domingo, 6 de fevereiro de 2022

O PROBLEMA DE AGRADAR

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O PROBLEMA DE AGRADAR

Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo do Cristo.

Paulo (GÁLATAS, 1:10).

Os sinceros discípulos do Evangelho devem estar muito preocupados com os deveres próprios e com a aprovação isolada e tranquila da consciência, nos trabalhos que foram chamados a executar, cada dia, aprendendo a prescindir das opiniões desarrazoadas do mundo.

A multidão não saberá dispensar carinho e admiração senão àqueles que lhe satisfazem as exigências e caprichos; nos conflitos que lhe assinalam a marcha, o aprendiz fiel de Jesus será um trabalhador diferente que, em seus impulsos instintivos, ela não poderá compreender.

Muita inexperiência e invigilância revelará o mensageiro da Boa-Nova que manifeste inquietude, com relação aos pareceres do mundo a seu respeito; quando se encontre na prosperidade material, em que o Mestre lhe confere mais rigorosa mordomia, muitos vizinhos lhe perguntarão, maliciosos, pela causa dos êxitos sucessivos em que se envolve, e, quando penetra o campo da pobreza e da dificuldade, o povo lhe atribui as experiências difíceis a supostas defecções ante as sublimes idéias esposadas.

É indispensável trabalhar para os homens, como quem sabe que a obra integral pertence a Jesus Cristo. O mundo compreenderá o esforço do servidor sincero, mas, em outra oportunidade, quando lho permita a ascensão evolutiva.

Em muitas ocasiões, os pareceres populares equivalem à gritaria das assembleias infantis, que não toleram os educadores mais altamente inspirados, nas linhas de ordem e elevação, trabalho e aproveitamento.

Que o sincero trabalhador do Cristo, portanto, saiba operar sem a preocupação com os juízos errôneos das criaturas. Jesus o conhece e isto basta.

NOSSA REFLEXÃO

Nesta mensagem, Emmanuel nos orienta a não valorizar a apreciação boa ou má de quem assiste as nossas manifestações, enquanto cristão, enquanto espíritas.

Esta virtude de centrar a atenção em uma apreciação de Jesus, sobre o que faz e pensa, é importante, pois como Emmanuel nos lembra: “Jesus [nos] conhece e isto basta”.

O Espírito François, Nicolas, Madeleine, Cardeal de Morlot, em uma de suas contribuições à codificação da Doutrina Espírita, na obra O Evangelho Segundo o Espiritismo, nos traz, na mensagem intitulada “A virtude”, considerações que corroboram com que Emmanuel nos orienta. De outro modo, ele nos faz refletir:

[...] Não imiteis o homem que se apresenta como modelo e trombeteia, ele próprio, suas qualidades a todos os ouvidos complacentes. A virtude que assim se ostenta esconde muitas vezes uma imensidade de pequenas torpezas e de odiosas covardias.

Em princípio, o homem que se exalça, que ergue uma estátua à sua própria virtude, anula, por esse simples fato, todo mérito real que possa ter. Entretanto, que direi daquele cujo único valor consiste em parecer o que não é? Admito de boa mente que o homem que pratica o bem experimenta uma satisfação íntima em seu coração; mas, desde que tal satisfação se exteriorize, para colher elogios, degenera em amor-próprio [...][1].

 

Portanto, que trabalhemos sem a preocupação de agradar ninguém, a não ser a quem conta conosco para difundir a sua Boa-Nova, que deve ser refletida em nossas ações.

Que Deus nos ajude.

Domício.


[1] Vide a mensagem na íntegra em O Evangelho Segundo o Espiritismo (FEB, ed. 131, 2019), Cap. XVII, Item 8.

2 comentários:

  1. Boa noite, professor Domício!
    Sigo acompanhando, silenciosamente, suas mensagens e reflexões, para mim sempre tão valiosas. Obrigado!
    Receba meu abraço fraternal.
    Saúde e Paz.
    Marcelo (Brasília-DF)

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    Respostas
    1. Olá, Marcelo!! Andastes, sumido!!
      Prazer, revê-lo, mesmo que virtualmente.
      Grato por comentar e dar notícias.
      Fique à vontade para comentar, pois, assim, aprendo contigo.
      Muita paz, saúde e alegrias em 2022!!
      Abraços fraternos!!

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