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VÓS, QUE DIZEIS?
E perguntou-lhes: E vós, quem dizeis que eu sou?
(LUCAS,
9:20).
Nas
discussões propriamente do mundo, existirão sempre escritores e cientistas
dispostos a examinar o Mestre, na pauta de suas impressões puramente
intelectuais, sob os pruridos da presunção humana.
Esses
amigos, porém, não tiveram contacto com a alma do Evangelho, não superaram os
círculos acadêmicos e nem arriscam títulos convencionais, numa excursão
desapaixonada através da revelação divina; naturalmente, portanto, continuarão
enganados pela vaidade, pelo preconceito ou pelo temor que lhes são peculiares
ao transitório modo de ser, até que se lhes renove a experiência nas estradas
da vida imperecível.
Entretanto,
na intimidade dos aprendizes sinceros e fiéis, a pergunta de Jesus reveste-se
de singular importância.
Cada
um de nós deve possuir opiniões próprias, relativamente à sabedoria e à
misericórdia com que temos sido agraciados.
Palestras
vãs, acerca do Cristo, quadram bem apenas a espíritos desarvorados no caminho
da vida. A nós outros, porém, compete o testemunho da intimidade com o Senhor,
porque somos usufrutuários diretos de sua infinita bondade. Meditemos e
renovemos aspirações em seu Evangelho de amor, compreendendo a impropriedade de
mútuas interpelações, com respeito ao Mestre, porque a interrogação sublime vem
dele a cada um de nós e todos necessitamos conhecê-lo, de modo a assinalá-lo em
nossas tarefas de cada dia.
NOSSA REFLEXÃO
Esse versículo, que
Emmanuel escolheu pra o prompt de sua mensagem, através de Chico Xavier,
ocorreu próximo ao calvário do Mestre.
Chegava o fim de Sua Missão,
entre nós, e Ele precisava deixar costurado com o seus discípulos alguns
entendimentos sobre a sua realidade espiritual junto ao Pai e sua missão reencarnatória
entre nós.
Respondendo à Pedro
sobre a sua realidade dita pelas pessoas comuns e ou religiosas, Ele orientou
sobre o seu sacrifício e a real relação que deveríamos ter com Ele e da
necessidade de cada um carregar sua cruz:
É necessário o filho do homem padecer muitas {coisas}, ser rejeitado pelos anciãos, sumos-sacerdotes e escribas, ser morto e levantar-se no terceiro dia. Ele dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz a cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá, e quem perder a sua vida por minha causa, esse a salvará. Porquanto, que benefício tem o homem ao ganhar o mundo inteiro, destruindo a si mesmo ou sofrendo perda? (LUCAS, 9: 22-25).[1]
Sobre a nossa coragem
diante de nossas atribulações (simbolizada pela cruz, que Ele carregou e orientou
que carregássemos a nossa), A. Kardec nos explica que Ele quis dizer, de outro modo,
que devemos suportar
[...] corajosamente as tribulações que sua fé lhe acarretar, dado que aquele que quiser salvar a vida e seus bens, renunciando a mim, perderá as vantagens do Reino dos Céus, enquanto os que tudo houverem perdido neste mundo, mesmo a vida, para que a verdade triunfe, receberão, na vida futura, o prêmio da coragem, da perseverança e da abnegação de que deram prova. Mas aos que sacrificam os bens celestes aos gozos terrestres, Deus dirá: “Já recebestes a vossa recompensa”.[2]
Que tenhamos, então, consciência
dessa cumplicidade espiritual que devemos ter com o Mestre, de modo construtivo,
sem perder de vista a nossa realidade espiritual após a perda do corpo físico,
ou seja, a nova vida futura.[3]
Que Deus nos ajude.
Domício.
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