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O GRANDE FUTURO
Mas
agora o meu reino não é daqui.
Jesus
(JOÃO, 18:36).
Desde os primórdios
do Cristianismo, observamos aprendizes que se retiram deliberadamente do mundo,
alegando que o reino do Senhor não pertence à Terra.
Ajoelham-se, por
tempo indeterminado, nas casas de adoração, e acreditam efetuar na fuga a
realização da santidade.
Muitos cruzam os
braços à frente dos serviços de regeneração e, quando interrogados, expressam
revolta pelos quadros chocantes que a experiência terrena lhes oferece,
reportando-se ao Cristo, diante de Pilatos, quando o Mestre asseverou que o seu
reino ainda não se instalara nos círculos da luta humana.
No entanto, é justo
ponderar que o Cristo não deserdou o planeta. A palavra dele não afiançou a
negação absoluta da felicidade celeste para a Terra, mas apenas definiu a
paisagem então existente, sem esquecer a esperança no porvir.
O Mestre esclareceu:
“Mas agora o meu reino não é daqui.”
Semelhante
afirmativa revela-lhe a confiança.
Jesus, portanto, não
pode endossar a falsa atitude dos operários em desalento, tão só porque a
sombra se fez mais densa em torno de problemas transitórios ou porque as
feridas humanas se fazem, por vezes, mais dolorosas. Tais ocorrências, muita
vez, obedecem a pura ilusão visual.
A atividade divina
jamais cessa e justamente no quadro da luta benéfica é que o discípulo
insculpirá a própria vitória.
Não nos cabe, pois,
a deserção pela atitude contemplativa e, sim, avançar, confiantemente, para o
grande futuro.
NOSSA REFLEXÃO
O Mestre esteve entre nós, 2023 anos
atrás e, até hoje, precisamos refletir que ainda nos encontramos num mundo de provas
e expiações, onde cada pessoa ainda tem que se ressarcir com a Lei de Deus.
Portanto, por agora, o Reino de Jesus ainda não é deste mundo.
Mas, ainda assim, ele se constitui em um
planeta de crescimento espiritual com vista a permanência nele, de todas as
pessoas que compreenderam as lições do Mestre.
Os mundos passam por uma escala evolutiva,
conforme evolução do povo que o habita. Deste modo, temos a seguir as
diferentes categorias de mundos habitados, conforme o grau de espiritualidade
de seus habitantes:
[...] mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana; mundos de expiação e provas, onde domina o mal; mundos de regeneração, nos quais as almas que ainda têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta; mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal; mundos celestes ou divinos, habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias (grifos nossos).[1]
Estamos próximos de galgar a categoria de
mundo de regeneração, que segundo A. Kardec, acima, ainda teremos, caso ficarmos
na Terra, nessa progressão, algo a expiar, mas não com a dor pungente que
ocorre no atual estágio planetário. É um estágio de evolução para o mundo
ditoso.
O Cristo, sabia dessa evolução planetária
e confiava, quando disse “agora”, que não tardaria o reino dele se implantaria
no nosso mundo. Com a Doutrina Espírita, denominada de O Consolador, pelo Mestre
(JOÃO, 14:15 a 17 e 26.)[2],
Ele nos esclareceu a sua fala, quando respondeu a Pilatos, quando este o
perguntou: Tu és o rei dos judeus? (JOÃO, 18:33).
Que tenhamos a vontade firme de superar
nossas limitações espirituais e que não cometamos as maldades que ainda não
conseguimos evitar. Sejamos firmes com nossas imperfeições e nos reformemos dia
a dia, sendo verdadeiros espíritas, que segundo A. Kardec: “Reconhece-se o
verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega
para domar suas inclinações más.”[3]
Que Deus nos ajude.
Domício.
Ps: Compartilho um poema de L. Angel, sobre o tema, com nossos(as) leitores(as) e estudiosos(as) da Doutrina Espírita.
AS ESTRELAS E OS MUNDOS HABITADOS
L. Angel 23/07/2010
A morte sucede a vida
E cada dia tem seu fim.
É então que Deus traz para mim
A noite suscitando alegria incontida.
São as estrelas, Pai bondoso,
Que inspira os poetas,
Deixa as mentes inquietas
Após um dia laborioso.
Fica uma questão que se faz:
Na criação divinal,
As estrelas não têm outro fim, afinal?
Sim – dizem os Espíritos em sua paz –.
Iluminam os diversos mundos habitados
Por Espíritos que evoluem em outros estados.
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