domingo, 1 de janeiro de 2023

ISSO É CONTIGO

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ISSO É CONTIGO

E disse: pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, responderam. Que nos importa? Isso é contigo.

(MATEUS, 27:4).

A palavra da maldade humana é sempre cruel para quantos lhe ouvem as criminosas insinuações.

O caso de Judas demonstra a irresponsabilidade e a perversidade de quantos cooperam na execução dos grandes delitos.

O espírito imprevidente, se considera os alvitres malévolos, em breve  tempo se capacita da solidão em que se encontra nos círculos das conseqüências desastrosas.

Quem age corretamente encontrará, nos felizes resultados de suas iniciativas, aluviões de companheiros que lhe desejam partilhar as vitórias; entretanto, muito raramente sentirá a presença de alguém que lhe comungue as aflições nos dias da derrota temporária.

Semelhante realidade induz a criatura à precaução mais insistente.

A experiência amarga de Judas repete­se com a maioria dos homens, todos os dias, embora em outros setores.

Há quem ouça delituosas insinuações da malícia ou da indisciplina, no que concerne à tranqüilidade interior, às questões de família e ao trabalho comum. Por vezes, o homem respira em paz, desenvolvendo as tarefas que lhe são necessárias; todavia, é alcançado pelo conselho da inveja ou da desesperação e perturba­se com falsas perspectivas, penetrando, inadvertidamente, em labirintos escuros e ingratos. Quando reconhece o equívoco do cérebro ou do coração, volta­se, ansioso, para os conselheiros da véspera, mas o mundo inferior, refazendo a observação a Judas, exclama em zombaria: – “Que nos importa? Isso é contigo.”

NOSSA REFLEXÃO

É importante observar do conteúdo dessa mensagem de Emmanuel que nós podemos, mesmo querendo fazer o bem, fazer o mal.

Então, Judas que Jesus já havia denunciado de suas ações negativas, junto aos sarcedotes, na última ceia, fez o mal a Jesus sem intenção. Ou seja, foi condenado por ele mesmo, por uma ação culposa, pois se arrependeu e se suicidou.

A invigilância é a nossa pedra no sapato, há milênio.

Emmanuel nos fala, sobre esses processos, quando damos ouvidos à malediência ou à calúnia: “semelhante realidade induz a criatura à precaução mais insistente.”

Temos a liberdade de dar ouvidos ou não ao que nos chega aos ouvidos ou à mente. Somos influenciados todos os dias e todas as horas.

No campo espiritual, A. Kardec perguntou aos Espíritos Superiores: “Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos? ‘Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto que, de ordinário, são eles que vos dirigem.’”[1]. A. Kardec foi mais fundo sobre a influência dos Espíritos em nossa vida: Exercem os Espíritos alguma influência nos acontecimentos da vida? ‘Certamente, pois que te aconselham.’”[2]

Então, devemos ter cuidado com o que pensamos ou ouvimos, para não os associarmos ao mal. Isto se chama vigilância, pois os pensamentos pululam em nossas mentes e devemos, então, ter o cuidado de não alimentá-los como verdade ou necessidade.

Sobre isso, A. Kardec nos esclarece:

Todo pensamento mau resulta, pois, da imperfeição da alma; mas, de acordo com o desejo que alimenta de depurar-se, mesmo esse mau pensamento se lhe torna uma ocasião de adiantar-se, porque ela o repele com energia. É indício de esforço por apagar uma mancha. Não cederá, se se apresentar oportunidade de satisfazer a um mau desejo. Depois que haja resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória.[3]

 

O mesmo pode ocorrer no plano físico, com Espíritos encarnados. Cabe a nós refletir sobre a influência de nossas amizades pra não cairmos em tentação de seguir uma ideia que pode ser fruto de arrependimento mais tarde.

Que tenhamos esse entendimento em nossas relações físicas ou espirituais.

Que Deus nos ajude.

Domício.



[1] Vide Questão nº 459 de O Livro dos Espíritos.
[2] Vide Questão nº 525 de O Livro dos Espíritos.
[3]
Vide O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. VIII, Item 7.

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