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APRENDAMOS QUANTO ANTES
Como,
pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele.
Paulo (COLOSSENSES, 2:6).
Entre os que se referem a Jesus
Cristo podemos identificar duas grandes correntes diversas entre si: a dos que
o conhecem por informações e a dos que lhe receberam os benefícios. Os
primeiros recolheram notícias do Mestre nos livros ou nas alheias exortações,
entretanto, caminham para a situação dos segundos, que já lhe receberam as
bênçãos. A estes últimos, com mais propriedade, dever-se-á falar do Evangelho.
Como encontramos o Senhor, na
passagem pelo mundo? Às vezes, sua divina presença se manifesta numa solução
difícil de problema humano, no restabelecimento da saúde do corpo, no retorno
de um ente amado, na espontânea renovação da estrada comum para que nova luz se
faça no raciocínio.
Há muita gente informada com
respeito a Jesus e inúmeras pessoas que já lhe absorveram a salvadora caridade.
É indispensável, contudo, que os
beneficiários do Cristo, tanto quanto experimentam alegria na dádiva, sintam
igual prazer no trabalho e no testemunho de fé.
Não bastará fartarmo-nos de bênçãos.
É necessário colaborarmos, por nossa vez, no serviço do Evangelho,
atendendo-lhe o programa santificador.
Muitas recapitulações fastidiosas e muita atividade
inútil podem ser peculiares aos espíritos meramente informados; todavia, nós,
que já recebemos infinitamente da Misericórdia do Senhor, aprendamos, quanto
antes, a adaptação pessoal aos seus sublimes desígnios.
NOSSA REFLEXÃO
Essa
mensagem de Emmanuel nos traz a necessidade de mudança interior, pois não
adianta conhecermos, sem, contudo, modificarmo-nos na direção de uma sintonia com
o que recebemos como informação.
Independentemente
da matiz religiosa, cristã, não adianta buscarmos mais informações, frequentando
os templos religiosos, participando de estudos, proferindo palestras,
participando de trabalho mediúnicos, sobretudo os de desobsessão (no caso dos
espíritas), ou mesmo fazermos fartas leituras em casa, dando esmola material, se
não nos esforçamos em nos transformar. Pois assim, se comportam os que são citados
por Mateus (7: 21 a 23). Sobre isso, A. Kardec disserta:
Todos
os que reconhecem a missão de Jesus dizem: “Senhor! Senhor!” — De que serve,
porém, lhe chamarem Mestre ou Senhor, se não lhe seguem os preceitos? Serão
cristãos os que o honram com exteriores atos de devoção e, ao mesmo tempo,
sacrificam ao orgulho, ao egoísmo, à cupidez e a todas as suas paixões? Serão
seus discípulos os que passam os dias em oração e não se mostram nem melhores,
nem mais caridosos, nem mais indulgentes para com seus semelhantes? Não,
porquanto, do mesmo modo que os fariseus, eles têm a prece nos lábios, e não no
coração. Pela forma poderão impor-se aos homens; não, porém, a Deus. Em vão
dirão eles a Jesus: “Senhor! não profetizamos, isto é, não ensinamos em teu
nome; não expulsamos em teu nome os demônios; não comemos e bebemos contigo?[1]
Para
esses, Jesus pede que se afastem dele.
Jesus
pede a todos que já receberam a sua Boa Nova que o sigam fazendo o mesmo que Ele
fez (Mateus,
5:19 e 7:24 a 27; Lucas, 6:46 a 49). Então,
o Mestre pede que pratiquemos a reforma íntima que caracteriza o bom espírita,
que na acepção de A. Kardec é o homem de bem e, em particular, todo aquele que
se reconhece pela “[...] sua transformação moral e pelos esforços que
emprega para domar suas inclinações más”.[2]
Então, se já recebemos tanto do Cristo, cumpre nós nos
aproximarmos mais Dele, pois com Emmanuel escreve, nesta mensagem:
Há muita gente informada com
respeito a Jesus e inúmeras pessoas que já lhe absorveram a salvadora caridade.
É indispensável, contudo, que os beneficiários do Cristo, tanto quanto
experimentam alegria na dádiva, sintam igual prazer no trabalho e no testemunho
de fé.
Então,
que sejamos como o bom aprendiz que transforma informações em mudanças interiores,
ou seja, aquele que aprendeu.
Que
Deus nos ajude.
Domício.