domingo, 25 de julho de 2021

NÃO É DE TODOS

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NÃO É DE TODOS

E para que sejamos livres de homens dissolutos e maus, porque a fé não é de todos.

Paulo (II TESSALONICENSES, 3:2).

Dirigindo-se aos irmãos de Tessalônica, o Apóstolo dos gentios rogou-hes concurso em favor dos trabalhos evangélicos, para que o serviço do Senhor estivesse isento dos homens maus e dissolutos, justificando apelo com a declaração de que a não é de todos.

Através das palavras de Paulo, percebe-se-lhe a certeza de que as criaturas perversas se aproximariam dos núcleos de trabalho cristianizante, que a malícia delas poderia causar-lhes prejuízos e que era necessário mobilizar os recursos do espírito contra semelhante influência.

O grande convertido, em poucas palavras, gravou advertência de valor infinito, porque, em verdade, a cor religiosa caracterizará a vestimenta exterior de comunidades inteiras, mas a fé será patrimônio somente daqueles que trabalham sem medir sacrifícios, por instalá-la no santuário do próprio mundo íntimo. A rotulagem de cristianismo será exibida por qualquer pessoa; todavia, a fé cristã revelar-se-á pura, incondicional e sublime em raros corações.

Muita gente deseja assenhorear-se dela, como se fora mera letra de câmbio, enquanto que inúmeros aprendizes do Evangelho a invocam, precipitados, qual se fora borboleta erradia. Esquecem-se, porém, de que se as necessidades materiais do corpo reclamam esforço pessoal diário, as necessidades essenciais do espírito nunca serão solucionadas pela expectação inoperante.

Admitir a verdade, procurá-la e acreditar nela são atitudes para todos; contudo, reter a fé viva constitui a realização divina dos que trabalharam, porfiaram  e sofreram por adquiri-la.

NOSSA REFLEXÃO

Esta mensagem é um convite ao compromisso à aquele(a) que abraçou uma fé religiosa. No contexto da fé cristã, Emmanuel nos chama a operar em favor do semelhante e de nós, também. Vestir o rótulo de cristão é muito útil para informações estatísticas e sociais. Define uma direção que a pessoa assume por ser adepto desta ou daquela denominação cristã.

Mas todos (as) nós precisamos parar para pensar sobre o quanto estamos trabalhando pelo semelhante, por nós e pela própria fé. Vejamos algumas perguntas que podemos fazer para nós, fazendo uma inquirição íntima: Estou plenamente identificado com a fé que eu professo? Avalio se estou tomando-a como roteiro para minha vida? Em que medida tenho falhado com minha fé?

Sobre isto, Emmanuel nos sinaliza nesta mensagem, ora refletida:

[...] a cor religiosa caracterizará a vestimenta exterior de comunidades inteiras, mas a fé será patrimônio somente daqueles que trabalham sem medir sacrifícios, por instalá-la no santuário do próprio mundo íntimo. A rotulagem de cristianismo será exibida por qualquer pessoa; todavia, a fé cristã revelar-se-á pura, incondicional e sublime em raros corações.

 

No movimento da fé religiosa encontramos atitudes que operam contra ela, pelo exemplo dado por quem a professa. Não podemos seguir maus exemplos e nem manifestá-los. Também não devemos trair a nossa fé, porque no conjunto de líderes religiosos há aqueles (as) que agem publicamente, contrários (as) ao que entendemos como sendo um ato de fé cristã. Para isto, devemos estudar para sermos críticos a nós mesmos e àqueles (as) que detém um posto de liderança religiosa.

Se fazemos parte de trabalhos de estudos ou práticas espíritas em uma casa espírita, devemos ser tal qual aqueles(as) que o Espírito de Verdade nos exemplificou:

Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra![1]

 

Então, que não sejamos tal qual àqueles (as) que Paulo se reporta por não ter fé, sendo nós mesmos rotulados como sendo portadores dela. Que sejamos um exemplo de nossa fé.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Vide a íntegra de sua mensagem em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX, Item 5.

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