Olá, caríssimos (as) leitores(as)!!
Hoje, por motivo de trabalho acadêmico, não poderei fazer a nossa reflexão domingueira, respeitando o horário de sempre.
Então, adiamos para o próximo domingo.
Muita paz, saúde e alegrias!!
Domício.
Olá, caríssimos (as) leitores(as)!!
Hoje, por motivo de trabalho acadêmico, não poderei fazer a nossa reflexão domingueira, respeitando o horário de sempre.
Então, adiamos para o próximo domingo.
Muita paz, saúde e alegrias!!
Domício.
E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem,
e não o homem por causa do sábado.
(Marcos, 2:27).
O sábado,
nesta passagem evangélica, simboliza as convenções organizadas para o serviço
humano. Há criaturas que por elas sacrificam todas as possibilidades de
elevação espiritual. Quais certos encarregados dos serviços públicos que adiam
indefinidamente determinadas providências de interesse coletivo, em virtude da
ausência de um selo minúsculo, pessoas existem que, por bagatelas, abandonam
grandes oportunidades de união com a esfera superior.
Ninguém
ignora o lado útil das convenções. Se fossem totalmente imprestáveis, o Pai não
lhes permitiria a existência no jogo das circunstâncias. São tabelas para a
classificação dos esforços de cada um, tábuas que designam o tempo adequado a
esse ou àquele mister; todavia, transformá-las em preceito inexpugnável ou em
obstáculo intransponível, constitui grave dano à tranquilidade comum.
A maioria
das pessoas atende-as, antes da própria obediência a Deus; entretanto, o
Altíssimo dispôs todas as organizações da vida para que ajudem a evolução e o
aprimoramento dos filhos.
O próprio planeta
foi edificado por causa do homem.
Se o Criador
foi a esse extremo de solicitude em favor das criaturas, por que deixarmos de satisfazer-lhe os divinos
desígnios, prendendo-nos às preocupações inferiores da atividade terrestre?
As
convenções definem, catalogam, especificam e enumeram, mas não devem tiranizar
a existência. Lembra-te de que foram dispostas no caminho a fim de te servirem.
Respeita-as, na feição justa e construtiva; contudo, não as convertas em
cárcere.
NOSSA REFLEXÃO
Esta
mensagem de Emmanuel cala fundo em nossos íntimos, quando nos lembramos de
todas as convenções burocráticas e ainda as religiosas, que às vezes se transformam
em um impeditivo inflexível para se fazer algo pelo semelhante ou por si, mesmo.
O contexto
da afirmativa de Jesus se deu em um momento de trabalho de seus discípulos, que
ocorreu num sábado, sendo eles questionados pelos fariseus. Jesus acrescenta ao
versículo de Marcos citado no caput desta mensagem de Emmanuel: “De modo que o
filho do homem é senhor também do sábado” (Marcos, 2, 28).[1]
As
convenções, atingindo ao máximo, relativizam as relações de trabalho (que devem
ser fundamentas em Lei) e geram preconceitos. No que tange aos rituais religiosos,
estes devem ser respeitados, mas ainda assim, relativizados se for para o bem
do crente.
O que não
podemos é ser radicais em detrimento da pureza do coração[2]
e da ajuda pessoal a quem precisa urgentemente, por exemplo, de ajuda que
requer um trabalho particular no sábado.
Mas Emmanuel,
transcende a questão do sábado para as mais diversas radicalizações, por causa
de uma rotina, uma burocracia que é estabelecida no conjunto de atividades
trabalhistas vinculadas à uma empresa ou mesmo pessoal. Toda regra deve ter uma
exceção, se o motivo for justo. Para Emmanuel, toda convenção é respeitável,
pois nascem da relações humanas, mas, segundo ele, “[...] transformá-las em
preceito inexpugnável ou em obstáculo intransponível, constitui grave dano à tranquilidade
comum”.
Lembremos,
toda citação bíblica ou evangélica deve ser analisada a luz do contexto e do
tempo em que ocorreram e qual a intenção de quem a proferiu. Isto não é negar o
que está escrito, mas fazer da leitura uma via libertadora do Espírito. A Doutrina
Espírita não se prende a palavras, mas ao significado delas no contexto em que foram
dita ou escritas. Recorremos à A. Kardec, sobre isto, quando dissertou sobre a
polêmica do pagamento de tributos pelos judeus aos romanos, em que Jesus
afirmou: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de
Deus.” (Mateus, 22:15 a 22; Marcos, 12:13 a 17):
Esta sentença: “Dai a César o que é de César”,
não deve, entretanto, ser entendida de modo restritivo e absoluto. Como em
todos os ensinos de Jesus, há nela um princípio geral, resumido sob forma
prática e usual e deduzido de uma circunstância particular.[3]
Assim, que
tenhamos em mente que, para além das convenções, estão o nosso progresso
espiritual e a necessidade do semelhante.
