domingo, 5 de março de 2023

COM ARDENTE AMOR

 

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COM ARDENTE AMOR

Mas, sobretudo, tende ardente caridade uns para com os outros.

Pedro (I PEDRO, 4:8).

Não basta a virtude apregoada em favor do estabelecimento do reino divino entre as criaturas.

Problema excessivamente debatido – solução mais demorada...

Ouçamos, individualmente, o aviso apostólico e enchamo-nos de ardente caridade, uns para com os outros.

Bem falar, ensinar com acerto e crer sinceramente são fases primárias do serviço. Imprescindível trabalhar, fazer e sentir com o Cristo.

Fraternidade simplesmente aconselhada a outrem constrói fachadas brilhantes que a experiência pode consumir num minuto.

Urge alcançarmos a substância, a essência...

Sejamos compreensivos para com os ignorantes, vigilantes para com os transviados na maldade e nas trevas, pacientes para com os enfermiços, serenos para com os irritados e, sobretudo, manifestemos a bondade para com todos aqueles que  o Mestre nos confiou para os ensinamentos de cada dia.

Raciocínio pronto, habilitado a agir com desenvoltura na Terra, pode constituir patrimônio valioso; entretanto, se lhe falta coração para sentir os problemas, conduzi­los e resolvê-los, no bem comum, é suscetível de converter-se facilmente em máquina de calcular.

Não nos detenhamos na piedade teórica.

Busquemos o amor fraterno, espontâneo, ardente e puro.

A caridade celeste não somente espalha benefícios. Irradia também a divina luz.

NOSSA REFLEXÃO

Somos sujeitos de nossa história espiritual. Precisamos seguir em paz, fraternos, benevolentes e, enfim, caridosos com quaisquer pessoas que encontrarmos pelo caminho da estrada que deve nos levar ao Reino de Deus.

Amor aos semelhantes, como a si mesmo, foi o que, contundentemente, o Cristo nos exortou[1].

A. Kardec explana sobre isso:

Amar o próximo como a si mesmo: fazer pelos outros o que quereríamos que os outros fizessem por nós”, é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós desejamos. Com que direito exigiríamos dos nossos semelhantes melhor proceder, mais indulgência, mais benevolência e devotamento para conosco, do que os temos para com eles? A prática dessas máximas tende à destruição do egoísmo.[2]

 Nos momentos de relacionamento com o nosso semelhante, devemos ter muita vigilância, pois além das possíveis provocações que estamos sujeitos, trazemos em nós as tentações que construímos em nós ao longo de nossa vida milenar. Se não tivermos cuidados, de pronto, elasnos  fazem cair. É quando respondemos com rispidez, e até mesmo com cólera. Emmanuel nos ilumina sobre essa questão: As mais terríveis tentações decorrem do fundo sombrio de nossa individualidade, assim como o lodo, mais intenso, capaz de tisnar o lago, procede do seu próprio seio.[3]

Desse modo, toda oportunidade, na relação com o outro, é oportunidade de crescimento, se vencemos nossas tentações e tratamos, em decorrência disso, qualquer pessoa com ardente amor.

Mas o que vem a ser amor? O Espírito Lázaro, nos responde:

O amor resume a doutrina de Jesus inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento![4]

Que Deus nos ajude a vencer o homem velho que se encontra em nós, pois só assim amaremos uns aos outros, ardentemente.

Domício.


[1] Os fariseus, tendo sabido que Ele tapara a boca aos saduceus, reuniram-se; e um deles, que era doutor da lei, para o tentar, propôs-lhe esta questão: “Mestre, qual o mandamento maior da lei?” — Jesus respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos.” (Mateus, 22:34 a 40). Fazei aos homens tudo o que queirais que eles vos façam, pois é nisto que consistem a lei e os profetas (Mateus, 7:12). Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem (Lucas, 6:31).
[2] Vide dissertação de A. Kardec, na íntegra, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI, item 4.
[3] Vide a mensagem, na íntegra, seguida de nossa reflexão, em Vigiemos e oremos.
[4] Vide mensagem, na íntegra, em O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI, item 8.

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