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A VINHA
E disse-lhes: Ide vós também para a vinha e dar-vos-ei
o que for justo. E eles foram.
(MATEUS, 20:4).
Ninguém
poderá pensar numa Terra cheia de beleza e possibilidades, mas vogando ao léu
na imensidade universal.
O planeta
não é um barco desgovernado.
As
coletividades humanas costumam cair em desordem, mas as leis que presidem aos
destinos da Casa Terrestre se expressam com absoluta harmonia. Essa verificação
nos ajuda a compreender que a Terra é a vinha de Jesus. Aí, vemo-lo trabalhando
desde a aurora dos séculos e aí assistimos à transformação das criaturas, que,
de experiência a experiência, se lhe integram no divino amor.
A formosa
parábola dos servidores envolve conceitos profundos. Em essência, designa o
local dos serviços humanos e refere-se ao volume de obrigações que os
aprendizes receberam do Mestre divino.
Por
enquanto, os homens guardam a ilusão de que o orbe pode ser o tablado de
hegemonias raciais ou políticas, mas perceberão em tempo o clamoroso engano,
porque todos os filhos da razão, corporificados na crosta da Terra, trazem
consigo a tarefa de contribuir para que se efetue um padrão de vida mais
elevado no recanto em que agem transitoriamente.
Onde quer
que estejas, recorda que te encontras na Vinha do Cristo.
Vives
sitiado pela dificuldade e pelo infortúnio?
Trabalha
para o bem geral, mesmo assim, porque o Senhor concedeu a cada cooperador o
material conveniente e justo.
NOSSA REFLEXÃO
Esta
mensagem de Emmanuel nos reporta à Parábola dos Trabalhadores da Última Hora (MATEUS,
20: 1 a 16). E Emmanuel faz uma analogia entre a Terra e a Vinha do Cristo.
Em verdade,
quando reencarnamos, trazemos uma responsabilidade de trabalhar pelo nosso
progresso e o do nosso semelhante[1].
Deste modo,
no transcorrer de milênios, nós temos sido convidados, hora a hora (leia-se:
encarnação a encarnação) a trabalhar na Vinha do Senhor.
Neste contexto,
na oportunidade da codificação da Doutrina Espírita, o Espírito Constantino,
Espírito protetor, nos deixou a seguinte exortação em sua mensagem intitulada Os
últimos serão os primeiros:
Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos
obreiros da última hora. Bem orgulhoso seria aquele que dissesse: Comecei o
trabalho ao alvorecer do dia e só o terminarei ao anoitecer. Todos viestes
quando fostes chamados, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a
encarnação cujos grilhões arrastais; mas há quantos séculos e séculos o Senhor
vos chamava para a sua vinha, sem que quisésseis penetrar nela! Eis-vos no
momento de embolsar o salário; empregai bem a hora que vos resta e não
esqueçais nunca que a vossa existência, por longa que vos pareça, mais não é do
que um instante fugitivo na imensidade dos tempos que formam para vós a eternidade.[2]
Emmanuel nos
chama a atenção para que nós, para além das questões políticas e sociais, que
suscitam movimentos e lutas entre partidos e ideias, tenhamos em vista que “[...]
todos os filhos da razão, corporificados na crosta da Terra, trazem consigo a
tarefa de contribuir para que se efetue um padrão de vida mais elevado no
recanto em que agem transitoriamente”. E, claro, entendemos que isto está no
contexto das lutas sociais e políticas que devem ser travadas democrático e
pacificamente.
A grande
Vinha do Senhor está a nossa disposição, desde sempre, para que trabalhemos
nela, com direito ao salário justo que é a consciência tranquila e alegria de
crescimento, por mais que tenhamos estado sem procurá-la há séculos.
Que possamos
estar sempre prontos para o trabalho espiritual, para além de nossas convicções
políticas e sociais, trabalhando por si e por todos e por todas as formas
cristãs, respeitando o trabalho daqueles que estão à frente de outros
trabalhos, ou mesmo aquele do qual possamos ser colaboradores, pois seremos
ditosos, como nos deixou grafado O Espírito de Verdade:
Ditosos os que hajam dito a seus irmãos:
“Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao
chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim,
vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos
ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!”[3]
Que Deus nos
ajude.
Domício.
[1] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. IV, itens 25 e 26 (mensagem do
Espírito São Luís)..
[2] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX, item 2.
[3]
Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX, item 5.
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