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RENOVAÇÃO NECESSÁRIA
Não extingais o Espírito.
Paulo (I TESSALONICENSES, 5:19).
Quando o
apóstolo dos gentios escreveu esta exortação, não desejava dizer que o Espírito
pode ser destruído, mas procurava renovar a atitude mental de quantos vivem sufocando
as tendências superiores.
Não raro,
observamos criaturas que agem contra a própria consciência, a fim de não se
categorizarem entre os espirituais. Entretanto, as entidades encarnadas
permanecem dentro de laborioso aprendizado, para se erguerem do mundo na
qualidade de espíritos gloriosos. Esta é a maior finalidade da escola humana.
Os homens,
contudo, demoram-se largamente a distância da grande verdade. Habitualmente,
preferem o convencionalismo a rigor e, somente a custo, abrem o entendimento às
realidades da alma. Os costumes, efetivamente, são elementos poderosos e
determinantes na evolução, todavia, apenas quando inspirados por princípios de
ordem superior.
É
necessário, portanto, não asfixiarmos os germens da vida edificante que nascem,
todos os dias, no coração, ao influxo do Pai misericordioso.
Irmãos
nossos existem que regressam da Terra pela mesma porta da ignorância e da
indiferença pela qual entraram. Eis por que, no balanço das atividades de cada
dia, os discípulos deverão interrogar a si mesmos: “Que fiz hoje? acentuei os traços
da criatura inferior que fui até ontem ou desenvolvi as qualidades elevadas do
espírito que desejo reter amanhã?”
NOSSA REFLEXÃO
Emmanuel traz-nos
uma reflexão que nos direcionam à reforma íntima, visando nos tornamos melhor a
cada dia. Com perseverança, podemos alcançar essa meta, nos tornando verdadeiros
espíritas[1].
As barreiras
que encontramos para alcançarmos essa meta são as mais diversas, a começar pela
maior: nós mesmos. No homem velho que trazemos em nós, se revelam, cotidianamente,
na forma de tentações.
Em Origem das tentações, do livro Caminho, Verdade e Vida (Chico Xavier), Emmanuel nos traduz como as tentações se originam
em nós e podem permanecer: “Ser tentado é ouvir a malícia própria, é
abrigar os inferiores alvitres de si mesmo, porquanto, ainda que o mal venha do
exterior, somente se concretiza e persevera se com ele afinamos, na intimidade
do coração.”
Então,
devemos fazer a separação do joio que está em nós, pois é natural que ele surja,
no dia a dia, pois o trazemos conosco ao reencarnar.
A reforma
íntima está em domar nossas más inclinações, reforçadas pelas tentações. Daí,
para que esse controle seja feito, coisa que dificilmente fazemos, lembremos da
experiência de Santo Agostinho, narrada por ele, em O Livro dos Espíritos, cujo recorte apresentamos, como segue:
Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma.[2]
Portanto, não
nos extigamos, conforme explicação de Emmanuel, em relação à exortação de Paulo.
Pelo contrário, tentemos seguir o Santo Agostinho.
Que Deus nos
ajude.
Domício.
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