domingo, 23 de julho de 2023

AJUDA SEMPRE

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AJUDA SEMPRE

Mas Paulo respondeu: Que fazeis vós, chorando e magoando­-me o coração?

(ATOS, 21:13).

Constitui passagem das mais dramáticas nos Atos dos Apóstolos aquela em que Paulo de Tarso se prepara, à frente dos testemunhos que o aguardavam em Jerusalém.

Na alma heróica do lutador não paira qualquer sombra de hesitação. Seu espírito, como sempre, está pronto. Mas, os companheiros choram e se lastimam; e, do coração sensível e valoroso do batalhador do Evangelho, flui a indagação dolorosa.

Não obstante a energia serena que lhe domina a organização vigorosa, Paulo sentia falta de amigos tão corajosos quanto ele mesmo.

Os companheiros que o seguiam estavam sinceramente dispostos ao sacrifício, entretanto, não sabiam manifestar os sentimentos da alma fiel. É que o pranto ou a lamentação jamais ajudam, nos instantes de testemunho difícil. Quem chora, ao lado de um amigo em posição perigosa, desorganiza-­lhe a resistência.

Jesus chorou no Horto, quando sozinho, mas, em Jerusalém, sob o peso da cruz, roga às mulheres generosas que o amparavam a cessação das lágrimas angustiosas. Na alvorada da Ressurreição, pede a Madalena esclareça o motivo de seu pranto, junto ao sepulcro.

A lição é significativa para todo aprendiz.

Se um ente amado permanece mais tempo sob a tempestade necessária, não te entregues a desesperos inúteis. A queixa não soluciona problemas. Em vez de magoá­-lo com soluços, aproxima-­te dele e estende-­lhe as mãos.

NOSSA REFLEXÃO

Somo detentores de conhecimentos que nos habilitam a sermos corajosos e fervorosos diante de nossa dor ou de um semelhante. Contudo, nem sempre estamos vigilantes quanto a deter esses conhecimentos e caímos aos prantos em vez de se ajudar ou ajudar uma irmã ou um irmão.

Paulo, quanto a isso, em outro momento de sua missão evangélica, fez a seguinte exortação a quem se dirigia no momento: “Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente, sede fortes. (PAULO – I CORÍNTIOS, 16:13). Emmanuel reflete sobre essa passagem evangélica, no livro Fonte Viva e afirma: “Para conquistarmos os valores substanciais da redenção, é imprescindível conservar a fortaleza de ânimo de quem confia no Senhor e em si mesmo”[1].

Nesse contexto, o Espírito Lacordaire, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, nos instrui sobre o bem e mal sofrer:

Quando o Cristo disse: “Bem-aventurados os aflitos, o Reino dos Céus lhes pertence”, não se referia de modo geral aos que sofrem, visto que sofrem todos os que se encontram na Terra, quer ocupem tronos, quer jazam sobre a palha. Mas, ah! poucos sofrem bem; poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzi-los ao Reino de Deus. O desânimo é uma falta. Deus vos recusa consolações, desde que vos falte coragem. A prece é um apoio para a alma; contudo, não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus.[2]

 

Então, é importante seguir o caminho, sem lamúrias, tanto por algo que nos aflige, quanto ao que acontece com um ou uma semelhante.

Emmanuel nos lembra, nesta mensagem, que ora refletimos, quanto à resignação e a força da compreensão de Jesus Cristo sobre o que estava vivendo quando foi condenado à cruz:

Jesus chorou no Horto, quando sozinho, mas, em Jerusalém, sob o peso da cruz, roga às mulheres generosas que o amparavam a cessação das lágrimas angustiosas. Na alvorada da Ressurreição, pede a Madalena esclareça o motivo de seu pranto, junto ao sepulcro.

 

Não esqueçamos que o próprio Cristo nos exortou a ter fé e que, segundo ele, não estaríamos sozinhos no sofrimento, como nos traz a seguinte passagem evangélica:

Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (MATEUS, 11:28 a 30).[3]

 

Esta exortação é muito importante para, inclusive, quando nos afligimos com a dor de uma pessoa querida. Pois ao procurá-la por ela estar passando por algo difícil, não devemos acrescentar à sua dor, a nossa dor. Sejamos médicos ou enfermeiros, nessa hora, para passar tranquilidade ao paciente.

Finalmente, podemos dizer que Emmanuel corrobora conosco quando, nesta mensagem, ele nos ilumina: “Se um ente amado permanece mais tempo sob a tempestade necessária, não te entregues a desesperos inúteis. A queixa não soluciona problemas. Em vez de magoá-­lo com soluços, aproxima-­te dele e estende-­lhe as mãos”.

Então, que sejamos firmes na hora de mostrarmos que temos conhecimento a por em prática e torná-lo um conhecimento vivo.

Que Deus nos ajude.

Domício.

Ps. Compartilho com nossos(as) leitores (as) o seguinte fragmento poético de L. Angel.

Nesse mundo de provas e expiações,
O choro é natural, mesmo que não se queira.
Traduz o afloramento de emoções,
Mas que seja como ocorreu no Monte das Oliveiras.
L. Angel       01/02/2016



[1] Vide NOSSA REFLEXÃO em Varonilmente.
[2] Vide na íntegra, a mensagem de Lacordaire em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. V, Item 18.
[3] Vide a ponderação de Allan Kardec sobre esse versículo do Evangelho em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VI, Item 2.

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