domingo, 5 de novembro de 2023

O GRANDE FUTURO

 

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O GRANDE FUTURO

Mas agora o meu reino não é daqui.

Jesus (JOÃO, 18:36).

Desde os primórdios do Cristianismo, observamos aprendizes que se retiram deliberadamente do mundo, alegando que o reino do Senhor não pertence à Terra.

Ajoelham-se, por tempo indeterminado, nas casas de adoração, e acreditam efetuar na fuga a realização da santidade.

Muitos cruzam os braços à frente dos serviços de regeneração e, quando interrogados, expressam revolta pelos quadros chocantes que a experiência terrena lhes oferece, reportando-se ao Cristo, diante de Pilatos, quando o Mestre asseverou que o seu reino ainda não se instalara nos círculos da luta humana.

No entanto, é justo ponderar que o Cristo não deserdou o planeta. A palavra dele não afiançou a negação absoluta da felicidade celeste para a Terra, mas apenas definiu a paisagem então existente, sem esquecer a esperança no porvir.

O Mestre esclareceu: “Mas agora o meu reino não é daqui.”

Semelhante afirmativa revela-lhe a confiança.

Jesus, portanto, não pode endossar a falsa atitude dos operários em desalento, tão só porque a sombra se fez mais densa em torno de problemas transitórios ou porque as feridas humanas se fazem, por vezes, mais dolorosas. Tais ocorrências, muita vez, obedecem a pura ilusão visual.

A atividade divina jamais cessa e justamente no quadro da luta benéfica é que o discípulo insculpirá a própria vitória.

Não nos cabe, pois, a deserção pela atitude contemplativa e, sim, avançar, confiantemente, para o grande futuro.

NOSSA REFLEXÃO

O Mestre esteve entre nós, 2023 anos atrás e, até hoje, precisamos refletir que ainda nos encontramos num mundo de provas e expiações, onde cada pessoa ainda tem que se ressarcir com a Lei de Deus. Portanto, por agora, o Reino de Jesus ainda não é deste mundo.

Mas, ainda assim, ele se constitui em um planeta de crescimento espiritual com vista a permanência nele, de todas as pessoas que compreenderam as lições do Mestre.

Os mundos passam por uma escala evolutiva, conforme evolução do povo que o habita. Deste modo, temos a seguir as diferentes categorias de mundos habitados, conforme o grau de espiritualidade de seus habitantes:

[...] mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana; mundos de expiação e provas, onde domina o mal; mundos de regeneração, nos quais as almas que ainda têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta; mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal; mundos celestes ou divinos, habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias (grifos nossos).[1]

Estamos próximos de galgar a categoria de mundo de regeneração, que segundo A. Kardec, acima, ainda teremos, caso ficarmos na Terra, nessa progressão, algo a expiar, mas não com a dor pungente que ocorre no atual estágio planetário. É um estágio de evolução para o mundo ditoso.

O Cristo, sabia dessa evolução planetária e confiava, quando disse “agora”, que não tardaria o reino dele se implantaria no nosso mundo. Com a Doutrina Espírita, denominada de O Consolador, pelo Mestre (JOÃO, 14:15 a 17 e 26.)[2], Ele nos esclareceu a sua fala, quando respondeu a Pilatos, quando este o perguntou: Tu és o rei dos judeus? (JOÃO, 18:33).

Que tenhamos a vontade firme de superar nossas limitações espirituais e que não cometamos as maldades que ainda não conseguimos evitar. Sejamos firmes com nossas imperfeições e nos reformemos dia a dia, sendo verdadeiros espíritas, que segundo A. Kardec: “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.”[3]

Que Deus nos ajude.

Domício.

Ps: Compartilho um poema de L. Angel, sobre o tema, com nossos(as) leitores(as) e estudiosos(as) da Doutrina Espírita.

AS ESTRELAS E OS MUNDOS HABITADOS

L. Angel                                            23/07/2010

A morte sucede a vida

E cada dia tem seu fim.

É então que Deus traz para mim

A noite suscitando alegria incontida.


São as estrelas, Pai bondoso,

Que inspira os poetas,

Deixa as mentes inquietas

Após um dia laborioso.

 

Fica uma questão que se faz:

Na criação divinal,

As estrelas não têm outro fim, afinal?

 

Sim – dizem os Espíritos em sua paz –.

Iluminam os diversos mundos habitados

Por Espíritos que evoluem em outros estados.



[1] Vide dissertação, na íntegra, de A. Kardec sobre as diferentes categorias de mundo habitados em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. III, Item 3.
[2] Vide dissertação a respeito, sobre isto, de Allan Kardec, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI (O Cristo Consolador), Item 4.
[3]
Vide em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XVII, Item 4.

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