domingo, 21 de março de 2021

A SEMENTE

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A SEMENTE

E, quando semeias, não semeias o corpo que há de nascer, mas o simples grão de trigo ou de outra qualquer semente.

Paulo (I CORÍNTIOS, 15:37).

Nos serviços da Natureza, a semente reveste-se, aos nossos olhos, do sagrado papel de sacerdotisa do Criador e da Vida.

Gloriosa herdeira do poder divino, coopera na evolução do mundo e transmite silenciosa e sublime lição, tocada de valores infinitos, à criatura.

Exemplifica sabiamente a necessidade dos pontos de partida, as requisições justas de trabalho, os lugares próprios, os tempos adequados.

Há homens inquietos e insaciados que ainda não conseguiram compreendê-la. Exigem as grandes obras de um dia para outro, impõem medidas tirânicas pela força das ordenações ou das armas ou pretendem trair as leis profundas da Natureza; aceleram os processos da ambição, estabelecem domínio transitório, alardeiam mentirosas conquistas, incham-se e caem, sem nenhuma edificação santificadora para si ou para outrem.

Não souberam aprender com a semente minúscula que lhes dá trigo ao pão de cada dia e lhes garante a vida, em todas as regiões de luta planetária.

Saber começar constitui serviço muito importante.

No esforço redentor, é indispensável que não se percam de vista as possibilidades pequeninas: um gesto, uma palestra, uma hora, uma frase pode representar sementes gloriosas para edificações imortais. Imprescindível, pois, jamais desprezá-las.

NOSSA REFLEXÃO

Todo dia é dia começar. Pois todo dia tem um início. Cada pessoa começa quando está minimamente pronta para começar. O processo de aperfeiçoamento da semente semeada tem seu tempo próprio que varia de elemento para elemento material ou de Espírito para Espírito. Sem pressa e com perseverança podemos chegar a produzir frutos como um ente da natureza. Desta forma, não podemos ser apressados nem conosco, nem com os nossos semelhantes.

A Parábola do trabalhador da última hora[1] nos traduz isto, bem como a Parábola do semeador.[2] De maneira simplificada, a primeira nos traduz que Deus nos aproveita na hora que nos dispomos a trabalhar e, a segunda, que é necessário que estejamos com a mente aberta para novas ideias que podem nos libertar da estagnação espiritual a que nos acostumamos.

Então, cada um e cada uma de nós devemos valorizar as menores oportunidades que nos surgem para sermos úteis e crescermos segundo um ritmo próprio e sem exigir dos outros o que não podem dar. É questão de justiça para com os outros como Deus tem para conosco.

Sejamos colaboradores do bem e deixemos que os outros também sejam sem fazer comparações injustas quanto a utilidade do trabalho deles em relação ao nosso. Emmanuel nos faz essa advertência em Não te enganes (65 – Fonte Viva).

Sejamos igual as sementes que crescem, dão frutos, sem se compararem com as demais.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XX, a sua interpretação, segundo A. Kardec e os Espíritos superiores.
[2]
 Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, Item 5, a sua interpretação, segundo A. Kardec e os Espíritos superiores.

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