domingo, 12 de setembro de 2021

A VINHA

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A VINHA

E disse-lhes: Ide vós também para a vinha e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram.

(MATEUS, 20:4).

Ninguém poderá pensar numa Terra cheia de beleza e possibilidades, mas vogando ao léu na imensidade universal.

O planeta não é um barco desgovernado.

As coletividades humanas costumam cair em desordem, mas as leis que presidem aos destinos da Casa Terrestre se expressam com absoluta harmonia. Essa verificação nos ajuda a compreender que a Terra é a vinha de Jesus. Aí, vemo-lo trabalhando desde a aurora dos séculos e aí assistimos à transformação das criaturas, que, de experiência a experiência, se lhe integram no divino amor.

A formosa parábola dos servidores envolve conceitos profundos. Em essência, designa o local dos serviços humanos e refere-se ao volume de obrigações que os aprendizes receberam do Mestre divino.

Por enquanto, os homens guardam a ilusão de que o orbe pode ser o tablado de hegemonias raciais ou políticas, mas perceberão em tempo o clamoroso engano, porque todos os filhos da razão, corporificados na crosta da Terra, trazem consigo a tarefa de contribuir para que se efetue um padrão de vida mais elevado no recanto em que agem transitoriamente.

Onde quer que estejas, recorda que te encontras na Vinha do Cristo.

Vives sitiado pela dificuldade e pelo infortúnio?

Trabalha para o bem geral, mesmo assim, porque o Senhor concedeu a cada cooperador o material conveniente e justo.

NOSSA REFLEXÃO

Esta mensagem de Emmanuel nos reporta à Parábola dos Trabalhadores da Última Hora (MATEUS, 20: 1 a 16). E Emmanuel faz uma analogia entre a Terra e a Vinha do Cristo.

Em verdade, quando reencarnamos, trazemos uma responsabilidade de trabalhar pelo nosso progresso e o do nosso semelhante[1].

Deste modo, no transcorrer de milênios, nós temos sido convidados, hora a hora (leia-se: encarnação a encarnação) a trabalhar na Vinha do Senhor.

Neste contexto, na oportunidade da codificação da Doutrina Espírita, o Espírito Constantino, Espírito protetor, nos deixou a seguinte exortação em sua mensagem intitulada Os últimos serão os primeiros:

Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos obreiros da última hora. Bem orgulhoso seria aquele que dissesse: Comecei o trabalho ao alvorecer do dia e só o terminarei ao anoitecer. Todos viestes quando fostes chamados, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a encarnação cujos grilhões arrastais; mas há quantos séculos e séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que quisésseis penetrar nela! Eis-vos no momento de embolsar o salário; empregai bem a hora que vos resta e não esqueçais nunca que a vossa existência, por longa que vos pareça, mais não é do que um instante fugitivo na imensidade dos tempos que formam para vós a eternidade.[2]

Emmanuel nos chama a atenção para que nós, para além das questões políticas e sociais, que suscitam movimentos e lutas entre partidos e ideias, tenhamos em vista que “[...] todos os filhos da razão, corporificados na crosta da Terra, trazem consigo a tarefa de contribuir para que se efetue um padrão de vida mais elevado no recanto em que agem transitoriamente”. E, claro, entendemos que isto está no contexto das lutas sociais e políticas que devem ser travadas democrático e pacificamente.

A grande Vinha do Senhor está a nossa disposição, desde sempre, para que trabalhemos nela, com direito ao salário justo que é a consciência tranquila e alegria de crescimento, por mais que tenhamos estado sem procurá-la há séculos.

Que possamos estar sempre prontos para o trabalho espiritual, para além de nossas convicções políticas e sociais, trabalhando por si e por todos e por todas as formas cristãs, respeitando o trabalho daqueles que estão à frente de outros trabalhos, ou mesmo aquele do qual possamos ser colaboradores, pois seremos ditosos, como nos deixou grafado O Espírito de Verdade:

Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!”[3]

Que Deus nos ajude.

Domício.



[1] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. IV, itens 25 e 26 (mensagem do Espírito São Luís)..

[2] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX, item 2.

[3] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX, item 5.

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