22
INCONSTANTES
Porque aquele que duvida é
semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte.
Tiago (1: 6).
Inegavelmente
existe uma dúvida científica e filosófica no mundo que, alojada em corações leais, constitui precioso
estímulo à posse de grandes e elevadas convicções; entretanto, Tiago refere-se
aqui à inconstância do homem que, procurando receber os benefícios divinos, na esfera das vantagens particularistas,
costuma perseguir variadas situações no
terreno da pesquisa intelectual sem qualquer propósito de confiar nos
valores substanciais da vida.
Quem se
preocupa em transpor diversas portas, em movimento simultâneo, acaba sem
atravessar porta alguma.
A leviandade
prejudica as criaturas em todos os caminhos, mormente nas posições de trabalho,
nas enfermidades do corpo e nas relações afetivas.
Para que
alguém ajuíze com acerto, com respeito
a determinada experiência, precisa enumerar quantos anos gastou dentro dela,
vivendo-lhe as características.
Necessitamos,
acima de tudo, confiar sinceramente na Sabedoria e na Bondade do Altíssimo,
compreendendo que é indispensável perseverar com alguém ou com alguma causa que
nos ajude e edifique.
Os
inconstantes permanecem figurados na onda do mar, absorvida pelo vento e
atirada de uma para outra parte.
Quando
servires ou quando aguardares as bênçãos do Alto, não te deixes conduzir pela
inquietude doentia. O Pai dispõe de inumeráveis instrumentos para administrar o
bem e é sempre o mesmo Senhor paternal, através de todos eles. A dádiva
chegará, mas depende de ti, da maneira de procederes na luta construtiva,
persistindo ou não na confiança, sem a qual o divino Poder encontra obstáculos
naturais para exprimir-se em teu caminho.
NOSSA REFLEXÃO
Somos um ser
em evolução e precisamos de uma bússola para nos nortear o melhor caminho na
direção do local a que nos dirigimos. Religiosamente, neste caso, o local é o
Reino de Deus.
A mensagem
nos remete a constância da fé. Para ajuizarmos de sua efetividade, precisamos,
como Emmanuel nos diz, nesta mensagem, “[...] enumerar quantos anos gastou
dentro dela, vivendo-lhe as características”. Ou seja, precisamos estudar os benefícios
de uma fé. Isto requer uma fé raciocinada, inabalável, que no dizer de A.
Kardec: “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a
razão, em todas as épocas da Humanidade”[1].
Neste
sentido, conforme Um Espírito Protetor, temos duas espécies de fé: a divina e a
humana. Ou seja:
A fé é humana ou divina, conforme o homem
aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das suas
aspirações celestiais e futuras. O homem de gênio, que se lança à realização de
algum grande empreendimento, triunfa, se tem fé, porque sente em si que pode e
há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de
bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a
sua existência, haure na sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força
necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de
abnegação. Enfim, com a fé, não há maus pendores que se não chegue a vencer.[2]
Emmanuel,
também, nos remete em sua página Firmeza e Constância[3],
grafada no livro Fonte Viva (FEB), para termos firmeza e constância nas obras
de elevação própria.
Deste modo,
não devemos nos deixar levar pela inconstância da fé, como as ondas do mar.
Que Deus nos
ajude.
Domício.
Nenhum comentário:
Postar um comentário