163
AGRADECER
E sede agradecidos.
Paulo (COLOSSENSES, 3:15).
É curioso
verificar que a multidão dos aprendizes está sempre interessada em receber
graças, entretanto, é raro encontrar alguém com a disposição de ministrá-las.
Os recursos
espirituais, todavia, em sua movimentação comum, deveriam obedecer ao mesmo
sistema aplicado às providências de ordem material.
No capítulo
de bênçãos da alma, não se deve receber e gastar, insensatamente, mas recorrer
ao critério da prudência e da retidão, para que as possibilidades não sejam
absorvidas pela desordem e pela injustiça.
É por isso
que, em suas instruções aos cristãos de Colossos, recomenda o apóstolo que
sejamos agradecidos.
Entre os
discípulos sinceros, não se justifica o velho hábito de manifestar
reconhecimento em frases bombásticas e laudatórias.
Na
comunidade dos trabalhadores fiéis a Jesus, agradecer significa aplicar
proveitosamente as dádivas recebidas, tanto ao próximo, quanto a si mesmo.
Para os pais
amorosos, o melhor agradecimento dos filhos consiste na elevada compreensão do
trabalho e da vida, de que oferecem testemunho.
Manifestando
gratidão ao Cristo, os apóstolos lhe foram leais até ao último sacrifício;
Paulo de Tarso recebe o apelo do Mestre e, em sinal de alegria e de amor, serve
à Causa Divina, através de sofrimentos inomináveis, por mais de trinta anos
sucessivos.
Agradecer não será tão somente problema de palavras
brilhantes; é sentir a grandeza dos gestos, a luz dos benefícios, a
generosidade da confiança e corresponder, espontaneamente, estendendo aos
outros os tesouros da vida.
NOSSA
REFLEXÃO
Temos
um tema que muito nos cala na alma, pois a gratidão é uma virtude que deve ser
buscada por nós, enquanto seres altamente assistido por Deus, Jesus Cristo, o Anjo
da Guarda particular e também pelos Espíritos amigos e familiares, além
daqueles e daquelas encarnados (as) que nos quer bem.
Ser
grato, em primeira mão, é respeitar quem nos assiste, mesmo quando não concordamos
com ele ou ela.
Emmanuel,
cita quem está diretamente ligado a nossa vida, que são os pais e o Cristo que
se doam aos seus tutelados até as últimas forças.
Os
discípulos foram muito gratos e agiram conforme a orientação do Cristo em, cada
um, carregar sua cruz, pois sabia ele que seriam perseguidos.[1]
Allan
Kardec, exalta esse ato de gratidão, ao prefaciar a oração pelos inimigos do
Espiritismo:
A exemplo dos primeiros cristãos, carregai com altivez a vossa cruz. Crede na palavra do Cristo, que disse: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, que deles é o Reino dos Céus. Não temais os que matam o corpo, mas que não podem matar a alma.[2]
Aos
pais, também Emmanuel faz referência à gratidão que cada filho ou filha deve
ter. A gratidão aos Pais é o mais correto exemplo de piedade filial. Segundo
Allan Kardec,
Se a lei da caridade manda se pague o mal com o bem, se seja indulgente para as imperfeições de outrem, se não diga mal do próximo, se lhe esqueçam e perdoem os agravos, se ame até os inimigos, quão maiores não hão de ser essas obrigações, tratando-se de filhos para com os pais! Devem, pois, os filhos tomar como regra de conduta para com seus pais todos os preceitos de Jesus concernentes ao próximo e ter presente que todo procedimento censurável, com relação aos estranhos, ainda mais censurável se torna relativamente aos pais; e que o que talvez Honrai a vosso pai e a vossa mãe não passe de simples falta, no primeiro caso, pode ser considerado um crime, no segundo, porque, aqui, à falta de caridade se junta a ingratidão.[3]
Perdoar
aos que nos magoam ou magoaram é outro ato de gratidão à Deus e a Jesus Cristo,
pois temos sido perdoados milenarmente pelos dois. Jesus Cristo, ao responder à
Pedro quantas vezes deveríamos perdoar o próximo, nos ensinou: — “Não
vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes.”
(Mateus, 18:15, 21 e 22.)
Sobre isso, o Espírito
Simeão expõe:
Ele, o justo por excelência, responde a Pedro: perdoarás, mas ilimitadamente; perdoarás cada ofensa tantas vezes quantas ela te for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que torna uma criatura invulnerável ao ataque, aos maus procedimentos e às injúrias; serás brando e humilde de coração, sem medir a tua mansuetude; farás, enfim, o que desejas que o Pai celestial por ti faça. Não está Ele a te perdoar frequentemente? Conta porventura as vezes que o seu perdão desce a te apagar as faltas? (grifos nossos).[4]
Que
sejamos piedosos filialmente, misericordiosos infinitamente e devotados à causa
do Cristo.
Que
Deus nos ajude.
Domício.
Ps.: Compartilho com
os e as leitores (as) estudiosos (as) e reflexivos (as) deste blog uma poesia
de L. Angel (meu pseudônimo):
OS BRANDOS E PACÍFICOS: MISERICORDIOSOS
L. ANGEL 17/04/2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário