domingo, 19 de novembro de 2023

RENOVAÇÃO NECESSÁRIA

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RENOVAÇÃO NECESSÁRIA

Não extingais o Espírito.

Paulo (I TESSALONICENSES, 5:19).

Quando o apóstolo dos gentios escreveu esta exortação, não desejava dizer que o Espírito pode ser destruído, mas procurava renovar a atitude mental de quantos vivem sufocando as tendências superiores.

Não raro, observamos criaturas que agem contra a própria consciência, a fim de não se categorizarem entre os espirituais. Entretanto, as entidades encarnadas permanecem dentro de laborioso aprendizado, para se erguerem do mundo na qualidade de espíritos gloriosos. Esta é a maior finalidade da escola humana.

Os homens, contudo, demoram-se largamente a distância da grande verdade. Habitualmente, preferem o convencionalismo a rigor e, somente a custo, abrem o entendimento às realidades da alma. Os costumes, efetivamente, são elementos poderosos e determinantes na evolução, todavia, apenas quando inspirados por princípios de ordem superior.

É necessário, portanto, não asfixiarmos os germens da vida edificante que nascem, todos os dias, no coração, ao influxo do Pai misericordioso.

Irmãos nossos existem que regressam da Terra pela mesma porta da ignorância e da indiferença pela qual entraram. Eis por que, no balanço das atividades de cada dia, os discípulos deverão interrogar a si mesmos: “Que fiz hoje? acentuei os traços da criatura inferior que fui até ontem ou desenvolvi as qualidades elevadas do espírito que desejo reter amanhã?”

NOSSA REFLEXÃO

Emmanuel traz-nos uma reflexão que nos direcionam à reforma íntima, visando nos tornamos melhor a cada dia. Com perseverança, podemos alcançar essa meta, nos tornando verdadeiros espíritas[1].

As barreiras que encontramos para alcançarmos essa meta são as mais diversas, a começar pela maior: nós mesmos. No homem velho que trazemos em nós, se revelam, cotidianamente, na forma de tentações.

Em Origem das tentações, do livro Caminho, Verdade e Vida (Chico Xavier), Emmanuel nos traduz como as tentações se originam em nós e podem permanecer: “Ser tentado é ouvir a malícia própria, é abrigar os inferiores alvitres de si mesmo, porquanto, ainda que o mal venha do exterior, somente se concretiza e persevera se com ele afinamos, na intimidade do coração.”

Então, devemos fazer a separação do joio que está em nós, pois é natural que ele surja, no dia a dia, pois o trazemos conosco ao reencarnar.

A reforma íntima está em domar nossas más inclinações, reforçadas pelas tentações. Daí, para que esse controle seja feito, coisa que dificilmente fazemos, lembremos da experiência de Santo Agostinho, narrada por ele, em O Livro dos Espíritos, cujo recorte apresentamos, como segue:

Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma.[2]

Portanto, não nos extigamos, conforme explicação de Emmanuel, em relação à exortação de Paulo. Pelo contrário, tentemos seguir o Santo Agostinho.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más. Vide Cap. XVII, Item 4 (Os bons espíritas) de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
[2]
Vide, na íntegra, sua mensagem, em O Livro dos Espíritos, Parte Terceira, Cap. II (Da perfeição moral) – Questão 919 – Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?

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