Que Deus nos
ajude.
Domício.
E disse-lhes: Ide vós também para a vinha e dar-vos-ei
o que for justo. E eles foram.
(MATEUS, 20:4).
Ninguém
poderá pensar numa Terra cheia de beleza e possibilidades, mas vogando ao léu
na imensidade universal.
O planeta
não é um barco desgovernado.
As
coletividades humanas costumam cair em desordem, mas as leis que presidem aos
destinos da Casa Terrestre se expressam com absoluta harmonia. Essa verificação
nos ajuda a compreender que a Terra é a vinha de Jesus. Aí, vemo-lo trabalhando
desde a aurora dos séculos e aí assistimos à transformação das criaturas, que,
de experiência a experiência, se lhe integram no divino amor.
A formosa
parábola dos servidores envolve conceitos profundos. Em essência, designa o
local dos serviços humanos e refere-se ao volume de obrigações que os
aprendizes receberam do Mestre divino.
Por
enquanto, os homens guardam a ilusão de que o orbe pode ser o tablado de
hegemonias raciais ou políticas, mas perceberão em tempo o clamoroso engano,
porque todos os filhos da razão, corporificados na crosta da Terra, trazem
consigo a tarefa de contribuir para que se efetue um padrão de vida mais
elevado no recanto em que agem transitoriamente.
Onde quer
que estejas, recorda que te encontras na Vinha do Cristo.
Vives
sitiado pela dificuldade e pelo infortúnio?
Trabalha
para o bem geral, mesmo assim, porque o Senhor concedeu a cada cooperador o
material conveniente e justo.
NOSSA REFLEXÃO
Esta
mensagem de Emmanuel nos reporta à Parábola dos Trabalhadores da Última Hora (MATEUS,
20: 1 a 16). E Emmanuel faz uma analogia entre a Terra e a Vinha do Cristo.
Em verdade,
quando reencarnamos, trazemos uma responsabilidade de trabalhar pelo nosso
progresso e o do nosso semelhante[1].
Deste modo,
no transcorrer de milênios, nós temos sido convidados, hora a hora (leia-se:
encarnação a encarnação) a trabalhar na Vinha do Senhor.
Neste contexto,
na oportunidade da codificação da Doutrina Espírita, o Espírito Constantino,
Espírito protetor, nos deixou a seguinte exortação em sua mensagem intitulada Os
últimos serão os primeiros:
Bons espíritas, meus bem-amados, sois todos
obreiros da última hora. Bem orgulhoso seria aquele que dissesse: Comecei o
trabalho ao alvorecer do dia e só o terminarei ao anoitecer. Todos viestes
quando fostes chamados, um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a
encarnação cujos grilhões arrastais; mas há quantos séculos e séculos o Senhor
vos chamava para a sua vinha, sem que quisésseis penetrar nela! Eis-vos no
momento de embolsar o salário; empregai bem a hora que vos resta e não
esqueçais nunca que a vossa existência, por longa que vos pareça, mais não é do
que um instante fugitivo na imensidade dos tempos que formam para vós a eternidade.[2]
Emmanuel nos
chama a atenção para que nós, para além das questões políticas e sociais, que
suscitam movimentos e lutas entre partidos e ideias, tenhamos em vista que “[...]
todos os filhos da razão, corporificados na crosta da Terra, trazem consigo a
tarefa de contribuir para que se efetue um padrão de vida mais elevado no
recanto em que agem transitoriamente”. E, claro, entendemos que isto está no
contexto das lutas sociais e políticas que devem ser travadas democrático e
pacificamente.
A grande
Vinha do Senhor está a nossa disposição, desde sempre, para que trabalhemos
nela, com direito ao salário justo que é a consciência tranquila e alegria de
crescimento, por mais que tenhamos estado sem procurá-la há séculos.
Que possamos
estar sempre prontos para o trabalho espiritual, para além de nossas convicções
políticas e sociais, trabalhando por si e por todos e por todas as formas
cristãs, respeitando o trabalho daqueles que estão à frente de outros
trabalhos, ou mesmo aquele do qual possamos ser colaboradores, pois seremos
ditosos, como nos deixou grafado O Espírito de Verdade:
Ditosos os que hajam dito a seus irmãos:
“Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao
chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim,
vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos
ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!”[3]
Que Deus nos
ajude.
Domício.
[1] Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. IV, itens 25 e 26 (mensagem do
Espírito São Luís)..
[2] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX, item 2.
[3]
Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX, item 5.
