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SENTIMENTOS FRATERNOS
Quanto,
porém, à caridade fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós
mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros.
Paulo (I TESSALONICENSES, 4:9).
Forte contrassenso que desorganiza a contribuição humana,
no divino edifício do Cristianismo, é o impulso sectário que atormenta enormes
fileiras de seus seguidores.
Mais reflexão, mais ouvidos ao ensinamento de Jesus e
essas batalhas injustificáveis estariam para sempre apagadas.
Ainda hoje, com as manifestações do plano espiritual na
renovação do mundo, a cada momento surgem grupos e personalidades, solicitando
fórmulas do Além para que se integrem no campo da fraternidade pura.
Que esperam, entretanto, os companheiros esclarecidos
para serem efetivamente irmãos uns dos outros?
Muita gente se esquece de que a solidariedade legítima
escasseia nos ambientes onde é reduzido o espírito de serviço e onde sobra a
preocupação de criticar. Instituições notáveis são conduzidas à perturbação e
ao extermínio, em vista da ausência do auxílio mútuo, no terreno da
compreensão, do trabalho e da boa-vontade.
Falta de assistência? Não.
Toda obra honesta e generosa repercute nos planos mais
altos, conquistando cooperadores abnegados.
Quando se verifique a invasão da desarmonia nos institutos do bem, que os
agentes humanos acusem a si mesmos pela defecção nos compromissos assumidos ou
pela indiferença ao ato de servir. E que ninguém peça ao Céu determinadas
receitas de fraternidade, porque a fórmula sagrada e imutável permanece conosco
no “amai-vos uns aos outros”.
NOSSA REFLEXÃO
Emmanuel toca uma questão muito significativa para o movimento
religioso, e, sendo um orientador das lides espíritas, esta mensagem, possivelmente,
foi direcionada ao movimento espírita da época em que ele escreveu esta
mensagem. A pergunta que surge à mente é: vale para a atualidade? Compreendendo
esta mensagem e aquela que está gravada em O Evangelho Segundo o Espiritismo,
Cap. XX – Os obreiros do Senhor[1], sim.
Destacamos a necessidade de calarmos as dissensões nas casas
espíritas e no movimento espirita em geral, visando um consenso mínimo sobre o
estudo, reuniões e práticas que devem ser desenvolvidas em uma Casa Espírita.
Neste sentido, na primeira metade do século XX, um movimento
intenso, com a participação de vários confrades ilustres do movimento espírita,
resultou na assinatura do Pacto Áureo, em 1949[2]. Este
pacto se baseou fortemente, como indica seu objetivo maior, na Unificação
espírita.
Então, que tenhamos nas nossas hostes espíritas um
sentimento integrador, fraterno, cristão. E lembremos, como Emmanuel nos faz
lembrar: “E que ninguém peça ao Céu determinadas receitas de fraternidade,
porque a fórmula sagrada e imutável permanece conosco no ’amai-vos uns aos
outros’”.
Que Deus nos ajude.
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