos quando da passagem do Cristo encarnado no planeta.

Nesse caso, estamos falando da necessidade de evoluirmos da ordem dos Espíritos imperfeitos à ordem dos Espíritos Puros (que é aquela em que atingimos os “[...] píncaros de angelitude [...]” citados nesta mensagem, ora refletida)[2].

Isto nos levar a pensar na perfeição que somos fadados a alcançar, uns mais rápido e outros, nem tanto. A lista que Emmanuel enumera, trata-se de virtudes dicotômicas presentes ainda no nosso planeta.

Sobre isso, o Espírito François-Nicolas-Madeleine nos fala:

A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. Ser bom, caritativo, laborioso, sóbrio, modesto, são qualidades do homem virtuoso. Infelizmente, quase sempre as acompanham pequenas enfermidades morais que as desornam e atenuam.[3]

 

Esse Espírito nos dá a medida com que essas virtudes se apresentam na Terra. Ou seja, a maioria de seus encarnados não mantém absolutamente uma virtude na sua plenitude. Ainda caem, aqui e ali, mas se reerguem e continuam a luta para se tornarem perfeitos.

François-Nicolas-Madeleine, nessa mensagem citada, nos convoca a exercer as virtudes com humildade, pois conforme ele: “mais vale pouca virtude com modéstia do que muita com orgulho. Pelo orgulho é que as humanidades sucessivamente se hão perdido; pela humildade é que um dia elas se hão de redimir”.

Que tenhamos a consciência de que podemos ser virtuosos, sem ser exibidos. Desse modo, sejamos alegres uns com o outros, como Paulo nos aconselha.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. III (Há muita moradas na casa de meu Pai).
[2] Vide O Livro dos Espíritos, Parte Segunda, Cap. I (Dos Espíritos).
[3]
Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII (Sede Perfeitos), Item 8.

domingo, 8 de maio de 2022

LÓGICA DA PROVIDÊNCIA

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LÓGICA DA PROVIDÊNCIA

Depois que fostes iluminados, suportastes grande combate de aflições.

Paulo (HEBREUS, 10:32).

Os cultivadores da fé sincera costumam ser indicados, no mundo, à conta de grandes sofredores.

Há mesmo quem afirme afastar-se deliberadamente dos círculos religiosos, temendo o contágio de padecimentos espirituais.

Os ímpios, os ignorantes e os fúteis exibem-se, espetacularmente, na vida comum, através de traços bizarros da fantasia exterior; todavia, quando se abeiram das verdades celestes, antes de adquirirem acesso às alegrias permanentes da espiritualidade superior, atravessam grandes túneis de tristeza, abatimento e taciturnidade. O fenômeno, entretanto, é natural, porquanto haverá sempre ponderação após a loucura e remorso depois do desregramento.

O problema, contudo, abrange mais vasto círculo de esclarecimentos.

A misericórdia que se manifesta na justiça de Deus transcende à compreensão humana.

O Pai confere aos filhos ignorantes e transviados o direito às experiências mais fortes somente depois de serem iluminados. Só após aprenderem a ver com o espírito eterno é que a vida lhes oferece valores diferentes. Nascer-lhes-á nos corações, daí em diante, a força indispensável ao triunfo no grande combate das aflições.

Os frívolos e oportunistas, não obstante as aparências, são habitualmente almas frágeis, quais galhos secos que se quebram ao primeiro golpe da ventania. Os espíritos nobres, que suportam as tormentas do caminho terrestre, sabem disto. Só a luz espiritual garante o êxito nas provações.

Ninguém concede a responsabilidade de um barco, cheio de preocupações e perigos, a simples crianças.

NOSSA REFLEXÃO

Somos todos e todas chamados(as) ao teste da fé, do conhecimento, porque precisamos galgar postos elevados na Seara do Cristo. Estamos numa escola chamada Terra, logo temos avaliações a sermos submetidos(as). Precisamos nos certificar se aprendemos ao sermos iluminados(as), esclarecidos(as). E quando somos submetidos(as) a provas ou expiações, temos a chance de nos autoavaliarmos em relação ao quanto aprendemos das Leis (Lições) de Deus.