Mas nem todas as coisas edificam.
Paulo (I CORÍNTIOS,
10:23).
Sempre
existiram homens indefiníveis que, se não fizeram mal a ninguém, igualmente não
beneficiaram a pessoa alguma.
Examinadas
nesse mesmo prisma, as coisas do caminho precisam interpretação sensata, para
que se não percam na inutilidade.
É lícito ao
homem dedicar-se à literatura ou aos negócios honestos do mundo e ninguém
poderá contestar o caráter louvável dos que escolhem conscientemente a linha de
ação individual no serviço útil. Entretanto, será justo conhecer os fins
daquele que escreve ou os propósitos de quem negocia. De que valerá ao primeiro
a produção de longas obras, cheias de lavores verbais e de arroubos teóricos,
se as suas palavras permanecem vazias de pensamento construtivo para o plano
eterno da alma? Em que aproveitará ao comerciante a fortuna imensa, conquistada
através da operosidade e do cálculo, quando vive estagnada nos cofres,
aguardando os desvarios dos descendentes? Em ambas as situações, não se poderia
dizer que tais homens cogitavam de realizações ilícitas; todavia, perderam tempo
precioso, esquecendo que as menores coisas trazem finalidade edificante.
O
trabalhador cônscio das responsabilidades que lhe competem não se desvia dos
caminhos retos.
Há muita
aflição e amargura nas oficinas do aperfeiçoamento terrestre, porque os seus
servidores cuidam, antes de tudo, dos ganhos de ordem material, olvidando os
fins a que se destinam. Enquanto isso ocorre, intensificam-se projetos e
experimentos, mas falta sempre a edificação justa e necessária.
NOSSA REFLEXÃO
Nas acepção
espírita, “toda ocupação útil é trabalho”.[1]
Portanto, é muito louvável, cada um(a) de nós fazermos um trabalho honesto que
vise a nossa manutenção material do corpo, além daquelas relativas à educação,
saúde e entretenimento para nós e daqueles que depende de nós, familiarmente.
Entretanto,
é mais louvável se o fruto desta manutenção seja ampliada visando o bem estar,
material ou psicológico, de nossos semelhantes extra família.
Quando
recebemos as oportunidades de nos formar educacionalmente e materialmente,
estamos construindo oportunidades de ser um instrumento de realização
humanitária. Obtendo isto, se nos colocamos à disposição de fazer o bem, é por
que temos elementos para tanto, como na passagem evangélica da multiplicação
dos pães (MARCOS, 8:1 a10) que Emmanuel a interpreta em Fonte Viva (133 – Que tendes?)
de cuja interpretação extraímos um trecho: “Em qualquer terreno de nossas
realizações para a vida mais alta, apresentemos a Jesus algumas reduzidas
migalhas de esforço próprio e estejamos convictos de que o Senhor fará o resto”[2].
Ser honesto,
trabalhador e respeitador das leis é o mínimo que devemos ser. Contudo, nossa
existência não foi programada tão somente para as nossas necessidades de subsistência
e relação social correta. Não estaremos fazendo mal algum. Mas isto não basta.
Segundo o Espírito Paulo, o apóstolo,
[...] uma virtude negativa
não basta: é necessária uma virtude ativa. Para fazer-se o bem, mister sempre
se torna a ação da vontade; para se não praticar o mal, basta as mais das vezes
a inércia e a despreocupação”.[3]
Por sua vez,
A. Kardec ao interpretar a passagem evangélica relativa ao jovem rico que recusou
a dispor de todos os seus bens para obter a vida eterna (Mateus,
19:16 a 24; Lucas, 18:18 a 25; Marcos, 10:17 a 25), dissertou:
O que Jesus lhe propunha era uma prova
decisiva, destinada a pôr a nu o fundo do seu pensamento. Ele podia, sem
dúvida, ser um homem perfeitamente honesto na opinião do mundo, não causar dano
a ninguém, não maldizer do próximo, não ser vão, nem orgulhoso, honrar a seu
pai e a sua mãe, mas não tinha a verdadeira caridade; sua virtude não chegava
até a abnegação. Isso o que Jesus quis demonstrar. Fazia uma aplicação do
princípio: “Fora da caridade não há salvação.”[4]
Desse modo, que
saibamos, espontaneamente, nos voltar para atividades que possam contribuir tanto
para atender nossas necessidades, como também para atender àquelas úteis ao
Mestre Jesus em sua Seara milenar. Que aproveitemos a hora última dos tempos e
distribuamos nossos talentos para quem necessitar, quem estiver no nosso
caminho, mesmo que tenhamos que renunciar ao que nos sobra e às vezes até ao
que nos faz falta.
Que Deus nos
ajude.
Domício.