domingo, 4 de abril de 2021

HOMENS DE FÉ

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HOMENS DE FÉ

Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.

Jesus (MATEUS, 7:24).

Os grandes pregadores do Evangelho sempre foram interpretados à conta de expressões máximas do Cristianismo, na galeria dos tipos veneráveis da fé; entretanto, isso somente aconteceu quando os instrumentos da verdade, efetivamente, não olvidaram a vigilância indispensável ao justo testemunho.

É interessante verificar que o Mestre destaca, entre todos os discípulos, aquele que lhe ouve os ensinamentos e os pratica. Daí se conclui que os homens de fé não são aqueles apenas palavrosos e entusiastas, mas os que são portadores igualmente da atenção e da boa-vontade, perante as lições de Jesus, examinando-lhes o conteúdo espiritual para o trabalho de aplicação no esforço diário.

Reconforta-nos assinalar que todas as criaturas em serviço no campo evangélico seguirão para as maravilhas interiores da fé. Todavia, cabe-nos salientar, em todos os tempos, o subido valor dos homens moderados que, registrando os ensinos e avisos da Boa Nova, cuidam, desvelados, da solução de todos os problemas do dia ou da ocasião, sem permitir que suas edificações individuais se processem longe das bases cristãs imprescindíveis.

Em todos os serviços, o concurso da palavra é sagrado e indispensável, mas aprendiz algum deverá esquecer o sublime valor do silêncio, a seu tempo, na obra superior do aperfeiçoamento de si mesmo, a fim de que a ponderação se faça ouvida, dentro da própria alma, norteando-lhe os destinos.

NOSSA REFLEXÃO

Há uma diferença entre aquele que acredita e o que mostra que segue o que acredita. Somos convidados a nos transformar diariamente, dado que, se somos estudiosos da Doutrina Cristã espírita, devemos internalizá-la no dia a dia através de nossos pensamentos e ações.

Somos identificados e avaliados socialmente, não só pelo que mostramos saber, mas, muito mais, pelo  que mostramos fazer. Se temos a fácil palavra, somos convidados a falar. É nesse momento que as nossas responsabilidades aumentam.

Sabemos, também, que o estudo é um passo para evoluir moralmente, pois senão não teríamos evoluções na sistematização da implantação do Evangelho na Terra.

Até hoje, conhecemos, da Doutrina Cristã, três revelações: duas identificadas numa personalidade – Moisés e Jesus; e uma terceira, sem personalização, pois é atribuída aos Espíritos Superiores sob a égide de Jesus Cristo – A Doutrina Espírita ou o Espiritismo[1].

O problema do ser humano, particularmente os que demonstram saber, é que nem sempre demonstram ser o que mostram entender. Somos desafiados, a todo instante, a mostrar que sabemos. Infelizmente, falhamos muito quando somos provados em nossa fé. Passamos por uma iniciação diariamente e o embate entre o que sabemos e o que sentimos é muito grande. É quando, às vezes, traímos a nossa fé, ao relevar o que sentimos inferiormente.

Ou seja, devemos ter cuidado conosco no dia a dia para que não nos transformemos em falsos profetas (MATEUS, 7:21)[2].

Ou ainda, como Emmanuel nos adverte: “É interessante verificar que o Mestre destaca, entre todos os discípulos, aquele que lhe ouve os ensinamentos e os pratica.”

É uma luta que, com perseverança e fé, nós venceremos.

Que Deus nos ajude.

Domício.



[1] Vide as características de cada uma em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. I – Não vim destruir a Lei.
[2] “Nem todo aquele que me diz 'Senhor, Senhor' entrará no Reino dos Céus, mas aquele que realiza a vontade de meu Pai que está nos céus”. Vide interpretação espírita em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXI – Haverá falsos cristos e falsos profetas.

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