Como diz, A. Kardec, e isto é sempre bom lembrar que, nem

[...] todo sofrimento suportado neste mundo denote a existência de uma determinada falta. Muitas vezes são simples provas buscadas pelo Espírito para concluir a sua depuração e ativar o seu progresso. Assim, a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação. Provas e expiações, todavia, são sempre sinais de relativa inferioridade, porquanto o que é perfeito não precisa ser provado. Pode, pois, um Espírito haver chegado a certo grau de elevação e, nada obstante, desejoso de adiantar-se mais, solicitar uma missão, uma tarefa a executar, pela qual tanto mais recompensado será, se sair vitorioso, quanto mais rude haja sido a luta.[1]

 

Isto também tem relação com o final dessa mensagem de Emmanuel, em que ele afirma que “ninguém concede a responsabilidade de um barco, cheio de preocupações e perigos, a simples crianças”.

A. Kardec nos faz pensar, enquanto espíritas, que

Aos espíritas, pois, muito será pedido, porque muito hão recebido; mas também aos que houverem aproveitado, muito será dado. O primeiro cuidado de todo espírita sincero deve ser o de procurar saber se, nos conselhos que os Espíritos dão, alguma coisa não há que lhe diga respeito.[2]

 

Então, à medida que vamos aproveitando a semeadura em nós, a iluminação dada a nós, deveremos, cada vez mais, receber conhecimento e provas a cumprir, galgando a postos cada vez mais exigentes, conforme nossa capacidade de levar em frente uma missão. Se falhamos, damos lugar a outra pessoa e deveremos ser provados mais à frente.

Isto é corroborado por Um Espírito Amigo, quando nos esclarece o que nos traz Marcos (4:24 e 25)[3]:

“Dá-se ao que já tem e tira-se ao que não tem.” Meditai esses grandes ensinamentos que se vos hão por vezes afigurado paradoxais. Aquele que recebeu é o que possui o sentido da palavra divina; recebeu unicamente porque tentou tornar-se digno dela e porque o Senhor, em seu amor misericordioso, anima os esforços que tendem para o bem. Aturados, perseverantes, esses esforços atraem as graças do Senhor; são um ímã que chama a si o que é progressivamente melhor, as graças copiosas que vos fazem fortes para galgar a montanha santa, em cujo cume está o repouso após o labor.[4]

 

Deste modo o cristão está apto a receber mais, pois deve continuar sua evolução espiritual. Mas quando é que é nos tirado o que não temos ou o que temos pouco? Um Espírito Amigo continua nos esclarecer sobre os mesmos versículos de Marcos, citados nesta reflexão:

[...] “Tira-se ao que não tem ou tem pouco.” Tomai isso como uma antítese figurada. Deus não retira das suas criaturas o bem que se haja dignado de fazer-lhes. [...] Não é Deus quem retira daquele que pouco recebera: é o próprio Espírito que, por pródigo e descuidado, não sabe conservar o que tem e aumentar, fecundando-o, o óbolo que lhe caiu no coração.

 

Neste caso, novas oportunidades devem ser apresentadas nos sentido do aprendiz por em prática os conhecimentos já recebidos e, assim, crescer enquanto Filho de Deus.

Quem tenhamos isto em mente, tanto pra não perdemos as oportunidades recebidas, como para nos esperançarmos quando tivermos perdido.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, Item 9.
[2] O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVIII, Item 12.
[3] Tende muito cuidado com o que ouvis, porquanto usarão para convosco da mesma medida de que vos houverdes servido para medir os outros, e ainda se vos acrescentará; pois, ao que já tem, dar-se-á, e, ao que não tem, até o que tem se lhe tirará. (Marcos, 4:24 e 25.)
[4]
O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVIII, Item 15.

domingo, 1 de maio de 2022

SIGAMOS ATÉ LÁ

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SIGAMOS ATÉ LÁ

Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.

