domingo, 28 de março de 2021

ANSIEDADES

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ANSIEDADES

Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.

I Pedro (5:7).

 

As ansiedades armam muitos crimes e jamais edificam algo de útil na Terra.

Invariavelmente, o homem precipitado conta com todas as probabilidades contra si.

Opondo-se às inquietações angustiosas, falam as lições de paciência da natureza, em todos os setores do caminho humano.

Se o homem nascesse para andar ansioso, seria dizer que veio ao mundo, não na categoria de trabalhador em tarefa santificante, mas por desesperado sem remissão.

Se a criatura refletisse mais sensatamente reconheceria o conteúdo de serviço que os momentos de cada dia lhe podem oferecer e saberia vigiar, com acentuado valor, os patrimônios próprios.

Indubitável que as paisagens se modificarão incessantemente, compelindo-nos a enfrentar surpresas desagradáveis, decorrentes de nossa atitude inadequada, na alegria ou na dor; contudo, representa impositivo da lei a nossa obrigação de prosseguir diariamente, na direção do bem.

A ansiedade tentará violentar corações generosos, porque as estradas terrenas desdobram muitos ângulos obscuros e problemas de solução difícil; entretanto, não nos esqueçamos da receita de Pedro.

Lança as inquietudes sobre as tuas esperanças em Nosso Pai celestial, porque o divino Amor cogita do bem-estar de todos nós.

Justo é desejar, firmemente, a vitória da luz, buscar a paz com perseverança, disciplinar-se para a união com os planos superiores, insistir por sintonizar-se com as esferas mais altas. Não olvides, porém, que a ansiedade precede sempre a ação de cair.

NOSSA REFLEXÃO

No dia a dia de nossas vidas, há momentos que nos afligimos além do necessário, porque não paramos para pensar que tudo segue uma lógica que descambará em algo que pode ser trágico ou libertário. Assim, nos destoamos da natureza, que como Emmanuel nos fala nesta mensagem, por nos opor às suas “[...] lições de paciência [...]”.

Paciência é a virtude de que quem achar o melhor para si e para os outros. Se a temos, esperamos em um poder maior, fazendo a nossa parte, como faz a natureza (Mateus, 6:25 e 26)[1]. A paciência também é uma condição para que façamos nosso trabalho confiantes em seus resultados, mas sabendo que estamos em aprendizagem constante. Isto nos dá a consciência de que nem tudo segue a nossa lógica do nosso pensar e que, também, todo trabalho é feito sob certas condições que não dependem somente de nós.

Lembremos disto quando algo não se dê como esperamos. Como diz Um Espírito Amigo: “Se, porém, atentarmos nos deveres que nos são impostos, nas consolações e compensações que, por outro lado, recebemos, havemos de reconhecer que são as bênçãos muito mais numerosas do que as dores” [2].

Assim, esperemos, sempre em Deus, pois como Emmanuel finaliza esta mensagem, nos alertando que muitas vezes caímos por causa de nossas ansiedades, “justo é desejar, firmemente, a vitória da luz, buscar a paz com perseverança, disciplinar-se para a união com os planos superiores, insistir por sintonizar-se com as esferas mais altas”.

Sigamos, assim, pacientes, sem ansiedades.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Vide dissertação de Allan Kardec sobre esta passagem evangélica, que exalta o modo de existir dos pássaros em consonância com Deus, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXV (Buscai e achareis), Item 7.
[2] Vida a íntegra da mensagem de Um Espírito Amigo em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIX (Bem-aventurados os que brandos e pacíficos) , Item7.

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