domingo, 11 de julho de 2021

MAR ALTO

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MAR ALTO

E, quando acabou de falar, disse a Simão: faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar.

LUCAS (5:4).

Este versículo nos leva a meditar nos companheiros de luta que se sentem abandonados na experiência humana.

Inquietante sensação de soledade lhes corta o coração.

Choram de saudade, de dor, renovando as amarguras próprias.

Acreditam que o destino lhes reservou a taça da infinita amargura.

Rememoram, compungidos, os dias da infância, da juventude, das esperanças crestadas nos conflitos do mundo.

No íntimo, experimentam, a cada instante, o vago tropel das reminiscências que lhes dilatam as impressões de vazio.

Entretanto, essas horas amargas pertencem a todas as criaturas mortais.

Se alguém as não viveu em determinada região do caminho, espere a sua oportunidade, porquanto, de modo geral, quase todo Espírito se retira da carne, quando os frios sinais de inverno se multiplicam em torno.

Surgindo, pois, a tua época de dificuldade, convence-te de que  chegaram para tua alma os dias de serviço em “mar alto”, o tempo de procurar os valores justos, sem o incentivo de certas ilusões da experiência material. Se te encontras sozinho, se te sentes ao abandono, lembra-te de que, além do túmulo, há companheiros que te assistem e esperam carinhosamente.

O Pai nunca deixa os filhos desamparados; assim, se te vês presentemente sem laços domésticos, sem amigos certos na paisagem transitória do planeta, é que Jesus te enviou a pleno mar da experiência, a fim de provares tuas conquistas em supremas lições.

NOSSA REFLEXÃO

Esta mensagem nos faz lembrar de tantas pessoas que a gente anota como abandonadas pela sociedade em geral, e, particularmente, pela família. Não sabemos o motivo de estarem na situação em que se encontram. Mas, certamente, por algum motivo, ou escolheu se aventurar ao mundo ou foi forçado a isto, por algum motivo de vulnerabilidade social. Quando vemos jovens em situação de ruas nos entristecemos. Dói o coração ver, também, adultos e, principalmente, idosos nesta condição.

Lamentamos que seja difícil que essa mensagem chegue a eles e a elas, mesmo sabendo que, como Emmanuel nos diz nesta mensagem, para cada ser deste planeta, “[...] há companheiros [...]” que os “[...] assistem [...]” e os “[...] esperam carinhosamente”.

Sabemos, também, que, mesmo não vivendo sobre a vulnerabilidade social, há muitos irmãos e irmãs que sofrem de solidão, tanto na juventude como na maturidade e na senilidade, também, principalmente.

Temos que ter fé nas horas em que nos sentimos a sós com Deus. Lembrando dele, lembramos de todos que se põem, no plano espiritual, a seu serviço para nos auxiliar e não nos deixar desanimar. Todos e todas passam por isto, pois conforme Emmanuel, nesta mensagem, “[...] essas horas amargas pertencem a todas as criaturas mortais. Se alguém as não viveu em determinada região do caminho, espere a sua oportunidade [...]”.[1]

Nestas horas, nada melhor que buscarmos a oração para nos fortalecer, pois sabemos que além dos Espíritos amigos e familiares, temos, cada um e cada uma, um Espírito Guardião que nos acompanha[2].

Que tenhamos fé e perseverança no bem. Sobre isto, recomendamos a leitura da mensagem do Espírito Hilário Silva, intitulada “Há um século”, psicografada por Chico Xavier e publicada no livro “O Espírito da Verdade”[3] (FEB), referindo-se a labuta incansável, mas sofrida, de A. Kardec.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] O Cap. V, Bem-aventurados os aflitos, de O Evangelho Segundo o Espiritismo, é um antídoto ao desânimo.
[2] Vide O Livro dos Espíritos, Parte Segunda, Cap. IX – Da intervenção dos Espíritos no mundo corporal, questões 489 à 521
[3]
Vide nossa reflexão sobre essa mensagem no nosso blog O Espírito da Verdade.

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