Jesus (JOÃO, 15:7).

Na oração dominical, Jesus ensina aos cooperadores a necessidade de observância plena dos desígnios do Pai.

Sabia o Mestre que a vontade humana é ainda muito frágil e que inúmeras lutas rodeiam a criatura até que aprenda a estabelecer a união com o Divino.

Apesar disso, a lição da prece foi sempre interpretada pela maioria dos crentes como recurso de fácil obtenção do amparo celestial.

Muitos pedem determinados favores e recitam maquinalmente as fórmulas verbais. Certamente, não podem receber imediata satisfação aos caprichos próprios, porque, no estado de queda ou de ignorância, o espírito necessita, antes de tudo, aprender a submeter-se aos Desígnios divinos, a seu respeito.

Alcançaremos, porém, a época das orações integralmente atendidas. Atingiremos semelhante realização quando estivermos espiritualmente em Cristo. Então, quanto quisermos, ser-nos-á feito, porquanto teremos penetrado o justo sentido de cada coisa e a finalidade de cada circunstância. Estaremos habilitados a querer e a pedir, em Jesus, e a vida se nos apresentará em suas verdadeiras características de infinito, eternidade, renovação e beleza.

Na condição de encarnados ou desencarnados, ainda estamos caminhando para o Mestre, a fim de que possamos experimentar a união gloriosa com o seu amor. Até lá, trabalhemos e vigiemos para compreender a vontade divina.

NOSSA REFLEXÃO

O versículo inspirador, para essa escrita de Emmanuel, se encontra numa conversa de Jesus com os discípulos em que Ele fala de sua relação íntima, de verdadeira sintonia, que tem com o Pai. Orienta, então que os discípulos estabeleçam com Ele a mesma sintonia. Ele é o agricultor e nós a videira, assim como Ele é a videira e o Senhor, o agricultor (João, 15, 1).

Esta sintonia deve acontecer no momento da oração. Assim como devemos ter paciência com a obtenção do atendimento que ocorre, sempre, no tempo devido. Devemos saber, também, pedir, pois como Emmanuel nos orienta:

Muitos pedem determinados favores e recitam maquinalmente as fórmulas verbais. Certamente, não podem receber imediata satisfação aos caprichos próprios, porque, no estado de queda ou de ignorância, o espírito necessita, antes de tudo, aprender a submeter-se aos Desígnios divinos, a seu respeito.

 

Esta mensagem nos reporta a profundas reflexões sobre a eficácia da prece e, também, sobre a maneira de orar.

A. Kardec nos esclarece sobre como Deus nos atende, como todo Pai deve atender a um filho:

Desta máxima: “Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece”, fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem. É como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses. Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura.[1]

 

Contudo, Ele nos dá força, coragem e instrumentos para a superação de nossos problemas, além da inspiração de boas ideias nesse sentido.

O Espírito V. Monod corrobora com A. Kardec, nos ensinando sobre a maneira de orar:

A vossa prece deve conter o pedido das graças de que necessitais, mas de que necessitais em realidade. Inútil, portanto, pedir ao Senhor que vos abrevie as provas, que vos dê alegrias e riquezas. Rogai-lhe que vos conceda os bens mais preciosos da paciência, da resignação e da fé.[2]

 

Então, como Emmanuel nos motiva, nesta mensagem, devemos seguir até o estágio de completa sintonia com Jesus, com Deus. Assim, tudo que pedirmos ao Pai, ao Irmão mais evoluído, será atendido (Marcos, 11:12 a 14 e 20 a 23).[3]

Que Deus nos ajude a ter completo entendimento destes conhecimentos.

Domício.


[1] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.XXVII, Item 7.
[2] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.XXVII, Item 22.
[3]
Vide a Parábola da Figueira e sua interpretação kardequiana em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap.XIX, Itens 8 e 9.