domingo, 19 de maio de 2024

A POSSE DO REINO

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A POSSE DO REINO

Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, e dizendo que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus.

(ATOS, 14:22).

O Evangelho a ninguém engana, em seus ensinamentos.

É vulgar a preocupação dos crentes tentando subornar as forças divinas. Não será, no entanto, ao preço de muitas missas, muitos hinos ou muitas sessões psíquicas que o homem efetuará a sublime aquisição de espiritualidade excelsa.

Naturalmente, toda prática edificante deve ser aproveitada por elemento de auxilio, no entanto, compete a cada individualidade humana o esforço iluminativo.

A Boa-Nova não distribui indulgências a preço do mundo e a criatura encontra inúmeros caminhos para a ascensão.

Templos e instrutores se multiplicam e cada qual oferece parcelas de socorro ou assistência, no serviço de orientação; contudo, a entrada e posse na herança eterna se verificará através de justos testemunhos.

Isto não é acidental. É medida lógica e necessária.

Não se improvisam estátuas raras, sem golpes de escopro, como não se colhe trigo sem campo lavrado.

Não poucos aprendizes costumam interpretar certas advertências do Evangelho por excesso de exortação ao sofrimento, no entanto, o que lhes parece obsessão pela dor é imperativo de educação da alma para a vida imperecível.

Homem algum encontrará o estuário infinito das energias divinas, sem o concurso das tribulações da Terra.

Personalidade sem luta, na crosta planetária, é alma estreita.

Somente o trabalho e o sacrifício, a dificuldade e o obstáculo, como elementos de progresso e auto-superação, podem dar ao homem a verdadeira notícia de sua grandeza.

NOSSA REFLEXÃO

O legado que o Cristo nos deixou é de grande utilidade quando nos desanimarmos na luta. Ele apresentou as condições de entrada no Reino de Deus, após o decesso do corpo físico (Mateus, 22:1 a 14; Mateus, 7:13 e 14; Lucas, 13:23 a 30; Mateus, 7:21 a 23; Mateus, 7:24 a 27; Lucas, 6:46 a 49; Lucas, 12:47 e 48; João, 9:39 a 41)[1].

A perfeição requer muito esforço e tempo pra ser atingida. Daí, quando A. Kardec ao caracterizar o verdadeiro espírita, não o designou como um Espírito Perfeito. Senão vejamos: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.” [2]

Allan Kardec, corroborou com Paulo, o apóstolo, pois este já se antecipou a ele, quando nos iluminou:

Esforçai-vos, pois, para que os vossos irmãos, observando-vos, sejam induzidos a reconhecer que verdadeiro espírita e verdadeiro cristão são uma só e a mesma coisa, dado que todos quantos praticam a caridade são discípulos de Jesus, sem embargo da seita a que pertençam.[3]

Desse modo, independente, da religião, todos podemos ser verdadeiros cristãos, e em particular, sendo espíritas.

Sabemos não ser fácil, a porta estreita preconizada por Cristo, como condição pra entramos no Reino de Deus.

Por que não é fácil? A. Kardec nos explica. Corroborando consigo mesmo, quanto à sua definição de verdadeiro espírita:

Larga é a porta da perdição, porque são numerosas as paixões más e porque o maior número envereda pelo caminho do mal. É estreita a da salvação, porque a grandes esforços sobre si mesmo é obrigado o homem que a queira transpor, para vencer suas más tendências, coisa a que poucos se resignam. É o complemento da máxima: “Muitos são os chamados e poucos os escolhidos.” (grifos nossos).[4]

Que possamos mudar nosso modo de sentir[5], contribuindo no dia a dia com os nossos semelhantes, com a natureza e, como consequência, conosco mesmo, no sentido de podermos receber a credencial pra adentrar ao reino de Deus..

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Vide interpretações kardequianas em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVIII (Muitos os chamados, poucos os escolhidos).
[2]Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII (Sede perfeitos), Item 4 (Os bons espíritas).
[3] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XV (Fora da caridade não há salvação), Item 10 (Fora da caridade não há salvação)
[4] Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVIII (Muitos os chamados, poucos os escolhidos), Item 5 (A porta estreita).
[5]
Vide mensagem de Emmanuel, do livro Fonte Viva (Chico Xavier – FEB), intitulada Modo de Sentir, e refletida por nós.

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