domingo, 14 de julho de 2024

AGRADECER

 163
AGRADECER

E sede agradecidos.                       

Paulo (COLOSSENSES, 3:15).                

É curioso verificar que a multidão dos aprendizes está sempre interessada em receber graças, entretanto, é raro encontrar alguém com a disposição de ministrá-­las.

Os recursos espirituais, todavia, em sua movimentação comum, deveriam obedecer ao mesmo sistema aplicado às providências de ordem material.

No capítulo de bênçãos da alma, não se deve receber e gastar, insensatamente, mas recorrer ao critério da prudência e da retidão, para que as possibilidades não sejam absorvidas pela desordem e pela injustiça.

É por isso que, em suas instruções aos cristãos de Colossos, recomenda o apóstolo que sejamos agradecidos.

Entre os discípulos sinceros, não se justifica o velho hábito de manifestar reconhecimento em frases bombásticas e laudatórias.

Na comunidade dos trabalhadores fiéis a Jesus, agradecer significa aplicar proveitosamente as dádivas recebidas, tanto ao próximo, quanto a si mesmo.

Para os pais amorosos, o melhor agradecimento dos filhos consiste na elevada compreensão do trabalho e da vida, de que oferecem testemunho.

Manifestando gratidão ao Cristo, os apóstolos lhe foram leais até ao último sacrifício; Paulo de Tarso recebe o apelo do Mestre e, em sinal de alegria e de amor, serve à Causa Divina, através de sofrimentos inomináveis, por mais de trinta anos sucessivos.

Agradecer não será tão ­somente problema de palavras brilhantes; é sentir a grandeza dos gestos, a luz dos benefícios, a generosidade da confiança e corresponder, espontaneamente, estendendo aos outros os tesouros da vida.

NOSSA REFLEXÃO

Temos um tema que muito nos cala na alma, pois a gratidão é uma virtude que deve ser buscada por nós, enquanto seres altamente assistido por Deus, Jesus Cristo, o Anjo da Guarda particular e também pelos Espíritos amigos e familiares, além daqueles e daquelas encarnados (as) que nos quer bem.

Ser grato, em primeira mão, é respeitar quem nos assiste, mesmo quando não concordamos com ele ou ela.

Emmanuel, cita quem está diretamente ligado a nossa vida, que são os pais e o Cristo que se doam aos seus tutelados até as últimas forças.

Os discípulos foram muito gratos e agiram conforme a orientação do Cristo em, cada um, carregar sua cruz, pois sabia ele que seriam perseguidos.[1]

Allan Kardec, exalta esse ato de gratidão, ao prefaciar a oração pelos inimigos do Espiritismo:

A exemplo dos primeiros cristãos, carregai com altivez a vossa cruz. Crede na palavra do Cristo, que disse: “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, que deles é o Reino dos Céus. Não temais os que matam o corpo, mas que não podem matar a alma.[2]

Aos pais, também Emmanuel faz referência à gratidão que cada filho ou filha deve ter. A gratidão aos Pais é o mais correto exemplo de piedade filial. Segundo Allan Kardec,

Se a lei da caridade manda se pague o mal com o bem, se seja indulgente para as imperfeições de outrem, se não diga mal do próximo, se lhe esqueçam e perdoem os agravos, se ame até os inimigos, quão maiores não hão de ser essas obrigações, tratando-se de filhos para com os pais! Devem, pois, os filhos tomar como regra de conduta para com seus pais todos os preceitos de Jesus concernentes ao próximo e ter presente que todo procedimento censurável, com relação aos estranhos, ainda mais censurável se torna relativamente aos pais; e que o que talvez Honrai a vosso pai e a vossa mãe não passe de simples falta, no primeiro caso, pode ser considerado um crime, no segundo, porque, aqui, à falta de caridade se junta a ingratidão.[3]

Perdoar aos que nos magoam ou magoaram é outro ato de gratidão à Deus e a Jesus Cristo, pois temos sido perdoados milenarmente pelos dois. Jesus Cristo, ao responder à Pedro quantas vezes deveríamos perdoar o próximo, nos ensinou: “Não vos digo que perdoeis até sete vezes, mas até setenta vezes sete vezes.” (Mateus, 18:15, 21 e 22.)

Sobre isso, o Espírito Simeão expõe:

Ele, o justo por excelência, responde a Pedro: perdoarás, mas ilimitadamente; perdoarás cada ofensa tantas vezes quantas ela te for feita; ensinarás a teus irmãos esse esquecimento de si mesmo, que torna uma criatura invulnerável ao ataque, aos maus procedimentos e às injúrias; serás brando e humilde de coração, sem medir a tua mansuetude; farás, enfim, o que desejas que o Pai celestial por ti faça. Não está Ele a te perdoar frequentemente? Conta porventura as vezes que o seu perdão desce a te apagar as faltas? (grifos nossos).[4]

Que sejamos piedosos filialmente, misericordiosos infinitamente e devotados à causa do Cristo.

Que Deus nos ajude.

Domício.

 

Ps.: Compartilho com os e as leitores (as) estudiosos (as) e reflexivos (as) deste blog uma poesia de L. Angel (meu pseudônimo):

OS BRANDOS E PACÍFICOS: MISERICORDIOSOS

L. ANGEL                 17/04/2014

Quem luta para ser brando
Herdará a Terra,
Pois vive lutando
Contra a cólera que lhe estagna e emperra.


Quem luta para ser pacífico
Será chamado Filho de Deus.
Nesta Terra, isso será o pico
Duma jornada evolutiva que Jesus prometeu.
 
Quem quer ser pacífico e brando
Tem que aprender a ser misericordioso.
Passa pelas provas e segue viajando.
 
Essa é nossa meta,
Desejo de nosso Pai amoroso.
Deixará nosso Mestre orgulhoso, na certa.


[1] “Se alguém quiser vir nas minhas pegadas, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me; porquanto, aquele que se quiser salvar a si mesmo, perder-se-á; e aquele que se perder por amor de mim e do Evangelho se salvará.” — Com efeito, de que serviria a um homem ganhar o mundo todo e perder-se a si mesmo? (MARCOS, 8:34 a 36; LUCAS, 9:23 a 25; MATEUS, 10:38 e 39; JOÃO, 12:25 e 26).
[2] Vide prefácio, na íntegra, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVIII (Coletânea de preces espíritas – Pelos inimigos do Espiritismo), Item 51.
[3] Vide dissertação na íntegra em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XIV (Honrai vosso pai a vossa mãe – Piedade filial), Item 3.
[4] Vide instrução na íntegra em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. X (Bem-aventurados os que são misericordiosos – Instrução dos Espíritos – Perdão das ofensas), Item 14.

Nenhum comentário:

Postar um comentário