domingo, 11 de abril de 2021

SENTIMENTOS FRATERNOS

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SENTIMENTOS FRATERNOS

Quanto, porém, à caridade fraternal, não necessitais de que vos escreva, visto que vós mesmos estais instruídos por Deus que vos ameis uns aos outros.

Paulo (I TESSALONICENSES, 4:9).

Forte contrassenso que desorganiza a contribuição humana, no divino edifício do Cristianismo, é o impulso sectário que atormenta enormes fileiras de seus seguidores.

Mais reflexão, mais ouvidos ao ensinamento de Jesus e essas batalhas injustificáveis estariam para sempre apagadas.

Ainda hoje, com as manifestações do plano espiritual na renovação do mundo, a cada momento surgem grupos e personalidades, solicitando fórmulas do Além para que se integrem no campo da fraternidade pura.

Que esperam, entretanto, os companheiros esclarecidos para serem efetivamente irmãos uns dos outros?

Muita gente se esquece de que a solidariedade legítima escasseia nos ambientes onde é reduzido o espírito de serviço e onde sobra a preocupação de criticar. Instituições notáveis são conduzidas à perturbação e ao extermínio, em vista da ausência do auxílio mútuo, no terreno da compreensão, do trabalho e da boa-vontade.

Falta de assistência? Não.

Toda obra honesta e generosa repercute nos planos mais altos, conquistando cooperadores abnegados.

Quando se verifique a invasão da desarmonia nos institutos do bem, que os agentes humanos acusem a si mesmos pela defecção nos compromissos assumidos ou pela indiferença ao ato de servir. E que ninguém peça ao Céu determinadas receitas de fraternidade, porque a fórmula sagrada e imutável permanece conosco no “amai-vos uns aos outros”.

NOSSA REFLEXÃO

Emmanuel toca uma questão muito significativa para o movimento religioso, e, sendo um orientador das lides espíritas, esta mensagem, possivelmente, foi direcionada ao movimento espírita da época em que ele escreveu esta mensagem. A pergunta que surge à mente é: vale para a atualidade? Compreendendo esta mensagem e aquela que está gravada em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX – Os obreiros do Senhor[1], sim.

Destacamos a necessidade de calarmos as dissensões nas casas espíritas e no movimento espirita em geral, visando um consenso mínimo sobre o estudo, reuniões e práticas que devem ser desenvolvidas em uma Casa Espírita.

Neste sentido, na primeira metade do século XX, um movimento intenso, com a participação de vários confrades ilustres do movimento espírita, resultou na assinatura do Pacto Áureo, em 1949[2]. Este pacto se baseou fortemente, como indica seu objetivo maior, na Unificação espírita.

Então, que tenhamos nas nossas hostes espíritas um sentimento integrador, fraterno, cristão. E lembremos, como Emmanuel nos faz lembrar: “E que ninguém peça ao Céu determinadas receitas de fraternidade, porque a fórmula sagrada e imutável permanece conosco no ’amai-vos uns aos outros’”.

Que Deus nos ajude.

Domício.

[1]Item 5 - “Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra! (O Espírito de Verdade)
[2] Leopoldo Cirne (1870-1941); Carlos Imbassahy (1883-1969); Guillon Ribeiro (1875-1943 -maranhense); Wantuil de Freitas (1895-1974); Cairbar de Souza Schutel (1868-1938); e Bezerra de Menezes (1831-1900), para citar alguns. Vide artigo de Célia da Graça Arribas (Espíritas de todo o Brasil, uni-vos! Meandros da unificação espírita na primeira metade do século XX), disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-85872017000300150#B15. Acesso em 11 abr. 2021.

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